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segunda-feira, 9 de maio de 2011

CODIGO FLORESTAL : DEBATE NO SEDUFSM, S. MARIA,RS

Mais de 200 pessoas acompanharam e fizeram questionamentos aos debatedores.

O debate sobre o novo Código Florestal Brasileiro, evento promovido pela Seção Sindical dos Docentes da UFSM (SEDUFSM) em parceria com os organizadores da Semana Acadêmica do curso de Engenharia Florestal da universidade superlotou o auditório Flavio Schneider, do Centro de Ciências Rurais (CCR). Cerca de 230 pessoas estiveram presentes na tarde desta segunda, 9, para ouvir a explanação dos cinco convidados do projeto “Cultura na SEDUFSM”. O título do evento foi “O que há por trás do novo Código Florestal”.


Militante das causas ambientais e vindo diretamente de Rio Grande, o professor de Oceanologia e doutor em Ecologia, Antonio Philomena (FURG) apresentou gráficos que demonstram que a relação entre preservação ambiental e consumo está diminuindo no Brasil. Segundo ele, se continuar assim, no futuro, a curva do consumo superará a da preservação ao meio ambiente.


Na avaliação de Philomena, a proposta do novo Código Florestal amplia ainda mais a possibilidade de devastação do ambiente. Ele afirma que os problemas de produção no país não vão ser resolvidos alterando o Código Florestal (CFB). Para o professor, é preciso debater as extensões das propriedades e o seu uso, fazer uma verdadeira reforma agrária. Também frisou a necessidade de elaboração de um “código agrícola”.


O geógrafo e servidor do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), Heitor Peretti, destacou que não falava em nome do órgão, mas certamente em nome da maioria de seus colegas, que também enxergam a proposta do novo CFB como um retrocesso. Peretti lamenta sobremaneira que esteja embutida na proposta a anistia àqueles que cometeram crimes ambientais.


Simpatizante da proposta que na Câmara Federal tem a relatoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o deputado estadual Jorge Pozzobom (PSDB) reclamou da “velocidade extrema” com que o assunto está sendo tratado. Contudo, o parlamentar enfatizou a ideia de que é preciso encontrar um meio termo entre a preservação ambiental e a não penalização dos produtores, que segundo ele, não podem ser tratados como “bandidos”.


Pozzobom argumentou que os estados e municípios deveriam ter o direito de criar a sua legislação no que se refere ao meio ambiente, pois, segundo ele, as realidades econômicas, sociais e físicas variam muito de região para região. Acabou sendo contestado em relação a isso.


Participaram ainda do debate os professores Luiz Ernesto Grillo Elesbão, coordenador do departamento de Ciências Florestais da UFSM e Luiz Ernani Araújo, do departamento de Direito da mesma instituição. Elesbão apresentou imagens do que já vem acontecendo, por exemplo, no Rio Grande do Sul, às margens dos rios. Nem o que está previsto na atual legislação, que é a existência de 30 metros às margens dos rios como Área de Preservação Permanente (APP), é respeitado. Para ele, o novo Código, se aprovado, irá “regulamentar a devastação”.


Na análise de Luiz Ernani Araújo, a preocupação da sociedade também deve ser com relação à biodiversidade. Ele considerou lamentável que no Brasil, as florestas tenham mais valor no chão, ou seja, dando lugar à produção de soja, entre outros grãos, do que, por exemplo, pela produção de matéria-prima para importantes fármacos. O professor de Direito afirma, sem meias palavras, que, através de sua permissividade, o novo CFB vai “acelerar a destruição da biodiversidade”.


A coordenação da mesa de debates ficou a cargo do professor do departamento de Biologia da UFSM, Renato Aquino Zachia. Para o presidente da SEDUFSM, professor Rondon de Castro, o objetivo do evento, que era de proporcionar a discussão sobre um tema tão relevante, sob diferentes pontos de vista, foi plenamente alcançado.
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FONTE : Assessoria de Impr. da SEDUFSM (jornalista Fritz R. Nunes ).

Um comentário:

Unknown disse...

abraço das conchinhas.