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terça-feira, 3 de julho de 2012

Comissão de Meio Ambiente da Câmara debaterá presença de resíduos de agrotóxicos em leite materno

veneno
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realizará nesta terça-feira (3) audiência pública para analisar pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que apontou resíduos de agrotóxicos em leite materno.
A iniciativa do debate é do deputado Stefano Aguiar (PSC-MG). Segundo ele, o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de grãos e faz uso de quantidades maciças de agrotóxicos para obter produtividade. Ele afirma que, apesar de o assunto ser objeto de fiscalização governamental, é comum ouvir notícias sobre o uso inadequado de defensivos agrícolas e das intoxicações dele decorrentes, bem como de danos ao meio ambiente.
100% de agrotóxico em lactantes
O engenheiro agrônomo representante da Associação Brasileira de Agroecologia Vinícius Freitas afirma que não existe consumo seguro de agrotóxicos. Ele citou uma pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso feita em Lucas do Rio Verde. A cidade é uma das cinco maiores produtoras agrícolas do Mato Grosso e uma grande consumidora de agrotóxicos. A pesquisa mostrou que, dos 12 poços de água potável das escolas analisados, 83% estavam contaminados com resíduos de vários tipos de agrotóxicos. Além disso, 56% das amostras de chuva tinham defensivos agrícolas, e 100% das mulheres em fase de amamentação apresentavam pelo menos um tipo de agrotóxico no leite materno.
Freitas defendeu uma agricultura de base agroecológica, sem o uso de agrotóxicos. Segundo ele, para que esse tipo de produção seja viável, são necessárias políticas públicas efetivas. Freitas destacou que os pequenos agricultores, segundo ele responsáveis por 70% da produção nacional, normalmente só conseguem crédito para plantar com o uso de defensivos agrícolas.
“A constatação é de intensa gravidade porque a amamentação é dirigida para bebês em período de lactação que são extremamente suscetíveis a substâncias tóxicas, tendo em vista que os sistemas orgânicos de defesa deles não estão plenamente desenvolvidos”, afirma o deputado.
Foram convidados para o debate:
- o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano;
- o presidente do Conselho Diretor da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), João Sereno Lammel;
- o professor e pesquisador da UFMT Wanderlei Pignati;
- o professor do Departamento de Ciências de Alimentos da Unicamp Félix Reyes;
- o diretor-presidente da Monsanto do Brasil, André Dias.

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FONTE : Da Redação/MM
Matéria da Agência Câmara de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 03/07/2012

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