Nações do BRICS precisam de US$ 177 bilhões por ano para cumprir metas de energia renovável
Às vésperas da 8ª cúpula anual dos BRICS, que acontece nos dias 15 e 16 de outubro em Goa, na Índia, o Instituto de Economia e Análise Financeira de Energia (IEEFA) divulga um relatório que estuda as metas de cada um desses países voluntariamente apresentou à ONU sob a égide do Acordo de Paris, bem como os objetivos energéticos declarados, para entender a expansão necessária em energias renováveis e a correspondente magnitude dos investimentos necessários para atingir esses objetivos. Os números são impressionantes: capacidade total adicionada de cerca de 498GW e necessidade de investir US$ 177 bilhões por ano. No entanto, as variações no ritmo atual de progresso são gritantes - de investimentos quase inexistentes em energia limpa na Rússia,até a revolução limpa chinesa.
De acordo com o relatório do IEEFA, as atuais metas de energias renováveis dos BRICS exige um investimento anual de US$ 51 bilhões além do montante alocado para aumentar a capacidade de energia renovável em 2015. Esta lacuna de investimento precisa ser preenchida por financiamentos combinados e catalisada por recursos públicos. O relatório conclui que cerca de US$ 10 bilhões anuais precisam vir de instituições financeiras públicas, como o New Development Bank (NDB), o banco de desenvolvimento criado pelos BRICS.
Jai Sharda, autor do relatório, disse: "O NDB planeja aumentar sua carteira de crédito em cerca de US $ 1,2 bilhão por ano ao longo dos próximos 3 anos, o que é apenas 11,7% do capital incremental exigido pelas instituições públicas. Portanto existe uma clara necessidade de aumentar a taxa com a qual ele implanta capital adicional. Além disso, o NDB precisa garantir que daqui para frente, ele continua a se concentrar no financiamento de projetos de energia renovável ".
Em 2015, os países em desenvolvimento já ultrapassaram as nações desenvolvidas no investimento em energias limpas. No contexto pós-Paris, investimentos em baixo carbono e infra-estrutura limpa podem ultrapassar as economias em desenvolvimento no caminho para um mundo com emissões líquidas zero, se as necessidades de financiamento forem atendidas.
A diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade, Ana Toni, disse: "A agenda climática precisa ser colocada no cerne da agenda econômica dos BRICS. Energia é uma premissa vital do crescimento econômico e da inclusão social e, com a entrada em vigor do Acordo de Paris, o único caminho possível é o das energias limpas. Boa parte da matriz energética do Brasil vem de fontes limpas, mas se quisermos cumprir efetivamente lutar para que o aquecimento global não comprometa nossa agricultura, nossas cidades e a saúde dos brasileiros, precisamos avançar ainda mais, unindo todos os agentes econômicos em torno de uma agenda de desenvolvimento de baixo carbono.".
O NDB, também chamado de Banco BRICS, coloca o financiamento para o desenvolvimento sustentável como um dos seus objetivos principais. Até agora, ele concedeu cinco empréstimos equivalentes a US $ 911 milhões, contemplando cada um dos sócios fundadores. Quase todos foram em projetos de energia limpa, em linha com a agenda declarada do Banco. Será necessário um grande impulso por parte dele para colocar as nações do BRICS em maior órbita de energia limpa.
Peng Peng, Diretor de Pesquisa Política da União da Indústria Chinesa de Energia Renovável disse: "O NDB deve apoiar o desenvolvimento de energias renováveis nos países BRICS, que são representantes do mundo em desenvolvimento, para reduzir os custos de energia no longo prazo e a dependência dos combustíveis fósseis. Atualmente, os custos de financiamento na maioria dos países em desenvolvimento são muito altos. O NDB poderia ter seus próprios programas de apoio à energia limpa e poderia apoiar os programas BRICS a alcançar financiamento de baixo custo e longo prazo no mercado financeiro internacional ".
Srinivas Krishnaswamy, CEO da Vasudha Foundation, disse: "Embora o NDB tenha definido determinados tipos de investimentos como elegíveis para financiamento , a falta de uma definição clara do que é desenvolvimento sustentável permite que alguns projetos classificados como "carvão limpo", por exemplo, acabem sendo financiados pelo Banco. Se o NDB vai ser algo novo, ele terá de romper com o modelo até agora seguido de apoiar modelo de desenvolvimento orientados para a extração ".
Srinivas Krishnaswamy, CEO da Vasudha Foundation, disse: "Embora o NDB tenha definido determinados tipos de investimentos como elegíveis para financiamento , a falta de uma definição clara do que é desenvolvimento sustentável permite que alguns projetos classificados como "carvão limpo", por exemplo, acabem sendo financiados pelo Banco. Se o NDB vai ser algo novo, ele terá de romper com o modelo até agora seguido de apoiar modelo de desenvolvimento orientados para a extração ".
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Jai Sharda é consultor da IEEFA na Índia. Ele tem 8 anos de experiência em Equity Research, abrangendo tanto Buy Side como em Sell Side, tendo coberto ações mid-cap mercado acionário indiano.
Contato para imprensa:
Aarti Khosla P +91 981 119 9288 E-mail: aarti.khosla@gsccnetwork.org
SOBRE IEEFA
IEEFA realiza pesquisas e análises sobre questões financeiras e econômicas relacionadas com a energia e o ambiente. A missão do Instituto é acelerar a transição para uma economia de energia diversificada, sustentável e rentável e reduzir a dependência do carvão e outros recursos não renováveis de energia.
Mais pesquisas IEEFA podem ser encontradas aqui:http://ieefa.org/category/subject/reports/
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