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quinta-feira, 21 de abril de 2022
Menos de 10% dos infectados com doença de Chagas recebem diagnóstico e tratamento oportunos
A doença causa cerca de 30 mil novas infecções a cada ano. Boa parte delas no México, América Central e América do Sul, onde é endêmica. Estima-se que 70% das pessoas afetadas não sabem que foram infectadas.
Chagas é uma doença parasitária potencialmente fatal, mas quase 100% curável se tratada em seu estágio inicial e agudo. Ela é transmitida aos seres humanos por insetos (conhecidos como barbeiros), transfusão de sangue ou transplante de órgãos, consumo de alimentos contaminados e durante a gravidez e o parto.
No Dia Mundial da Doença de Chagas, marcado em 14 de abril, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) pede a detecção de todos os casos e o acesso equitativo à atenção a essa doença.
Estima-se que 70% das pessoas afetadas não sabem que foram infectadas. O tema da campanha de 2022 tem foco em detectar e notificar todos os casos para derrotar a doença de Chagas.
Chagas é uma doença parasitária potencialmente fatal causada pelo microorganismo Trypanosoma cruzi. É transmitida aos seres humanos por insetos (conhecidos como barbeiros), transfusão de sangue ou transplante de órgãos, consumo de alimentos contaminados e durante a gravidez e o parto.
“Os esforços dos países da região para prevenir e controlar a transmissão vetorial, iniciados na década de 1990, mostram que é possível acabar com a doença de Chagas”, afirmou o diretor de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da OPAS, Marcos Espinal. “Este Dia Mundial é uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre a doença de Chagas e redobrar as ações para preveni-la, detectá-la, tratá-la e quebrar a cadeia de transmissão.”
Dos 21 países da região onde a doença de Chagas é endêmica, 17 conseguiram interromper a transmissão vetorial em domicílios em nível nacional ou subnacional. As mortes anuais também foram reduzidas de cerca de 45 mil em 1990 para 10 mil atualmente, e a população exposta a esses insetos caiu de cerca de 100 milhões para 70 milhões nos últimos 30 anos.
Com cerca de 8 mil bebês nascendo com Chagas a cada ano na região, a transmissão materno-infantil é agora a principal via de infecção e disseminação em países que controlaram a transmissão vetorial, melhoraram os padrões de moradia e implementaram a triagem universal em bancos de sangue.
“Se queremos derrotar a doença de Chagas, devemos manter os esforços para eliminar a transmissão vetorial em países que ainda não conseguiram isso, promover o rastreamento universal de Chagas para todas as mulheres em idade reprodutiva e oferecer tratamento gratuito a todas as que testarem positivo”, disse o chefe da unidade de Doenças Infecciosas Negligenciadas da OPAS, Luis Gerardo Castellanos. Além disso, “as gestantes com Chagas devem ser acompanhadas desde o início da gravidez e tratadas após o parto. Seus recém-nascidos devem ser testados e tratados se forem positivos”, complementou.
A doença de Chagas se expandiu das áreas rurais para as urbanas e ultrapassou as fronteiras da América Latina devido às viagens de pessoas para países e continentes que desconhecem a enfermidade e onde a transmissão ocorre por meio de transfusão sanguínea ou transmissão congênita, afetando milhares de pessoas.
Estima-se que até 30% dos pacientes com doença crônica possam desenvolver complicações a longo prazo, que podem ter consequências irreversíveis e crônicas para o sistema digestivo e para o coração. No entanto, se detectada precocemente, a doença pode ser curada ou seu curso clínico melhorado. Na fase crônica, o tratamento pode frear ou deter sua progressão.
A OPAS está trabalhando para fortalecer a capacidade dos profissionais de saúde para diagnosticar e tratar a doença de maneira oportuna e apropriada em todas as populações suspeitas, particularmente em mulheres e recém-nascidos, para eliminar a transmissão vertical da doença de Chagas e três outras enfermidades. Esses esforços fazem parte de uma iniciativa da OPAS que busca eliminar a doença de Chagas e outras doenças infecciosas até 2030.
Doença de Chagas nas Américas em números:
A doença é endêmica em 21 países da região
Cerca de 70 milhões de pessoas vivem sob risco de contrair Chagas na região pela picada de um inseto que transmite a doença
Sete em cada 10 pessoas que têm Chagas desconhecem sua condição
Mais de 10 mil pessoas morrem a cada ano devido a complicações clínicas da doença
A doença de Chagas é quase 100% curável se tratada em seu estágio inicial e agudo
Entre 2% e 8% das gestantes infectadas com a doença de Chagas podem transmiti-la aos seus bebês
Todos os 21 países endêmicos mantêm triagem universal de doadores de sangue
A prevalência média de doadores de banco de sangue detectados com Chagas na América Latina é de 0,2%
*Crédito da imagem: Legenda: Dos 21 países da região onde a doença de Chagas é endêmica, 17 conseguiram interromper a transmissão vetorial em domicílios em nível nacional ou subnacional
Foto: © OPAS
#Envolverde
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