Campanha #CleanSeas foi lançada nesta quinta-feira em Bali; iniciativa busca eliminar grandes fontes de lixo marinho até 2022, como microplásticos em cosméticos e desperdício de plásticos descartáveis; se nada for feito estimativas são que em 2050 oceanos tenham mais plásticos que peixes.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
A ONU Meio Ambiente lançou nesta quinta-feira uma iniciativa global para eliminar grandes fontes de lixo marinho até 2022: microplásticos em cosméticos e o desperdício e uso excessivo de plásticos descartáveis.
A campanha #CleanSeas, ou mares limpos, lançada na Cúpula Mundial dos Oceanos, em Bali, está pedindo a governos que aprovem políticas de redução do material.
Danos irreversíveis
A ação também é voltada à indústria, para que minimize embalagens plásticas e redesenhe produtos. A campanha pede ainda a consumidores que mudem seus hábitos de produção de lixo antes que eles causem “danos irreversíveis” aos mares.
Segundo a ONU Meio Ambiente, mais de 8 milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos, causando grande prejuízo a animais marinhos, à pesca e ao turismo, custando pelo menos US$ 8 bilhões em danos aos ecossistemas marinhos.
A agência alerta que até 80% de todo o lixo nos oceanos é feito de plástico. De acordo com algumas estimativas, no ritmo em que itens como garrafas, sacolas e copos de plástico estão sendo jogados fora após terem sido usados apenas uma vez, até 2050, os oceanos terão mais plástico do que peixe.
A agência da ONU calcula que neste prazo, 99% das aves marinhas terão ingerido plástico.
Medidas ambiciosas
Durante este ano, a campanha #CleanSeas anunciará “medidas ambiciosas” por países e empresas para eliminar microplásticos de produtos de cuidado pessoal, banir ou colocar impostos sobre sacolas descartáveis e reduzir “dramaticamente” outros produtos de plástico de uso único.
Dez países já se uniram à campanha para reverter o uso do produto, incluindo o Uruguai que irá taxar sacolas plásticas descartáveis neste ano.
O músico Jack Johnson e o ator Adrian Grenier apoiam a campanha. Segundo a ONU Meio Ambiente, “grandes anúncios” são esperados para a Assembleia Ambiental da ONU, em dezembro no Quênia, e Conferência dos Oceanos, em junho, em Nova Iorque.
Um encontro preparatório para a Conferência foi realizado em 15 e 16 de fevereiro, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Na ocasião, o embaixador de Portugal junto à organização, Álvaro Mendonça e Moura, que foi um dos organizadores do evento, conversou com a ONU News e fez um alerta sobre a situação da poluição com plásticos nos mares e oceanos.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 24/02/2017
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