21 de setembro de 2015
(da Redação da ANDA)
Uma safra tardia de bagas pode ter consequências letais para a população de ursos de Whistler, no Canadá, afirma um pesquisador da cidade.
Michael Allen, que vem estudando a região dos ursos por mais de duas décadas, afirmou que as bagas das montanhas de Whistler – uma fonte vital de comida para ursos locais enquanto engordam para o inverno – desapareceu virtualmente depois de um verão quente e seco.
“A forma mais simples de se colocar é que os ursos comeram toda a colheita durante o verão”, ele explicou. “Já que estava muito quente e seco por muito tempo, tudo amadureceu com três ou cinco semanas de antecedência, e então os ursos se jogaram na colheita na primeira semana de julho, sendo que a safra atingiu seu ponto máximo na primeira semana de agosto. Normalmente, o pico ocorre por volta da primeira semana de setembro.”
“Tenho observado ursos por 22 anos e nunca os vi sem uma safra de bagas até agora”, afirmou Allen.
Segundo o pesquisador, a colheita caiu cerca de 90% comparada à de um ano comum. Sem terem outras fontes de alimentos, os ursos de Whistler podem ficar sem uma quantidade considerável de fonte de comida para os próximos 45 dias antes de irem hibernar.
Depois de um verão com poucos relatos de conflitos entre homens e ursos – comparado com 2014, quando 11 ursos foram mortos como resultado de um conflito – a Whistler Get Bear Smart Society está se preparando para a já esperada comoção dos ursos no vale em busca de comida.
“Nós esperamos o melhor e nos preparamos para o pior”, disse a diretora executiva Sylvia Dolson. “Nós estamos nos preparando porque sabíamos que aconteceria, então estamos prontos para intensificar nosso programa se os ursos passarem mais tempo no fundo do vale.”
Mas as organizações não-lucrativas não podem proteger a comunidade de ursos sozinhas, explica Dolson.
“Apenas pelo fato de que estamos com nossos programas em execução, não significa que nada de ruim não irá acontecer, porque depende exclusivamente das pessoas que vivem aqui”, disse ela. “Precisamos do apoio das pessoas que moram aqui e que elas não levem como algo eventual. Eu acho que um de nossos maiores problemas é quando as pessoas dizem, ‘Hm, bem, os ursos vivem aqui e eles estão no meu jardim, e daí?’ Mas não é uma boa abordagem para salvar a vida de um urso. Finalmente, eles terão mais liberdade ao passo que ficarem mais confortáveis nas áreas residenciais.”
E são esses padrões de comportamento que foram desenvolvidos que preocupam Allen, também, especialmente os ursos adolescentes que estão aprendendo a procurar comida.
“Minha maior preocupação seria com 20 e poucos ursos adolescentes com menos de quatro anos de idade que começarão a aprender sobre comida dos humano”, ele disse. “Eles podem não ser mortos neste ano, mas começarão a aprender sobre comida dos humanos e daqui a três anos estarão presos e marcados. O próximo passo é serem mortos. Esse parece ser o ciclo comum em Whistler.”
É um ciclo que tem implicações para um crescimento e sobrevivência futuros da população de ursos de Whistler, que conta apenas com 10 machos adultos, de acordo com a pesquisa da Allen.
“Os machos adultos simplesmente não estão sobrevivendo”, disse ele. “Eles descobrem o lixo por volta de dois ou três anos, algum tempo passa, eles circulam livremente, talvez fiquem com uma marca de registro na orelha, e depois são mortos (por conflito) quando têm cinco, seis ou sete anos de idade. Para uma perspectiva populacional, essa é uma grande preocupação.”
A Bear Smart notificou previamente que 252 ursos foram mortos em Whistler desde 1990 como resultado de conflitos com humanos. Estima-se que 63 ursos estão vivendo atualmente em Whistler , de acordo com as contas de Allen.
O povo é constantemente lembrado de guardar em locais seguros potenciais atrativos a ursos, como lixo e comida de pássaros. Saiba mais sobre os ursos de Whistler no site. As informações são da Pique News Magazine.
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