Por Gabriela de Oliveira
Mesmo com o nosso clima tropical, o inverno exige atenção em decorrência das temperaturas mais baixas, já que é comum o aparecimento de doenças, principalmente as respiratórias. No entanto, entre os idosos o cuidado deve ser redobrado. O Dr. Paulo Camiz, clínico geral e geriatra, professor colaborador de Clínica Geral no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em São Paulo, explica por que a terceira idade precisa dessa cautela.
“O envelhecimento está associado a uma menor taxa metabólica e a uma disfunção da regulação da temperatura corpórea. Isso é proporcionalmente relacionado à fragilidade daquele idoso e a sua quantidade de massa magra (musculatura). Com uma água corporal total menor do que a do jovem, o idoso também se encontra sujeito a sofrer mais facilmente uma variação na temperatura corpórea.”, afirma o Dr. Paulo Camiz.
A velha máxima de que prevenir é melhor do que remediar, vale ainda mais no inverno, por isso alguns pequenos cuidados ajudam bastante a impedir as doenças respiratórias nessa época. Evite manter os ambientes fechados, mesmo que esteja muito frio procure deixar as janelas minimamente abertas para a circulação do ar, sempre que possível use máscaras, elas mantêm as vias aéreas aquecidas melhorando a respiração, tratar a rinite com medicação específica e manter as vacinas contra a gripe em dia. Essas ações podem ser fundamentais para evitar uma complicação mais grave, como a pneumonia.
A hipotermia é um dos riscos mais preocupantes durante o inverno, a perda excessiva de calor do corpo (temperatura corpórea abaixo de 35ºC). No caso mais leve (35° a 32° C) os principais sintomas são tremores, pele pálida e taquicardia; já quando grave (28°C) apresenta arritmias e até perda de consciência. As chances de ocorrer hipotermia aumentam entre os idosos por causa do próprio envelhecimento e outros fatores como perda muscular, limitações físicas e abuso de substâncias, como o álcool.
Para evitar experiências dolorosas aos idosos, o Dr. Paulo Camiz afirma que o melhor método é a prevenção, por isso é importante reconhecer antecipadamente um risco. A principal dica são as atividades físicas. “De uma forma geral, a atividade física voltada para o fortalecimento muscular exerce um grande fator protetor sobre os idosos uma vez que proporciona um aumento da taxa metabólica com maior capacidade de produção de calor, além de se tratar de um tecido que apresenta mais água do que o tecido gorduroso, sendo esta última mais abundante proporcionalmente nos idosos”.
Outra dica é usar fontes externas de calor, como roupas adequadas para o frio, lareiras e banhos quentes. Por outro lado, fica o alerta para acidentes, em especial para os idosos dependentes. Como a sensibilidade ao calor é frequentemente menor, não é incomum que ocorram queimaduras ou incêndios relacionados ao uso de fogo.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 12/07/2019
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