Os problemas ambientais atingem a todos, independente de classe social, mas é óbvio que os pobres, que não tem como se defender, acabam sendo mais atingidos e são obrigados a migrar para não perecerem. Isso não significa que ser rico servirá de salvo conduto para livrar uma pequena parcela de nossa espécie dos problemas ambientais. Pode resolver aqui e ali, localmente, mas se continuar a escalada irresponsável de uso ilimitado de recursos e de destruição de ecossistemas, nem os ricos terão para onde fugir, por que não existe um segundo planeta terra de recursos.

As economias capitalista e comunista, para ficar só nessas duas, não diferem na forma como extraem e transformam os recursos naturais. Ambas agem de maneira irresponsável ao tratar o Planeta como uma espécie de armazém de recursos naturais infinitos por um lado e uma lixeira de capacidade infinita para absorver nossos restos e poluição, por outro.
O Mar de Aral, que virou deserto na China Comunista, ou os frequentes acidentes ambientais no mundo capitalista revelam bem o quanto a questão ambiental e desrespeitada por ambos.
A corrida aos recursos naturais se intensificou ainda mais nas últimas duas centenas de anos com a invenção das máquinas, que mudou a escala da extração de recursos de artesanal para industrial, e com a elevação do consumismo como um valor a ser perseguido como sinônimo de sucesso e felicidade.
Em consequência, a pegada ecológica agigantou-se e nada indica que irá diminuir com o atual crescimento demográfico, o consumo de recursos limitados, a emissão de gases carbônicos, a extinção em massa das espécies.

Seja no capitalismo ou no comunismo uma coisa é certa, os donos do poder político e econômico não gostam de perder poder.
E é aqui que entra a importância da comunicação a serviço da solução dos problemas ambientais e não a serviço de agravar estes problemas.
Se no passado os donos do poder político e econômico, seja no capitalismo ou no comunismo, usavam correntes, chicotes, tiros de canhão e masmorras para impor suas verdades, hoje, usam a comunicação meio verdadeira ou francamente mentirosa, ou manipulada com o mesmo propósito: nos manter escravos de uma lógica que beneficia a poucos e está nos levando a um ponto ambiental planetário de não retorno que ameaça a todos.

Manipula com nossa culpa, como se cada um de nós, individualmente fosse responsável pelo atual colapso ambiental. Um truque sujo para desviar nossa atenção, colocando a todos num mesmo saco, explorados e exploradores, como se o poder de decisão fosse igual para todos nós, como se a solução para os nossos problemas ambientais fosse apenas uma questão de mudar o estilo de vida, pegar mais leve com o planeta, praticar a reciclagem, andar de bicicleta, usar energias alternativas, etc. Sim, claro, tudo isso ajudaria, mas sem modificar as atuais estruturas de concentração de riquezas e de poder nas mãos de poucos, a crise planetária prosseguirá, por que prosseguirá a apropriação desigual dos recursos, não para o atendimento das necessidades de todos, mas para a concentração de rendas, riquezas e poder nas mãos de poucos que nos dominam, corrompem e manipulam.
Como o amor, a fraternidade, a solidariedade não se dão por decreto, a humanidade terá ainda uma dura jornada pela frente para aprender a dominar a si própria antes de pretender dominar a natureza, pois o que conseguimos até aqui foi mais destruir e arrasar que colaborar para tornar este mundo melhor. (REBIA/#Envolverde)
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