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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Jovens de unidades de conservação do interior do Amazonas participam de oficinas de comunicação

Tornar potentes as vozes do interior do Amazonas, lar de milhares comunidades ribeirinhas e indígenas, mostra-se essencial para qualidade de vida das populações. Elas são as responsáveis pela manutenção da floresta em pé de um dos biomas mais importantes do mundo, a Amazônia. Para colaborar nesse processo, mais de 20 jovens de cinco unidades de conservação (UCs) participaram de uma oficina teórica e prática de comunicação com a equipe do portal Catraca Livre, promovida pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS). A formação ocorreu nos dias 12 e 13 de agosto na comunidade indígena Três Unidos, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro. Anteriormente à imersão na comunidade, os jovens participaram de uma oficina sobre videorreportagem com a equipe da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, no Acelera Hub Space, espaço criado pela Fundação Rede Amazônica. Durante a atividade, os jovens também puderam conhecer as dependências de um dos maiores veículos da região Norte do país. Os adolescentes participantes são oriundos de sete Núcleos de Inovação e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (Nieds) integrantes do programa ‘Repórteres da Floresta’, implementado pela FAS desde 2014 e que tem como objetivo capacitar a juventude por meio de ferramentas de educomunicação. A programação integra uma nova fase do programa, voltada à produção de conteúdo para mídias sociais. O sonho de Jucinaldo Batista, de 17 anos, é ser jornalista. O jovem é do Nieds Victor Civita, localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, no município de Novo Aripuanã, interior do Amazonas. Para ele, a atividade foi valiosa na obtenção de novos conhecimentos e na compreensão de conceitos básicos, mas importantes para que ele possa garantir a qualidade do conteúdo criado no interior e com recursos escassos, tais como gravar o som de entrevistas sem o uso de um microfone de lapela. “Aprendi coisas que não tinha a mínima ideia, principalmente sobre audiovisual e redes sociais”, comenta. Ele tinha doze anos quando começou a participar das oficinas e atividades do programa Repórteres da Floresta, que o incentivou a persistir em seu sonho de se tornar um comunicador. “Quando eu tiver 20 anos, espero que eu já esteja trabalhando na área. Meu sonho é ser jornalista e vou conseguir, sempre tive esse sonho vendo os repórteres na TV. A minha vontade cresce cada dia mais”, afirma. O jovem Antônio dos Santos viajou mais de 10 horas para chegar em Manaus e conseguir participar da oficina. Comunitário da RDS Uacari, localizada no município de Carauari, foram 8 horas de viagem de lancha e duas horas de avião até a chegada na capital. Com 21 anos, ele também quer seguir a área de comunicação, seu desejo é ser fotógrafo e produtor audiovisual. “A comunicação no interior é pouca, não temos muitos repórteres. No meu município, só há dois profissionais. Eu acho que o potencial está muito abaixo do que deveria ser e por isso eu gostaria de seguir nessa profissão também”, comenta. A oficina na comunidade Três Unidos repassou conteúdos teóricos do jornalismo e técnicas de videorreportagem com uma das jornalistas do portal Catraca Livre e um dos profissionais responsáveis pela área audiovisual do veículo. Em um segundo momento, os estudantes puderam colocar os aprendizados em prática com a escrita de um roteiro e com a produção e gravação de um vídeo curto voltado para as mídias sociais, as pautas foram escolhidas pelos próprios estudantes. A atividade foi finalizada com a apresentação dos vídeos editados que abordaram temas como a escola indígena da comunidade, a medicina tradicional do povo Kambeba durante a pandemia, a importância do trabalho do núcleo da FAS, entre outros assuntos que retratam a vida e a percepção dos estudantes sobre os moradores de comunidades ribeirinhas e indígenas do interior da Amazônia. Mostrar a floresta para o mundo Para a estudante de 14 anos Vitória da Silva Oliveira, também da RDS do Juma, as atividades do programa a desafiaram a encarar sua timidez na produção de conteúdo, algo que ela considera positivo. Segundo a jovem, isso significa o futuro. “A gente consegue nossos objetivos nos comunicando melhor. Muitas pessoas não sabem o que é a Amazônia, às vezes só sabem que é uma floresta e que gera oxigênio, mas as pessoas que moram aqui conhecem como ninguém como é a vida ribeirinha e o que nós passamos no dia a dia. Com o Repórteres da Floresta, a gente consegue dar voz às pessoas daqui”, diz. Na visão de Vitória, que sonha em ser engenheira ambiental para ajudar na manutenção da floresta em pé, está claro o entendimento de que a pressão por melhores políticas públicas para os povos da floresta perpassa pela comunicação. “Conseguimos nos destacar, assim”, finaliza. “A nossa ideia é empoderar essas pessoas para que elas digam o que elas querem para elas, para o futuro e para a Amazônia. Por isso a importância dessas capacitações”, afirma Rafael Sales, supervisor de núcleos do Programa de Educação e Sustentabilidade (PES) da FAS. Sobre a FAS Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia. #Envolverde

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