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sábado, 30 de abril de 2022
"O GRITO DO BICHO" Boletim Informativo do dia 29.04.2022
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• Soldado ucraniano encontra cachorro que desapareceu em meio a bombardeio
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Benefícios climáticos das florestas vão muito além do sequestro de carbono
Por Santiago Florez*
A política e as negociações climáticas historicamente se concentraram no papel das florestas no sequestro de dióxido de carbono e na mitigação do aquecimento global. Um novo estudo (1) expandiu esse foco para revisar três mecanismos biofísicos pelos quais as florestas influenciam o clima em diferentes latitudes. Através da evapotranspiração, rugosidade do dossel e albedo, as florestas influenciam o clima e promovem a estabilidade, reduzindo temperaturas extremas e inundações em todas as estações e em todas as latitudes, descobriram os pesquisadores.
Para Emilia Pramova , pesquisadora da empresa de manejo florestal OpenForests, estudos como este podem ajudar os formuladores de políticas a abandonar a “visão do túnel de carbono” e reconhecer o papel das florestas na promoção da biodiversidade, resiliência e bem-estar social, além de outras adaptações à das Alterações Climáticas.
Resfriando Florestas Tropicais
Embora todas as latitudes se beneficiem da cobertura florestal, “a mensagem é muito clara: os maiores benefícios estão nos trópicos”, disse Louis Verchot , um dos autores do artigo e principal cientista do Centro Internacional de Agricultura Tropical da Colômbia.
As florestas tropicais têm uma enorme quantidade de biomassa e “estão fotossintetizando todos os dias do ano … .
Esse mecanismo, explicou ele, “é essencialmente um sistema de ar condicionado”. Por exemplo, onde Coe trabalha no Brasil, as áreas desmatadas são “5°C mais quentes em média durante o ano” do que as áreas florestadas.
Além da fotossíntese, a equipe descobriu que a evapotranspiração nas florestas tropicais aumenta a cobertura de nuvens e promove a precipitação ao liberar compostos orgânicos voláteis biogênicos , que são “extremamente reativos na atmosfera. Eles criam núcleos de condensação de nuvens [e] alteram a distribuição de gotículas dentro das nuvens, o que as torna mais brilhantes e mantêm o ciclo hidrológico”, disse Verchot.
A maior parte das massas de ar que passam pela floresta amazônica, por exemplo, vem do Oceano Atlântico. Quando chegam ao oeste da Amazônia e aos Andes, “60% a 70% [de sua massa] caiu em algum lugar [como chuva], foi bombeada de volta para a atmosfera por árvores e caiu novamente”, explicou Verchot. .
A superfície irregular de um dossel florestal (2- rugosidade do dossel ) também atenua os efeitos de temperaturas mais quentes. A rugosidade do dossel leva ao aumento da turbulência do ar, que redistribui o calor do solo da floresta para a atmosfera. Segundo Coe, quando as áreas perdem a rugosidade da copa (como ocorre quando são desmatadas), o resultado tem “um efeito de frigideira. Coloca uma tampa na atmosfera que mantém o aquecimento local.”
As florestas normalmente têm albedo baixo e temperaturas mais altas, pois a vegetação densa absorve mais energia do que as pastagens ou o solo nu. O efeito de aquecimento do baixo albedo é superado nas florestas tropicais, no entanto, pela evapotranspiração e rugosidade do dossel, resultando em resfriamento durante todo o ano.
Resiliência Econômica e Social
Os efeitos combinados do sequestro de carbono e controles biofísicos são “necessários para orientar as decisões políticas que apoiam a mitigação do clima global, a adaptação local e a conservação da biodiversidade”, escrevem os autores. Verchot disse que os formuladores de políticas em países tropicais em particular “precisam olhar para essas oportunidades [para a conservação florestal] e incorporá-las em seu modelo de desenvolvimento”.
Para Mateo Estrada , líder indígena Siriano e coordenador ambiental da Organização dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana, a nova pesquisa ajuda a criar “espaços de diálogo onde empresas, governos e moradores urbanos possam reconhecer a importância das florestas para seu sucesso econômico e sobrevivência”. Por exemplo, Bogotá, uma cidade com mais de 7 milhões de habitantes, pode perder cerca de 60% de suas chuvas anuais se o desmatamento continuar na Amazônia.
As comunidades indígenas “estão protegendo grandes porções de florestas e têm um papel climático muito importante”, disse Coe. Estrada acredita que a melhor maneira de proteger as florestas tropicais é “resolver as necessidades das pessoas que vivem lá… precisamos de novas economias baseadas em nosso Conhecimento Tradicional”, citando a necessidade de proteger as tradições indígenas, proteger a biodiversidade genética da região por meio de patentes , e proteger o apoio ao turismo local e esforços de conservação.
Em todo o mundo, as florestas fornecem estabilização climática local, ao mesmo tempo que sequestram dióxido de carbono. Proteger, expandir e melhorar a gestão desses ecossistemas – especialmente as florestas tropicais – é uma das melhores estratégias para mitigar e adaptar-se ao aquecimento global. “Essas florestas são um dos nossos maiores ativos; [eles são] uma das melhores maneiras de estabilizar o clima e ajudar a salvar vidas simplesmente não fazendo nada. Basta mantê-los no lugar”, concluiu Coe.
—Santiago Flórez ( @rflorezsantiago ), Escritor de Ciências
Referências:
Flórez, S. (2022), Climate benefits of forests go far beyond carbon sequestration, Eos, 103
https://doi.org/10.1029/2022EO220205
1
Lawrence Deborah, Coe Michael, Walker Wayne, Verchot Louis, Vandecar Karen
The Unseen Effects of Deforestation: Biophysical Effects on Climate
Frontiers in Forests and Global Change
https://doi.org/10.3389/ffgc.2022.756115
2
Monica Herrero-Huerta, Alexander Bucksch, Eetu Puttonen, Katy M. Rainey, “Canopy Roughness: A New Phenotypic Trait to Estimate Aboveground Biomass from Unmanned Aerial System”, Plant Phenomics, vol. 2020, Article ID 6735967, 10 pages, 2020. https://doi.org/10.34133/2020/6735967
Henrique Cortez *, tradução e edição.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/04/2022
Mudança climática dobrará o risco de ciclones tropicais intensos até 2050
As mudanças climáticas causadas pelo homem tornarão fortes ciclones tropicais duas vezes mais frequentes até meados do século, colocando em risco grandes partes do mundo, de acordo com um novo estudo publicado na Science Advances .
A análise também projeta que as velocidades máximas do vento associadas a esses ciclones podem aumentar em torno de 20%.
University of Southampton*
Apesar de estar entre os eventos climáticos extremos mais destrutivos do mundo, os ciclones tropicais são relativamente raros. Em um determinado ano, apenas cerca de 80 a 100 ciclones tropicais se formam globalmente, a maioria dos quais nunca atinge a terra firme. Além disso, os registros históricos globais precisos são escassos, tornando difícil prever onde eles ocorrerão e quais ações os governos devem tomar para se preparar.
Para superar essa limitação, um grupo internacional de cientistas envolvendo Ivan Haigh, da Universidade de Southampton, desenvolveu uma nova abordagem que combinou dados históricos com modelos climáticos globais para gerar centenas de milhares de “ciclones tropicais sintéticos”.
Dr. Nadia Bloemendaal do Instituto de Estudos Ambientais, Vrije Universiteit Amsterdam, que liderou o estudo, disse:
“Nossos resultados podem ajudar a identificar os locais propensos ao maior aumento no risco de ciclones tropicais . Os governos locais podem então tomar medidas para reduzir o risco em sua região, para que os danos e as fatalidades possam ser reduzidos”
“Com nossos dados disponíveis publicamente, agora podemos analisar o risco de ciclones tropicais com mais precisão para cada cidade ou região costeira individual “
Ao criar um conjunto de dados muito grande com esses ciclones gerados por computador, que têm características semelhantes aos ciclones naturais, os pesquisadores conseguiram projetar com muito mais precisão a ocorrência e o comportamento de ciclones tropicais em todo o mundo nas próximas décadas diante das mudanças climáticas , mesmo em regiões onde os ciclones tropicais quase nunca ocorrem hoje.
A análise da equipe descobriu que a frequência dos ciclones mais intensos, aqueles da categoria 3 ou superior, dobrará globalmente devido às mudanças climáticas, enquanto os ciclones tropicais mais fracos e as tempestades tropicais se tornarão menos comuns na maioria das regiões do mundo. A exceção a isso será a Baía de Bengala, onde os pesquisadores encontraram uma diminuição na frequência de ciclones intensos
Muitos dos locais de maior risco estarão em países de baixa renda. Os países onde os ciclones tropicais são relativamente raros hoje verão um risco aumentado nos próximos anos, incluindo Camboja, Laos, Moçambique e muitas nações insulares do Pacífico, como as Ilhas Salomão e Tonga. Globalmente, a Ásia verá o maior aumento no número de pessoas expostas a ciclones tropicais, com milhões adicionais expostos na China, Japão, Coreia do Sul e Vietnã.
Dr. Ivan Haigh, Professor Associado da Universidade de Southampton, disse:
“O que é particularmente preocupante é que os resultados do nosso estudo destacam que algumas regiões que atualmente não experimentam ciclones tropicais provavelmente sofrerão em um futuro próximo com as mudanças climáticas”.
“O novo conjunto de dados de ciclones tropicais que produzimos ajudará muito no mapeamento da mudança do risco de inundação em regiões de ciclones tropicais”
O estudo pode ajudar governos e organizações a avaliar melhor o risco de ciclones tropicais , apoiando assim o desenvolvimento de estratégias de mitigação de risco para minimizar impactos e perda de vidas.
Referência:
A globally consistent local-scale assessment of future tropical cyclone risk
Science Advances • 27 Apr 2022 • Vol 8, Issue 17 • DOI: 10.1126/sciadv.abm8438
https://doi.org/10.1126/sciadv.abm8438
Article has an altmetric score of 442
Henrique Cortez *, tradução e edição.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/04/2022
quinta-feira, 28 de abril de 2022
Cerca de 20% dos jovens brasileiros não têm acesso ao ensino médio
O relatório “Reimaginar nossos futuros juntos”, que será lançado em 28 de abril, destaca a urgência de um novo contrato social para promover a equidade o acesso de todos à educação
De 24 a 31 de abril é celebrada a Semana Internacional da Educação. Em comemoração, a UNESCO apresenta na América Latina o relatório “Reimaginar nossos futuros juntos: Um novo contrato social para a educação”. O documento será publicado em português e em espanhol pela Fundação SM.
No Brasil, o lançamento acontecerá em 28 de abril, por ocasião do Dia da Educação. Um evento virtual será organizado com a participação de personalidades como António Nóvoa, professor e pesquisador da Universidade de Lisboa; Marlova Noleto, Diretora e Representante da UNESCO no Brasil; Mayte Ortiz, diretora da Fundação SM; e Veridiana Bertolinni, Gerente de Valor Social da Globo. O encontro será transmitido ao vivo pelo canal da UNESCO no YouTube: https://www.youtube.com/unescoPortuguese.
Enfoque em questões urgentes
O relatório enfatiza questões relevantes para um novo contrato social para a educação, com o objetivo de facilitar a equidade e o acesso, como expresso no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4). A meta propõe alcançarmos uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, que significa “promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. Atualmente, no Brasil, apenas 80% dos jovens chegam ao ensino médio.
Um dos pontos do documento destaca a importância da educação como ferramenta para uma consciência ambiental. Em apenas algumas décadas, passamos de 70% de área florestal para 59%, ou seja, uma perda de 11%. O cenário reforça a necessidade de estratégias urgentes para permitir a implementação do relatório no âmbito escolar.
O relatório afirma ainda que as políticas educacionais devem impulsionar o progresso da aprendizagem individual de cada aluno e a cooperação, em vez de uma avaliação que compare os alunos uns com os outros.
“Mais de 80% dos professores, pais e alunos querem uma educação personalizada. Isto agora é possível com o apoio da pedagogia digital e da inteligência artificial. Podemos garantir que cada aluno receba a educação de qualidade a que tem direito, trabalhe em seu próprio ritmo e seja seu próprio ponto de referência para maximizar seu potencial para ter uma vida próspera. Devemos abordar problemas como o fato de que 40% da população mundial não consegue ter acesso à educação em um idioma que entendem, prejudicando a construção de um sistema educacional resistente para o futuro”, diz o documento.
Além disso, o material apela para esforços urgentes para reorganizar o financiamento da educação em currículos, pedagogias, pesquisa e avaliação, para se concentrar no aprendizado cognitivo-emocional. Olhando para o futuro, o relatório convida os legisladores a investir em programas de pesquisa educacional multidisciplinares, em larga escala, abertos e inclusivos.
Data: 28 de Abril de 2022
Horário: 10h às 12h
Local: https://www.youtube.com/unescoPortuguese
Inscrição: https://forms.office.com/r/w1SsWEbEFaE
#Envolverde
Brasil liderou a perda de florestas tropicais primárias no mundo em 2021
Importante: O GFW difere do Prodes, o sistema de monitoramento do desmatamento da Amazônia do Inpe, por ter metodologia e período de análise diferentes: o GFW vai de janeiro a dezembro, enquanto o Prodes pega de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Apesar dessas diferenças, ambos mostram aumento da tendência da perda de florestas primárias.
Quase metade da perda de florestas primárias no mundo em 2021 se deu no Brasil. O dado é do Global Forest Watch (GFW), plataforma de monitoramento de florestas em todo o planeta. Foram 1,5 milhão de hectares de florestas tropicais primárias perdidas no ano passado, o que representa 40% de toda a perda de florestas primárias no planeta em 2021. O país lidera o triste ranking da perda de florestas bem à frente do segundo colocado (República Democrática do Congo, com 500 mil hectares).
Todos os anos, o GFW apresenta uma avaliação independente do estado das florestas do mundo no ano anterior. Os dados são produzidos a partir de análises geoespaciais desenvolvidas pela Universidade de Maryland, e monitoram a cobertura florestal no mundo todo, incêndios florestais e perda de florestas primárias nos trópicos.
A atualização deste ano apresenta uma novidade, que são as perdas de florestas causadas ou não por fogo. No caso do Brasil, nem mesmo a redução dos focos na Amazônia e Pantanal em 2021 alterou essa tendência. As perdas não relacionadas ao fogo – que no Brasil são mais frequentemente associadas à expansão agrícola – aumentaram 9% entre 2020 e 2021
O Brasil detém cerca de um terço das florestas tropicais primárias remanescentes do mundo e tem mantido taxas de perda de florestas primárias acima de 1 milhão de hectares desde 2016, segundo os dados do GFW.
“A perda de floresta primária no Brasil é especialmente preocupante, pois novas evidências revelam que a floresta amazônica está perdendo resiliência, estando mais perto de um ponto de inflexão do que se pensava anteriormente”, diz Fabíola Zerbini, diretora de Florestas, Agricultura e Uso do Solo do WRI Brasil.
A distribuição das áreas de perda de florestas primárias mostra uma expansão das regiões mais críticas para além do Arco do Desmatamento. Muitos novos focos de perda de floresta primária nesses estados abrangem clareiras em grande escala – provavelmente para pastagens de gado – ao longo de estradas existentes, como a BR-319.
Perda de florestas no mundo se mantém alta
Ao todo, o GFW identificou a perda de 3,75 milhões de hectares de florestas tropicais primárias no mundo. Para além do Brasil, chama a atenção a perda de florestas em países como Bolívia e República Democrática do Congo, que registraram aumento com relação à 2020. Já a Indonésia registrou redução das taxas de perda florestal pelo quinto ano consecutivo, indicando que políticas públicas do governo da Indonésia e comprometimentos do setor privado no país estão surtindo efeito.
Apesar de se concentrar nos trópicos, que é onde ocorre 96% da derrubada permanente de florestas no mundo, o GFW também analisou florestas boreais e temperadas, identificando um aumento de 29% na perda florestal por fogo, especialmente na Sibéria – nessa região, as florestas estão ameaçadas pelas mudanças climáticas.
Sobre o Global Forest Watch
O Global Forest Watch é uma plataforma global de monitoramento de perda de florestas em todo o planeta. Ela analisa e interpreta os dados fornecidos pela Universidade de Maryland, com resolução de 30 metros, que mapeiam a perda de cobertura arbórea, ou seja, tanto de florestas naturais como de florestas plantadas e perda devido a causas naturais ou humanas.
O relatório anual concentra-se em florestas primárias tropicais úmidas por serem áreas florestais de maior preocupação, por sua biodiversidade e importância para o enfrentamento da emergência climática, e também para evitar a inclusão de perda em plantações.
"O GRITO DO BICHO" - Boletim Informativo do dia 28.04.2022
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quarta-feira, 27 de abril de 2022
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terça-feira, 26 de abril de 2022
Greenpeace Brasil, 30 anos: que venha um novo ciclo!
Chegamos aos 30 anos de atuação no país com a urgência de transformar.
JAMESPIZARRO, você sabe como a história do Greenpeace começou no Brasil?
No dia 26 de abril de 1992, um grupo de ativistas a bordo do navio Rainbow Warrior fincou 800 cruzes no pátio da Usina Nuclear de Angra, no Rio de Janeiro, simbolizando os mortos no acidente radioativo de Chernobyl. O protesto marcava o início das atividades do Greenpeace no Brasil.
O mundo - que em 1992 se reuniu no Rio de Janeiro para discutir desenvolvimento sustentável e um planeta que começava a dar sinais de aquecimento - hoje vive as consequências de não ter mudado rápido o bastante.
Há 30 anos, a Amazônia tinha perdido 14 mil km² para o desmatamento. Hoje, a destruição da nossa maior floresta já acumula mais de 406 mil km², o equivalente aos estados de SP, PB, RN e o DF juntos. Qual seria o tamanho do estrago se o Greenpeace Brasil - assim como outras tantas organizações e movimentos de resistência - não tivessem dedicado suas vidas a essa causa? Como medir o que esses 30 anos deixam de legado?
Pra gente, o que mais importa é saber que temos muito ainda a fazer. Entramos em uma década crucial para a humanidade - aquela que definirá se teremos um planeta hostil à vida humana ou não - com a maturidade de quem já enfrentou muitas crises e desafios, e sabe que a luta é o que nos mantém vivos.
Transformemos o conformismo em ativismo, e o autoritarismo em uma democracia mais madura. Há muito o que fazer, e a gente está só começando.
Obrigada a você, JAMESPIZARRO, que está ou esteve conosco, de uma forma ou de outra, ao longo destes 30 anos. Só com você caminhando junto poderemos transformar os próximos 30. Vamos?
Carolina Pasquali, diretora executiva do Greenpeace Brasil.
Se você ainda não é um doador e quer estar ao nosso lado no caminho para essa transformação, clique aqui e doe! Dependemos apenas de pessoa como você pra financiar nossas atividades. Junte-se a nós na defesa do meio ambiente e nesta transformação, Seja um doador do Greenpeace Brasil.
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© Greenpeace Brasil 2021
Greenpeace Brasil Rua Fradique Coutinho, 352 São Paulo, SP
Este e-mail foi enviado para jamespizarro137@hotmail.com porque está inscrito nas listas do Greenpeace Brasil.
Desmatamento em Terras Indígenas representou menos de 2% do total dos últimos 30 anos
Um levantamento feito pelo MapBiomas reforçou a importância dos Povos Indígenas e da demarcação de suas Terras para a preservação das florestas. Nas últimas três décadas, mais de 69 milhões de hectares de vegetação foram perdidos pelo desmatamento, mas apenas 1,1 milhão desse total foram observados em áreas indígenas, o que representa 1,6% do total. Em compensação, nas áreas privadas, a perda de vegetação representou mais de 68% do total desmatado no país, o equivalente a 47,2 milhões de hectares de vegetação suprimida.
“As Terras Indígenas são barreiras contra o avanço do desmatamento na Amazônia. Elas são as áreas mais protegidas no Brasil e a maior parte do desmatamento ocorre em áreas privadas”, disse Julia Shimbo, pesquisadora do IPAM e do MapBiomas, citada por Estadão e O Globo. “Teríamos um cenário muito pior [se o desmatamento em TIs seguisse o mesmo comportamento]. Os Povos Indígenas dependem dos recursos da floresta e os utilizam, por isso têm interesse em mantê-la em pé”.
O contraste entre o desmatamento em áreas privadas e em Terras Indígenas fica ainda maior quando consideramos a extensão dessas categorias fundiárias no Brasil: as áreas demarcadas ocupam apenas 13,9% do território nacional, o que corresponde a 19,5% da vegetação nativa do país.
O cenário apontado pelo MapBiomas traz motivos para preocupação: dados do INPE mostram que o desmatamento nas áreas indígenas se multiplicou por 1,7 na média dos últimos três anos em comparação com os números observados entre 2016 e 2018. Isso é reflexo direto do avanço do garimpo: a área ocupada pelos garimpeiros cresceu cinco vezes desde 2010, principalmente nos territórios Kayapó (7,6 mil ha), Munduruku (1,5 mil ha) e Yanomami (414 ha).
CBN, CNN Brasil, Folha, Jornal Hoje (TV Globo) e Projeto Colabora, entre outros veículos, também deram destaque aos dados do MapBiomas.
#Envolverde
Publicação analisa riscos e oportunidades para a cadeia extrativista do Baru
Geração de renda, valorização dos modos de vida e a conservação do Cerrado. Esses são alguns dos benefícios que o aproveitamento sustentável e a comercialização do Baru, fruto típico do bioma, proporcionam a todos e todos os agroextrativistas e comunidades. Por isso, para fortalecer a cadeia extrativista do Baru, foi lançada a publicação “Baru: análise de riscos e oportunidades para o desenvolvimento da cadeia”, em versão inglês e português.
A publicação elaborada pelo WWF-Brasil e o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) com apoio do Instituto Humanize e União Europeia, identifica e analisa os principais elementos potenciais de risco associados à cadeia de valor do Baru, com foco em ressaltar algumas oportunidades de desenvolvimento.
“Um dos principais objetivos do estudo é analisar os principais desafios e necessidades de melhorias para essa cadeia tão importante e apontar oportunidades para fortalecer o trabalho que é fundamental para os povos do Cerrado na geração de renda, comércio justo e melhorias das condições de vida das comunidades”, Ana Carolina Bauer, Analista de Conservação do WWF-Brasil.
Além de contribuir para a conservação das áreas nativas usadas para a coleta dessa espécie, o Baru apresenta uma diversidade de usos, que vão desde o alimentar ao medicinal, com destaque para a castanha ou semente do fruto.
Como a publicação ressalta, o uso sustentável do Cerrado é uma importante alternativa para promoção da qualidade de vida e economia regional. Nesse sentido, os povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares são protagonistas no uso sustentável dos produtos em equilíbrio com o bioma.
O líder de Assessoria a Negócios Comunitários da Conexsus, Pedro Frizo, ressalta a importância das oportunidades de comercialização do Baru.
“O Baru sempre foi um produto importante para a composição de renda entre os agroextrativistas do Cerrado. Sobretudo nos últimos anos, ele passou a ser extremamente demandado no mercado nacional e, principalmente, no internacional. Neste sentido, o estudo busca compreender quais as limitações e as oportunidades para que esta cadeia de valor, ainda incipiente se comparada a outras da sociobiodiversidade brasileira, esteja estruturada em termos de desenvolvimento econômico e sustentável, especialmente para as comunidades e territórios envolvidos na sua produção”.
A análise foi estruturada em quatro temas principais, ambiental, econômico, governança e social e foi dividida em critérios e indicadores, com o propósito de identificar riscos socioambientais, onde concentrar esforços para o desenvolvimento e como priorizar o fortalecimento da sustentabilidade socioambiental e econômica da cadeia.
Saiba mais sobre o Baru
Segundo informações do estudo, o Baru é o fruto do baruzeiro (nome científico Dipteryx alata), árvore nativa do Cerrado. Sua madeira é reconhecida pela resistência e qualidade, tendo ainda propriedades fúngicas. De acordo com dados do Serviço Nacional de Informações Florestais (SNIF), o baru ocorre com maior frequência nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, onde a sua coleta e comercialização é bem difundida. Em menor escala ocorre nos estados da Bahia, Maranhão, Pará, Piauí, Rondônia, Tocantins e norte de São Paulo.
A castanha é considerada um superalimento e pode ser consumida in natura ou torrada. Da castanha in natura é possível produzir óleos, farinha, manteiga, tortas e até gerar energia pela queima da casca. Já as castanhas podem ser consumidas diretamente ou indiretamente, utilizadas, por exemplo, na produção de doces como paçoca, pé-de-moleque, rapadura e outras receitas.
Sobre o WWF-Brasil
O WWF-Brasil é uma ONG brasileira que há 25 anos atua coletivamente com parceiros da sociedade civil, academia, governos e empresas em todo país para combater a degradação socioambiental e defender a vida das pessoas e da natureza. Estamos conectados numa rede interdependente que busca soluções urgentes para a emergência climática.
Sobre a Conexsus
O Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) é uma organização da sociedade civil de interesse público que atua para ativar o ecossistema de negócios comunitários de impacto socioambiental, ampliando sua contribuição para a geração de renda no campo e para a conservação de florestas e biomas. Seu objetivo é fortalecer as iniciativas que mantêm a resiliência territorial e climática a partir do desenvolvimento de negócios sustentáveis no Brasil, com foco na agenda climática global e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Crédito da Imagem Destacada: Crédito: Luis Carrazza – ISPN – mão segurando baru
#Envolverde
Crise climática e mulheres: é o nosso consumo que destrói o meio ambiente?
As pessoas não são as principais culpadas pela crise climática, mas isso não quer dizer que elas não têm responsabilidades
A gente está vivendo no meio de uma crise climática e ambiental. E quase tudo que a gente usa polui o planeta. O absorvente descartável, por exemplo, é feito, majoritariamente, de material plástico e demora quase 400 anos para se desfazer, segundo o Instituto Akatu. Agora, se uma pessoa que menstrua usa em média 20 quilos de absorvente durante a vida, imagina o quanto de lixo é produzido a partir desse item de higiene pessoal? Muita coisa, né? Mas será que a culpa pela crise então é nossa?
O Brasil é o quarto maior produtor de resíduos plásticos do mundo, segundo estudo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), mas a maior parte desse lixo não é produzido pelas pessoas, e sim pelas empresas.
Então, de quem é a culpa de toda essa poluição que gera a crise climática? A gente que compra o absorvente e outros itens feitos de plástico? As empresas que fazem produtos que agridem o meio ambiente? Ou os governos que não impõem regras duras para reciclagem do lixo?
É isso que a gente discute no Mas Vocês Veem Gênero em Tudo desta semana! Assista! E não se esqueça de se inscrever no nosso canal para saber quando tiver vídeo novo no ar!
E vale lembrar: mulheres são as mais afetadas pela crise ambiental. Existe até uma linha do feminismo que defende que não dá pra falar de direitos das mulheres sem falar de defesa do meio ambiente, nem dá pra defender o meio ambiente sem recorte de gênero. É o ecofeminismo e aqui você pode saber mais sobre ele.
#Envolverde
segunda-feira, 25 de abril de 2022
"O GRITO DO BICHO" - Boletim Informativo do dia 25.04.2022
Queridos leitores do Blog "O Grito do Bicho”
Publicamos matérias superinteressantes e selecionadas que levam vocês a terem conhecimento das questões ligadas aos animais e meio ambiente no mundo todo. Podem ler no nosso blog www.ogritodobicho3.com ou diretamente nos títulos abaixo.
• Pomba invade Mundial de sinuca, sobe em mesa e arranca risadas
• Cachorro policial invade o campo em final do Pernambucano e rouba a bola do jogo
• Filhote de capivara se enrosca em sacola plástica na ciclovia do Rio Pinheiros - SP
• Égua é resgatada após se assustar com volume de água e subir em laje de casa em Angra - RJ
• Idoso de 90 anos viaja a cidade vizinha para visitar canil e decide adotar cadela
• Estudante imprime próteses em 3D para cães amputados
• Prefeitura de Botucatu (SP) encerra contrato com empresa que administra o Canil Municipal
• Homem corta pata de cadela porque “vivia solta, correndo atrás de motociclistas”
• Bolsonaro vai chegar à ExpoZebu 2022, dia 30/4, em Uberaba, a cavalo
• Mudanças climáticas: Doodle do Google faz alerta no Dia da Terra 2022
• Mulher é presa após pedir para homem jogar o próprio cachorro dela em rio, em Varginha - MG
• Polícia investiga vídeo de prática de "quebra pote" com gatos no interior do Piauí
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sheila moura
Antonio Candido indica 10 livros para conhecer o Brasil
Por Antonio Candido* –
Quando nos pedem para indicar um número muito limitado de livros importantes para conhecer o Brasil, oscilamos entre dois extremos possíveis: de um lado, tentar uma lista dos melhores, os que no consenso geral se situam acima dos demais; de outro lado, indicar os que nos agradam e, por isso, dependem sobretudo do nosso arbítrio e das nossas limitações. Ficarei mais perto da segunda hipótese.
Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós, mesmo no que se refere à simples informação, depende de muita coisa além do valor que ele possa ter. Depende do momento da vida em que o lemos, do grau do nosso conhecimento, da finalidade que temos pela frente. Para quem pouco leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio pode ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um livro importante não passa de chuva no molhado. Além disso, há as afinidades profundas, que nos fazem afinar com certo autor (e portanto aproveitá-lo ao máximo) e não com outro, independente da valia de ambos.
Por isso, é sempre complicado propor listas reduzidas de leituras fundamentais. Na elaboração da que vou sugerir (a pedido) adotei um critério simples: já que é impossível enumerar todos os livros importantes no caso, e já que as avaliações variam muito, indicarei alguns que abordam pontos a meu ver fundamentais, segundo o meu limitado ângulo de visão. Imagino que esses pontos fundamentais correspondem à curiosidade de um jovem que pretende adquirir boa informação a fim de poder fazer reflexões pertinentes, mas sabendo que se trata de amostra e que, portanto, muita coisa boa fica de fora.
São fundamentais tópicos como os seguintes: os europeus que fundaram o Brasil; os povos que encontraram aqui; os escravos importados sobre os quais recaiu o peso maior do trabalho; o tipo de sociedade que se organizou nos séculos de formação; a natureza da independência que nos separou da metrópole; o funcionamento do regime estabelecido pela independência; o isolamento de muitas populações, geralmente mestiças; o funcionamento da oligarquia republicana; a natureza da burguesia que domina o país. É claro que estes tópicos não esgotam a matéria, e basta enunciar um deles para ver surgirem ao seu lado muitos outros. Mas penso que, tomados no conjunto, servem para dar uma ideia básica.
O povo brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro
Entre parênteses: desobedeço o limite de dez obras que me foi proposto para incluir de contrabando mais uma, porque acho indispensável uma introdução geral, que não se concentre em nenhum dos tópicos enumerados acima, mas abranja em síntese todos eles, ou quase. E como introdução geral não vejo nenhum melhor do que O povo brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro, livro trepidante, cheio de ideias originais, que esclarece num estilo movimentado e atraente o objetivo expresso no subtítulo: “A formação e o sentido do Brasil”.
Quanto à caracterização do português, parece-me adequado o clássico Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, análise inspirada e profunda do que se poderia chamar a natureza do brasileiro e da sociedade brasileira a partir da herança portuguesa, indo desde o traçado das cidades e a atitude em face do trabalho até a organização política e o modo de ser. Nele, temos um estudo de transfusão social e cultural, mostrando como o colonizador esteve presente em nosso destino e não esquecendo a transformação que fez do Brasil contemporâneo uma realidade não mais luso-brasileira, mas, como diz ele, “americana”.
História dos índios do Brasil (1992)
Em relação às populações autóctones, ponho de lado qualquer clássico para indicar uma obra recente que me parece exemplar como concepção e execução: História dos índios do Brasil (1992), organizada por Manuela Carneiro da Cunha e redigida por numerosos especialistas, que nos iniciam no passado remoto por meio da arqueologia, discriminam os grupos linguísticos, mostram o índio ao longo da sua história e em nossos dias, resultando uma introdução sólida e abrangente.
Ser escravo no Brasil (1982)
Seria bom se houvesse obra semelhante sobre o negro, e espero que ela apareça quanto antes. Os estudos específicos sobre ele começaram pela etnografia e o folclore, o que é importante, mas limitado. Surgiram depois estudos de valor sobre a escravidão e seus vários aspectos, e só mais recentemente se vem destacando algo essencial: o estudo do negro como agente ativo do processo histórico, inclusive do ângulo da resistência e da rebeldia, ignorado quase sempre pela historiografia tradicional. Nesse tópico resisto à tentação de indicar o clássico O abolicionismo (1883), de Joaquim Nabuco, e deixo de lado alguns estudos contemporâneos, para ficar com a síntese penetrante e clara de Kátia de Queirós Mattoso, Ser escravo no Brasil (1982), publicado originariamente em francês. Feito para público estrangeiro, é uma excelente visão geral desprovida de aparato erudito, que começa pela raiz africana, passa à escravização e ao tráfico para terminar pelas reações do escravo, desde as tentativas de alforria até a fuga e a rebelião. Naturalmente valeria a pena acrescentar estudos mais especializados, como A escravidão africana no Brasil (1949), de Maurício Goulart ou A integração do negro na sociedade de classes (1964), de Florestan Fernandes, que estuda em profundidade a exclusão social e econômica do antigo escravo depois da Abolição, o que constitui um dos maiores dramas da história brasileira e um fator permanente de desequilíbrio em nossa sociedade.
Casa grande e senzala (1933)
Esses três elementos formadores (português, índio, negro) aparecem inter-relacionados em obras que abordam o tópico seguinte, isto é, quais foram as características da sociedade que eles constituíram no Brasil, sob a liderança absoluta do português. A primeira que indicarei é Casa grande e senzala (1933), de Gilberto Freyre. O tempo passou (quase setenta anos), as críticas se acumularam, as pesquisas se renovaram e este livro continua vivíssimo, com os seus golpes de gênio e a sua escrita admirável – livre, sem vínculos acadêmicos, inspirada como a de um romance de alto voo. Verdadeiro acontecimento na história da cultura brasileira, ele veio revolucionar a visão predominante, completando a noção de raça (que vinha norteando até então os estudos sobre a nossa sociedade) pela de cultura; mostrando o papel do negro no tecido mais íntimo da vida familiar e do caráter do brasileiro; dissecando o relacionamento das três raças e dando ao fato da mestiçagem uma significação inédita. Cheio de pontos de vista originais, sugeriu entre outras coisas que o Brasil é uma espécie de prefiguração do mundo futuro, que será marcado pela fusão inevitável de raças e culturas.
Sobre o mesmo tópico (a sociedade colonial fundadora) é preciso ler também Formação do Brasil contemporâneo, Colônia (1942), de Caio Prado Júnior, que focaliza a realidade de um ângulo mais econômico do que cultural. É admirável, neste outro clássico, o estudo da expansão demográfica que foi configurando o perfil do território – estudo feito com percepção de geógrafo, que serve de base física para a análise das atividades econômicas (regidas pelo fornecimento de gêneros requeridos pela Europa), sobre as quais Caio Prado Júnior engasta a organização política e social, com articulação muito coerente, que privilegia a dimensão material.
A América Latina, Males de origem (1905)
Caracterizada a sociedade colonial, o tema imediato é a independência política, que leva a pensar em dois livros de Oliveira Lima: D. João VI no Brasil (1909) e O movimento da Independência (1922), sendo que o primeiro é das maiores obras da nossa historiografia. No entanto, prefiro indicar um outro, aparentemente fora do assunto: A América Latina, Males de origem (1905), de Manuel Bonfim. Nele a independência é de fato o eixo, porque, depois de analisar a brutalidade das classes dominantes, parasitas do trabalho escravo, mostra como elas promoveram a separação política para conservar as coisas como eram e prolongar o seu domínio. Daí (é a maior contribuição do livro) decorre o conservadorismo, marca da política e do pensamento brasileiro, que se multiplica insidiosamente de várias formas e impede a marcha da justiça social. Manuel Bonfim não tinha a envergadura de Oliveira Lima, monarquista e conservador, mas tinha pendores socialistas que lhe permitiram desmascarar o panorama da desigualdade e da opressão no Brasil (e em toda a América Latina).
Do Império à República (1972)
Instalada a monarquia pelos conservadores, desdobra-se o período imperial, que faz pensar no grande clássico de Joaquim Nabuco: Um estadista do Império (1897). No entanto, este livro gira demais em torno de um só personagem, o pai do autor, de maneira que prefiro indicar outro que tem inclusive a vantagem de traçar o caminho que levou à mudança de regime: Do Império à República (1972), de Sérgio Buarque de Holanda, volume que faz parte da História geral da civilização brasileira, dirigida por ele. Abrangendo a fase 1868-1889, expõe o funcionamento da administração e da vida política, com os dilemas do poder e a natureza peculiar do parlamentarismo brasileiro, regido pela figura-chave de Pedro II.
A seguir, abre-se ante o leitor o período republicano, que tem sido estudado sob diversos aspectos, tornando mais difícil a escolha restrita. Mas penso que três livros são importantes no caso, inclusive como ponto de partida para alargar as leituras.
Os sertões (1902)
Um tópico de grande relevo é o isolamento geográfico e cultural que segregava boa parte das populações sertanejas, separando-as da civilização urbana ao ponto de se poder falar em “dois Brasis”, quase alheios um ao outro. As consequências podiam ser dramáticas, traduzindo-se em exclusão econômico-social, com agravamento da miséria, podendo gerar a violência e o conflito. O estudo dessa situação lamentável foi feito a propósito do extermínio do arraial de Canudos por Euclides da Cunha n’Os sertões (1902), livro que se impôs desde a publicação e revelou ao homem das cidades um Brasil desconhecido, que Euclides tornou presente à consciência do leitor graças à ênfase do seu estilo e à imaginação ardente com que acentuou os traços da realidade, lendo-a, por assim dizer, na craveira da tragédia. Misturando observação e indignação social, ele deu um exemplo duradouro de estudo que não evita as avaliações morais e abre caminho para as reivindicações políticas.
Da Proclamação da República até 1930 nas zonas adiantadas, e praticamente até hoje em algumas mais distantes, reinou a oligarquia dos proprietários rurais, assentada sobre a manipulação da política municipal de acordo com as diretrizes de um governo feito para atender aos seus interesses. A velha hipertrofia da ordem privada, de origem colonial, pesava sobre a esfera do interesse coletivo, definindo uma sociedade de privilégio e favor que tinha expressão nítida na atuação dos chefes políticos locais, os “coronéis”. Um livro que se recomenda por estudar esse estado de coisas (inclusive analisando o lado positivo da atuação dos líderes municipais, à luz do que era possível no estado do país) é Coronelismo, enxada e voto (1949), de Vitor Nunes Leal, análise e interpretação muito segura dos mecanismos políticos da chamada República Velha (1889-1930).
A revolução burguesa no Brasil (1974)
O último tópico é decisivo para nós, hoje em dia, porque se refere à modernização do Brasil, mediante a transferência de liderança da oligarquia de base rural para a burguesia de base industrial, o que corresponde à industrialização e tem como eixo a Revolução de 1930. A partir desta viu-se o operariado assumir a iniciativa política em ritmo cada vez mais intenso (embora tutelado em grande parte pelo governo) e o empresário vir a primeiro plano, mas de modo especial, porque a sua ação se misturou à mentalidade e às práticas da oligarquia. A bibliografia a respeito é vasta e engloba o problema do populismo como mecanismo de ajustamento entre arcaísmo e modernidade. Mas já que é preciso fazer uma escolha, opto pelo livro fundamental de Florestan Fernandes, A revolução burguesa no Brasil (1974). É uma obra de escrita densa e raciocínio cerrado, construída sobre o cruzamento da dimensão histórica com os tipos sociais, para caracterizar uma nova modalidade de liderança econômica e política.
Chegando aqui, verifico que essas sugestões sofrem a limitação das minhas limitações. E verifico, sobretudo, a ausência grave de um tópico: o imigrante. De fato, dei atenção aos três elementos formadores (português, índio, negro), mas não mencionei esse grande elemento transformador, responsável em grande parte pela inflexão que Sérgio Buarque de Holanda denominou “americana” da nossa história contemporânea. Mas não conheço obra geral sobre o assunto, se é que existe, e não as há sobre todos os contingentes. Seria possível mencionar, quanto a dois deles, A aculturação dos alemães no Brasil (1946), de Emílio Willems; Italianos no Brasil (1959), de Franco Cenni, ou Do outro lado do Atlântico (1989), de Ângelo Trento – mas isso ultrapassaria o limite que me foi dado.
No fim de tudo, fica o remorso, não apenas por ter excluído entre os autores do passado Oliveira Viana, Alcântara Machado, Fernando de Azevedo, Nestor Duarte e outros, mas também por não ter podido mencionar gente mais nova, como Raimundo Faoro, Celso Furtado, Fernando Novais, José Murilo de Carvalho, Evaldo Cabral de Melo etc. etc. etc. etc.
* Artigo publicado na edição 41 da revista Teoria e Debate – em 30/09/2000
Retirado do site da Boitempo Editorial.
Acesso à água tratada não passa pela privatização - Valquíria Carnaúba, DCI / Unifesp
Assim como tem ocorrido na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, o estado deveria assumir o papel de planejador, executor e financiador do fornecimento de água
O assunto divide opiniões: a água pode ser tratada como uma mercadoria negociável na bolsa de valores, ou deve continuar na posição de recurso natural e bem público? A privatização da água sempre retorna ao debate público em épocas de escassez hídrica, pois sua oferta está diretamente associada à desigualdade social e à falta de manejo adequado. Mas a tendência começa a se desenhar no Brasil neste início de século.
Por Valquíria Carnaúba, DCI / Unifesp
Os defensores do controle dos sistemas de distribuição por entidades privadas baseiam-se no risco de escassez, a longo prazo, argumentando má administração estatal. Os contrários, por sua vez, afirmam que as empresas privadas estão preocupadas apenas com o lucro e ignoram os custos ambientais e sociais das práticas privadas envoltas no fornecimento de água.
A privatização da água se refere ao controle ou manutenção dos sistemas de distribuição por entidades privadas. Por exemplo, quando uma empresa trabalha em parceria com um município para construir e manter uma estação de tratamento de água ou instalação de esgoto. E essa prática, no Brasil, não é tão recente.
De acordo com o historiador Fábio Alexandre dos Santos, docente da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (Eppen) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – campus Osasco, a comercialização da água no Brasil remonta ao século XIX, quando a água era vendida em domicílio nas principais cidades e capitais, com os aguadeiros. “Os serviços de distribuição começaram a ser estruturados, aqui e em outros países, acompanhando o aumento da população e das atividades urbanas e, paralelamente, das epidemias, especialmente nas grandes cidades”, explica.
O estado passa então a se movimentar para a implementação de políticas públicas de saneamento rural e urbano após 1940, atento ao absenteísmo nas empresas associado à disseminação de doenças.
A despeito de algumas ações públicas voltadas à implementação dos serviços de distribuição de água e de esgotamento sanitário nas principais capitais do Brasil, em especial no Rio de Janeiro e em São Paulo, foi somente a partir da década de 1930 que o Estado passa a se movimentar para a implementação de políticas públicas de saneamento rural e urbano, com a institucionalização de órgãos de planejamento e execução, a promulgação de regulamentação, a definição de fontes de financiamento.
Os serviços de saneamento, como conhecemos hoje, passaram a englobar a fundação de empresas e mecanismos de financiamento para o abastecimento de água, a exemplo da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), fundada em 1973.
Contudo, o crescimento populacional desordenado acirrou outro problema: a falta de planejamento sanitário. Com isso, mesmo em áreas de classe média urbana, o foco se concentrou no fornecimento de água e não na coleta e no tratamento de esgoto, caso do Plano Nacional de Saneamento (Planasa), de 1971. “Em número absolutos, em 2018 eram 35 milhões de brasileiros sem acesso à água potável e cerca de 100 milhões sem acesso à rede de coleta de esgoto, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento [SNIS]. Estes números, por si só, já demonstram o efeito multiplicador da problemática, com encadeamentos para a reprodução de outras formas de desigualdade, sejam elas regionais, de gênero ou de trabalho”, aponta o docente.
Santos percebe que o caráter da água, enquanto mercadoria, vem se modificando ao longo do tempo, assumindo o status de commodity, principalmente em função do discurso que coloca o Estado como ineficiente nessa administração. Não obstante, em 2020, o insumo foi ineditamente negociado pela Nasdaq pela primeira vez na história. Esta bolsa de valores norte-americana lançou o Nasdaq Velez Califórnia Water Index (Índice da Água), colocando-a no mesmo patamar de recursos minerais fundamentais à economia mundial, como petróleo e carvão mineral.
Para o docente, o maior risco desse novo patamar do insumo é o seu fornecimento não ser assegurado a todos. Nesse contexto, se sobressai a natureza intrínseca à iniciativa privada, que pode se abster de levar água encanada para regiões interioranas e periféricas, um compromisso normalmente assumido por agentes públicos – e passível de cobrança pela população.
Ameaça ainda mais esse cenário a ausência de mecanismos mais claros para regulação da comercialização da água. “Há uma série de caminhos ditos legais pelos quais os agentes privados conseguem acesso aos aportes públicos, principalmente as parcerias público-privadas (PPPs), sendo beneficiados com o compartilhamento dos riscos dos empreendimentos e das concessões”. Por esse motivo, Santos lembra da ocorrência de 2011, quando moradores da periferia de São Paulo fizeram um funcionário da Sabesp de refém, para advertir que essas relações conflituosas podem se acirrar.
O docente opta por uma linha de pensamento que defende a estatização (ou reestatização) de recursos dessa natureza. “É uma tendência global. Assim como tem ocorrido na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, o estado deveria assumir o papel de planejador, executor e financiador do fornecimento de água. É um serviço que envolve direitos fundamentais, que pode aceitar parcerias da iniciativa privada, mas deve ser coordenado pelo Estado, para que não tome a forma de mercadoria”, defende.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 22/04/2022
Livro gratuito auxilia manejo de solos com o uso de plantas de cobertura
Jornal da USP
Plantas de cobertura são usadas para cobrir o solo, protegendo-o contra processos erosivos e a remoção de nutrientes, porém não se limitando a isso, já que muitas são usadas para pastoreio, produção de grãos e sementes, silagem, feno e como fornecedoras de palha para o sistema de plantio direto. Elas também têm sido utilizadas como alternativa de diversificação de sistemas de cultivos anuais, semiperenes e perenes nas diferentes regiões do Brasil. Para esclarecer sobre estes tipos de plantas, foi publicado o livro Guia Prático de Plantas de Cobertura: aspectos fitotécnicos e impactos sobre a saúde do solo, disponível gratuitamente no Portal de Livros Abertos da USP neste link.
Na publicação estão reunidas recomendações práticas de 49 plantas de cobertura cultivadas no Brasil: são gramíneas, forrageiras, leguminosas e oleaginosas como canola, centeio, braquiárias, sorgo, tremoço, trigo, crotalária, girassol e diversos capins. Dividido em Plantas de Primavera/Verão e Outono/Inverno, a obra traz características gerais, informações fitotécnicas, indicações e limitações de uso e impacto no manejo da saúde do solo tanto para cultivos solteiros (uma espécie) quanto para consórcio de duas espécies, ou mixes com três ou mais espécies na mesma área.
livro sobre plantas de cobertura
Páginas do livro sobre plantas de cobertura – Foto: Reprodução/Esalq
O livro foi elaborado pelo grupo Soil Health & Management Research Group (Sohma), do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), coordenado pelo professor Maurício Roberto Cherubin. “Esperamos que essa obra seja útil para difundirmos o conhecimento e o uso de plantas de cobertura na agricultura brasileira. A diversificação dos sistemas de produção, com uso de plantas de cobertura, é a chave para uma agricultura mais produtiva, resiliente e sustentável”, destaca o docente.
Assinam a obra em autoria os pós-graduandos Martha Lustosa Carvalho, Beatriz da Silva Vanolli, Bruna Emanuele Schiebelbein, Daniel Aquino de Borba, Felipe Bonini da Luz, Gabriela Marques Cardoso, Larissa de Souza Bortolo, Maria Emília Moreira Marostica e Victória Santos Souza.
O livro está disponível gratuitamente para download neste link. Para ler o livro clique aqui.
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Texto adaptado de Caio Albuquerque, da Divisão de Comunicação da Esalq
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 22/04/2022
MUDANÇAS CLIMÁTICAS ACELERAM CORRENTES OCEÂNICAS
University of California – San Diego*
Uma equipe internacional liderada por pesquisadores da Scripps Institution of Oceanography da UC San Diego usou simulações de modelos de computador para descobrir que as mudanças climáticas estão alterando a mecânica das circulações oceânicas na superfície, tornando-as mais rápidas e mais finas.
Essas mudanças podem ter um efeito cascata no oceano, afetando o transporte dos nutrientes de que os organismos precisam, bem como o dos próprios microrganismos.
Correntes mais rápidas também podem afetar os processos pelos quais o oceano remove carbono e calor da atmosfera e protege o planeta do aquecimento atmosférico excessivo.
“Ficamos surpresos ao ver que as correntes de superfície aceleram em mais de três quartos dos oceanos do mundo quando aquecemos a superfície do oceano “, disse o principal autor do estudo, Qihua Peng, que recentemente se juntou à Scripps Oceanography como pesquisador de pós-doutorado.
O estudo, publicado em 20 de abril na revista Science Advances , lança luz sobre uma força subestimada por trás da velocidade das correntes oceânicas globais. Ajuda a resolver um debate sobre se as correntes estão acelerando como resultado do aquecimento global.
O vento tem sido o principal fator que os cientistas estudaram para descrever e prever a velocidade das correntes, mas a equipe de pesquisa usou um modelo oceânico global para simular o que acontece quando as temperaturas da superfície do mar também aumentam. Eles descobriram que o aquecimento torna as camadas superiores de água mais leves.
O aumento da diferença de densidade dessas camadas superficiais quentes da água fria abaixo limita as correntes oceânicas rápidas a uma camada mais fina, fazendo com que as correntes superficiais acelerarem em mais de três quartos dos oceanos do mundo.
O aumento da velocidade das correntes oceânicas rotativas conhecidas como giros foi associado a uma desaceleração da circulação oceânica por baixo. A equipe correlacionou diretamente a tendência à presença de níveis cada vez maiores de gases de efeito estufa na atmosfera.
“Nosso estudo aponta para um caminho a seguir para investigar as mudanças na circulação oceânica e avaliar a incerteza”, disse Shang-Ping Xie, modelador climático da Scripps Oceanography.
As correntes são organizadas em giros na maioria dos oceanos que são delimitados por continentes. O Oceano Antártico que circunda a Antártida é uma exceção. Lá, ventos de oeste tornam a Corrente Circumpolar Antártica a maior do mundo em termos de transporte de volume. No ano passado, os cientistas do Scripps detectaram a partir de observações oceânicas e espaciais que a Corrente Circumpolar Antártica está se acelerando.
“A aceleração da Corrente Circumpolar Antártica é exatamente o que nosso modelo prevê à medida que o clima se aquece”, disse Xie.
Os coautores do estudo incluem Dongxiao Wang, da Universidade Sun Yat-Sen, na China, cientistas da Academia Chinesa de Ciências, Woods Hole Oceanographic Institution, em Massachusetts, e UC Riverside.
Referência:
Surface warming–induced global acceleration of upper ocean currents
Science Advances • 20 Apr 2022 • Vol 8, Issue 16 • DOI: 10.1126/sciadv.abj8394
https://doi.org/10.1126/sciadv.abj8394
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Henrique Cortez *, tradução e edição.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 22/04/2022
domingo, 24 de abril de 2022
"O GRITO DO BICHO" - Boletim Informativo do dia 24.04.2022
Queridos leitores do Blog "O Grito do Bicho”
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• Cachorro retorna para casa e emociona tutores na Colômbia
• Mais de mil animais silvestres resgatados pela polícia da Colômbia
• Animais são resgatados dentro de asa de avião após voo entre RS e GO
• Cachorro usado em rinhas se emociona ao ser adotado e ganhar nova casa
• Pônei atropelado e abandonado na rua com pata quebrada é resgatado por Luisa Mell
• Restaurante serve peixe vivo para cliente e animal ataca talher
• Cadelinha é resgatada após ser jogada em córrego de MG
• Ursa maltratada em circo ucraniano começa nova vida na Holanda
• Cães e gatos abandonados na Ucrânia são resgatados e levados para Rússia
• 'Calcinha Preta' tenta fazer homenagem com pomba branca, mas animal cai sobre público
• Ex-PM vai a julgamento por matar cachorro a tiros em Belém (PA)
• Campanha incentiva preservação do papagaio-verdadeiro, um dos animais mais traficados no país
• Alertas de desmatamento batem novo recorde no 1ª trimestre de 2022
• Dois cavalos morrem após tradicional corrida com obstáculos na Inglaterra
• Em meio à guerra, ucraniana sai da Estônia para resgatar cavalo em Kiev
• Família tem cachorra levada durante assalto e faz apelo para encontrar animal
• MP quer abrir inquérito para identificar motorista que deixou cão paraplégico
• Idoso é preso suspeito de envenenar 12 animais dos vizinhos dele em Cuiabá (MT)
• Estudo: crianças não enxergam animais como comida
• Morre onça-pintada que invadiu base de abastecimento do aeroporto de Vilhena (RO)
• Considerada extinta há mais de um século, onça-parda é vista em costa do Rio
• Guarda espanhola apreende coleção particular de animais empalhados avaliada em R$ 148 milhões
• Veterinário polonês vai à Ucrânia ajudar a salvar cachorros
• Cachorro perdido anda 5 quilômetros, pega ônibus e chega em casa são e salvo
• Touro invade arquibancada durante rodeio em Patrocínio (MG) e deixa 16 feridos
• PM encontra cobra píton solta em mata após ser confundida com jiboia, no DF
• Produtor rural enfrenta cobra para salvar cachorro de estimação no interior de SP
• Instrumentos de tortura em rodeios são INCONSTITUCIONAIS, decide TJ/SP
• Homem é flagrado batendo e chutando cachorro em condomínio de Cacoal (RO)
• Idoso de 73 anos reencontra cachorro que perdeu após chuvas em Maricá (RJ)
• Professores repudiam vídeo de alunos puxando rabo de vaca no campus da PUC
• Vídeo mostra resgate de cachorro em carro após massacre em Bucha, na Ucrânia
• Filhotes de onças resgatadas são batizadas com o nome da dupla sertaneja Maiara e Maraisa
• Funcionário terceirizado da Compesa borrifa álcool nos olhos de cachorro no terraço de casa
• Motorista é flagrado jogando cachorro para fora de carro em movimento no ES
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sheila moura
sábado, 23 de abril de 2022
Arezzo&Co tem meta de reduzir 30% das emissões de gases de efeito estufa até 2030
Companhia, que acaba de divulgar seu quarto report anual de sustentabilidade, vem trabalhando em uma série de medidas voltadas para consolidar as ações ESG do grupo
A Arezzo&Co, grupo que reúne as marcas Arezzo, Schutz, Anacapri, Alexandre Birman, Fiever, Alme, Vans, AR&Co, Baw e Carol Bassi, está com uma agenda de sustentabilidade ambiciosa para os próximos anos. Em sua quarta edição do relatório de sustentabilidade, divulgada no último dia 14, o grupo anuncia sua meta de reduzir em 30% as emissões absolutas de Gases de Efeito Estufa (escopos 1, 2 e 3).
Com receita bruta de R$ 3,6 bilhões e mais de 24 milhões de peças vendidas em 2021, o grupo estruturou sua estratégia de sustentabilidade baseada em três pilares, são eles a produção responsável, meio ambiente saudável e pessoas empoderadas. Para fortalecer a agenda ESG, a companhia estabeleceu compromissos públicos com metas assumidas dentro de cada um dos pilares prioritários. E para reforçar ainda mais a importância, atrelamos o cumprimento das metas de 20% de rastreabilidade do couro, 35% de pessoas negras na companhia, 5% de redução de emissões de GEE e 100% certificação de fornecedores a remuneração variável do C-level neste ano.
Alinhado com nossos compromissos, o grupo prevê alcançar 100% dos seus fornecedores diretos certificados até o final deste ano e, também, 100% de sua cadeia rastreada e certificada até 2024. Até dezembro de 2021, 64% dos fornecedores diretos da companhia eram certificados pela ABVTEX e 70% dos curtumes, operações de processamento do couro, eram certificados pela LWG (Leather Working Group) e/ou pela CSCB (Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro). “Temos 100% dos nossos fornecedores avaliados em critérios socioambientais e, ainda, 100% das nossas camisetas de algodão certificadas”, acrescenta o Diretor de Gente e Gestão, Sustentabilidade e Expansão da Arezzo&Co, Marcos Vidal.
O grupo também tem ampliado sua atuação no segmento da moda circular por meio da TROC, brechó online. O resale tem contribuído para a economia de mais de 720 milhões de litros de água; evitando que 131,5 toneladas de roupas sejam destinadas a aterros sanitários e permitindo que 920,3 toneladas de CO2 sejam emitidos na atmosfera.
Em 2021, o grupo também foi selecionado para compor a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, o que demonstra a solidez na adoção de boas práticas ESG, posicionando a companhia entre as empresas referência em sustentabilidade no Brasil. No último ano, e pela primeira vez, a Arezzo&Co participou do Carbon Disclosure Project (CDP), com obtenção de nota C+, tornando a empresa elegível para a entrada na carteira do ISE da B3.
Já no pilar social, o grupo investiu mais de um milhão em projetos sociais, beneficiando mais de 23 mil famílias, com a distribuição de alimentos e apoio a iniciativas voltadas para educação e cultura. Em governança, a Arezzo&Co tem trabalhado para promover a diversidade e inclusão entre os times, com a construção de uma estratégia que conta com ações afirmativas. A companhia, que foi certificada pelo GPTW (Great Place to Work) em 2021 com 76% de aprovação por parte dos colaboradores, que afirmaram que a empresa é um ótimo lugar para se trabalhar, pretende continuar impulsionando impulsionar a diversidade e inclusão entre as equipes através de ações afirmativas.
Ainda em prol da diversidade, o grupo lançou uma cartilha e pretende treinar 100% dos seus colaboradores, incluindo o time da Arezzo, Reserva para falar sobre sensibilização de vieses inconscientes, diversidade e inclusão. O treinamento, destinado aos colaboradores do varejo das lojas dos segmentos de vestuário, calçados, bolsas e acessórios, contou com 1.208 participantes diretos, sendo 84% do público composto por franqueados e 16% de profissionais das lojas próprias do grupo. “Ser diversa e inclusiva faz parte da essência do grupo, que conecta múltiplos perfis e estilos em uma só empresa”, finaliza Vidal.
Para acessar o material completo da Cartilha de Diversidade, clique aqui.
#Envolverde
BMW Group usará rodas de alumínio produzidas com 100% de energia verde a partir de 2024
BMW Group poderá garantir o uso consciente e sustentável de alumínio economizando até 500.000 toneladas de CO² por ano
O BMW Group segue intensificando suas atividades sustentáveis. A partir de 2024, rodas de alumínio fundido produzidas com 100% de energia verde serão usadas nas marcas BMW e MINI. A transição se aplica, em particular, à eletrólise de uso intensivo de energia usada na produção de alumínio e ao processo de fundição de rodas. Para o BMW Group, este é mais um passo em direção ao seu objetivo de criar a cadeia de suprimentos mais sustentável da indústria automotiva.
Até agora, as rodas foram responsáveis por 5% das emissões de CO² da cadeia de abastecimento. A transição para uma produção mais sustentável que depende de energia verde, reduzirá essas emissões em mais da metade. O BMW Group adquire cerca de 10 milhões de rodas de liga leve por ano; 95% destes são feitos de alumínio fundido.
Economia de até 500.000 toneladas de CO² por ano
Por meio de auditorias independentes, o BMW Group garante o uso consciente e sustentável do alumínio por seus fornecedores, economizando até 500.000 toneladas de CO² por ano. “A energia verde é uma das maiores alavancas para reduzir as emissões de CO² em nossa cadeia de suprimentos. Já fechamos mais de 400 contratos com nossos fornecedores, incluindo fornecedores de rodas e alumínio, exigindo que eles usem energia verde”, afirma Joachim Post, Membro do Conselho de Administração do BMW AG responsável por Compras e Rede de Fornecedores.
O alumínio possui boas propriedades de reciclagem, tornando mais fácil derreter rodas antigas como parte da economia circular, eliminando a necessidade de eletrólise intensiva em energia para produzir a matéria-prima primária. Ao mesmo tempo, a matéria-prima secundária também deve atender aos requisitos premium do BMW Group para qualidade, design, segurança e propriedades mecânicas.
MINI é pioneira no uso de rodas fundidas de liga leve sustentáveis
Em 2023, a MINI se tornará pioneira neste campo, usando rodas fundidas de liga leve feitas de 70% de alumínio secundário na nova geração do MINI Countryman. A combinação de 100% de energia verde para produção e 70% de conteúdo de matéria-prima secundária, pode reduzir as emissões de CO² em até 80%, em comparação com os processos de fabricação convencionais.
Certificação pela Aluminum Stewardship Initiative (ASI)
O BMW Group está ativamente envolvido em iniciativas internacionais focadas na padronização da extração de matérias-primas há muitos anos. Isso inclui a Aluminium Stewardship Initiative (ASI), uma organização internacional sem fins lucrativos apoiada por associações ambientais e industriais, ONGs, produtores de alumínio e empresas de processamento. Muitos dos fornecedores do BMW Group já aderiram à ASI, além de oferecerem uma importante contribuição para a criação de uma cadeia de valor de alumínio ambiental e socialmente responsável.
Implementação sistemática de metas de sustentabilidade
A transição para 100% de energia verde para a produção de rodas de alumínio fundido é outro passo para reduzir as emissões de CO² na rede de fornecedores do BMW Group. O objetivo é reduzir as emissões em toda a cadeia de suprimentos em 20% em relação aos níveis de 2019 até 2030. Aumentar sistematicamente a porcentagem de alumínio secundário por meio desse processo contribui ainda mais para a sustentabilidade, de acordo com os princípios de economia circular que o BMW Group aspira.
Para conferir o texto completo, em inglês, clique aqui.
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Sobre o BMW Group
Com suas quatro marcas BMW, MINI, Rolls-Royce e BMW Motorrad, o BMW Group é o principal fabricante de automóveis e motocicletas premium do mundo e fornece serviços financeiros e de mobilidade premium. A rede de produção do BMW Group compreende 31 instalações de produção e montagem em 15 países; a empresa possui uma rede global de vendas em mais de 140 países.
Em 2021, o BMW Group vendeu mais de 2,5 milhões de veículos de passageiros e mais de 194.000 motocicletas em todo o mundo. O lucro antes de impostos em 2021 foi de 16,1 bilhões de Euros com receitas no valor de 111,2 bilhões de Euros. Em 31 de dezembro de 2021, o BMW Group tinha uma força de trabalho de 118.909 colaboradores.
O sucesso do BMW Group sempre foi baseado em pensamento de longo prazo e ação responsável. A empresa definiu o rumo para o futuro em um estágio inicial e consistentemente torna a sustentabilidade e a gestão eficiente de recursos centrais em sua direção estratégica, desde a cadeia de suprimentos por meio da produção até o final da fase de uso de todos os produtos.
#Envolverde
Guaraná Antarctica tem 100% da produção de garradas PET feita de material reciclado
Desde 2012 a marca investe em tecnologia e soluções sustentáveis para as embalagens que chegam à mesa de milhares de brasileiros e brasileiras
A tecnologia empregada na fabricação da garrafa permite que outra embalagem de PET, independente de cor, formato ou fabricante, se transforme em uma garrafa de Guaraná Antarctica. Após o descarte feito pelos consumidores, as garrafas usadas são coletadas e separadas antes de passar por um processo rigoroso de higienização. Depois disso, chega a fase do corte e trituração do material, que será recomposto em resina de pet reciclada para virar uma nova garrafa de Guaraná Antarctica.
“Uma marca que nasceu do coração da Amazônia ser a primeira de refrigerantes a alcançar esse feito no Brasil nos orgulha e, mais do que isso, dita o rumo do mercado, não apenas da categoria, mas em outros segmentos também”, explica Juliana Grinberg, Diretora de marketing e inovações de refrigerantes na Ambev. “É transformador fazer parte desta conquista e mostrar que é possível seguir por um caminho mais sustentável”, conclui Juliana.
A iniciativa também faz parte da trajetória da Ambev rumo à meta de zerar a poluição plástica de suas embalagens até 2025.
“Nosso compromisso com a sustentabilidade de nossos produtos não é de hoje. Sabemos que a nossa meta é ambiciosa, mas ela acompanha o tamanho do nosso comprometimento em solucionar o impacto da poluição plástica no meio ambiente. Nesse caminho, contamos com um trabalho de colaboração com o nosso ecossistema pautado no investimento em inovação e tecnologia”, afirma Rodrigo Figueiredo, vice-presidente de Sustentabilidade de Ambev.
#Envolverde
Air France lança novo programa com estratégia de redução de emissões de CO2
“Air France ACT” elenca prioridades na redução de emissões diretas e indiretas, bem como projetos de absorção de CO2 da atmosfera
Como parte de sua contribuição para cumprir os objetivos do Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global abaixo de +2ºC, a indústria aérea precisa dar um passo a mais em sua transição ambiental. Por este motivo, a Air France está lançando o programa “Air France ACT”, que define a nova estratégia da companhia de redução das emissões de CO2.
A estratégia está baseada em três prioridades:
Prioritariamente, reduzir as emissões diretas geradas pelas operações da Air France;
Reduzir emissões indiretas;
Adicionalmente, apoiar projetos que absorvam CO2 da atmosfera.
O “Air France ACT” incorpora a abordagem transparente, realística e baseada na ciência adotada pela companhia para assegurar sua transição ambiental por meio de ações concretas e mensuráveis.
Descarbonizar a aviação será difícil e levará tempo. Este processo necessita de grande cooperação entre diferentes stakeholders: fabricantes de aeronaves, fabricantes de motoroes, fornecedores de combustível, aeroporto, controle de tráfego, autoridades públicas, institutos de pesquisa e a academia.
30% menos emissões de CO2 por passageiro/km até 2030 comparado a 2019, ou 12% menos emissões em termos absolutos
A nova trajetória de descarbonização mira uma redução de 30% nas emissões de CO2 por passageiro/km até 2030 comparada a 2019. Este objetivo exclui as ações de compensação, de modo a considerar apenas o que exclusivamente reduz emissões diretas e indiretas. Corresponde a uma redução de 12% nas emissões totais da companhia entre 2019 e 2030, em linha com as mudanças esperadas de atividade, após uma diminuição de 6% alcançada entre 2005 e 2019.
Esta trajetória é baseada em um método de avaliação científica desenvolvido pela organização independente de referência SBTi (Science-Based Target initiative), para a qual foi submetida. Fundada pelo CDP (Carbon Disclosure Project), o United Nations Global Compact e o World Wildlife Fund, a SBTi tem estabelecido metas de redução de emissões de CO2 para o setor de transporte aéreo compatíveis com o Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global abaixo de +2ºC.
Emissões líquidas zero até 2050
Até 2050, a Air France busca alcançar emissões líquidas zero, ou seja, uma redução drástica em suas emissões de CO2 combinadas com contribuições a projetos que removerão da atmosfera uma quantidade de CO2 equivalente a emissões residuais a cada ano. A empresa está trabalhando para definir uma trajetória precisa e verificável de descarbonização para 2050, baseada em uma série de hipóteses — notadamente considerando uma evolução no tráfego — que podem variar. Portanto, este é um processo que evolui, guiado pela ambição de estar em linha com as melhores práticas científicas, como no caso da trajetória para 2030.
Cinco prioridades para reduzir e evitar emissões de CO2
Para alcançar estes objetivos, a Air France está ativando todos os mecanismos de descarbonização a sua disposição.
Renovação de frota com aeronaves de nova geração mais eficientes em consumo de combustível — Airbus A220, Airbus A350 –, emitindo até 25% menos CO2, e uma pegada de ruído, em média, 33% menor. Até 2030, estas aeronaves serão até 70% da frota da Air France comparado aos atuais 7%, devido à política de investimentos de um bilhão de euros por ano entre o momento atual e 2025.
Uso ampliado de Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês), que reduzirá as emissões de CO2, em média, em 80% sobre o ciclo de vida do combustível, e não criará competição com a produção de alimentos. Desde 2022, e em linha com as regras francesas, a Air France tem incorporado o equivalente a 1% de combustível sustentável de aviação em todos os voos partindo da França. Até 2030, a companhia buscará incorporar ao menos 10% de SAF em todos os seus voos, e 63% em 2050.
Técnicas de eco-piloting: entre as iniciativas estão o taxiamento usando apenas um dos motores sempre que possível, vias aéreas otimizadas usando inteligência artificial, descida contínua em cooperação com as autoridades de controle de tráfego aéreo. Estas ações, possíveis por conta dos esforços das tripulações da Air France treinadas nestas práticas, reduzem as emissões de CO2 em 2% a 3%, em média, ao longo do ano.
Introdução de um catering mais responsável para reduzir a pegada de carbono. Em voos e nos lounges, a Air France favorece produtos locais e sazonais sempre que possível. A companhia também oferece aos clientes uma pré-seleção de pratos antes do voo na Business Class de longa distância, como parte do seu ativo compromisso de reduzir o desperdício de comida. Além disso, até o fim de 2022, a Air France terá eliminado 90% do plástico de uso único comparado a 2018, após ter substituído copos plásticos, talheres e misturadores de bebida por alternativas sustentáveis em 2019.
Desenvolvimento de transporte intermodal para oferecer alternativas de locomoção de baixo carbono para viagens de curta distância, notadamente reforçando a parceria entre a Air France e a SNCF, empresa de trens da França.
Ao mesmo tempo, a Air France está mudando, e o comportamento e a relação dos clientes com as viagens está mudando. Quer pretendam ser mais contidos ao viajar menos frequentemente e permanecer por longos períodos de tempo em um local combinando negócios e lazer, a Air France está comprometida a apoiar os viajantes, ao dar-lhes os meios para agir a seu próprio modo, com destaque para o investimento em seu programa de combustível sustentável de aviação para além das exigências regulatórias.
Para apresentar a estratégia ambiental da Air France e todos os seus compromissos em detalhes, a companhia lançou uma campanha em vídeo e um website dedicado direcionado ao público em geral, disponível em francês e em inglês.
Sobre a Air France
A Air France, uma companhia aérea global de inspiração francesa, com altos padrões e uma atitude baseada em cuidados, transforma o voo em um momento muito agra dável em todas as suas operações diárias na França, Europa e no mundo. A Air France-KLM é o grupo líder em termos de tráfego internacional partindo da Europa. Oferece aos seus clientes acesso a uma malha aérea que abrange 312 destinos em 116 países, graças às suas marcas Air France, KLM Royal Dutch Airlines e Transavia, com uma frota de 554 aeronaves. Foram mais de 104 milhões de passageiros transportados em 2019. O seu programa de fidelidade Flying Blue é um dos líderes na Europa, com mais de 17 milhões de membros. A Air France e a KLM também fazem parte da aliança SkyTeam, que possui 19 companhias aéreas associadas.
#Envolverde
sexta-feira, 22 de abril de 2022
Pré-lançamento do livro “O desejo dos outros” - Participe!
Olá James,
Hoje eu gostaria de te convidar para o pré-lançamento do livro “O desejo dos outros – Uma etnografia dos sonhos yanomami” da antropóloga e ex-colaboradora do ISA Hanna Limulja. O evento ocorrerá neste sábado (23/04) às 19h no SESC Vila Mariana com a presença do Xamã Davi Kopenawa Yanomami, será um prazer te receber.
Mas chegue cedo, o evento é gratuito e os ingressos serão distribuídos com 1h de antecedência na bilheteria do SESC Vila Mariana.
O livro tem apoio do Instituto Socioambiental e é uma publicação da Editora Ubu.
Em “O desejo dos outros”, Hanna Limulja oferece uma porta de entrada ao mundo yanomami através dos seus sonhos. Com o que sonham? O que significa sonhar e por que é importante? Entre os Yanomami, os sonhos não são desejos inconscientes do sujeito, como descreve a psicanálise: sonhar é habitar outros mundos, deparar com outros seres e, nesses encontros, mobilizar-se pelo desejo dos outros.
Hanna Cibele Lins Rocha Limulja é graduada em ciências sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestre e doutora em antropologia social pela mesma instituição. Trabalha com os Yanomami desde 2008, tendo atuado em ONGs no Brasil e no exterior, como Comissão Pró-Yanomami (CCPY), Instituto Socioambiental (ISA), Wataniba e Survival International. Atualmente, trabalha na Organização Internacional para as Migrações das Nações Unidas (OIM Brasil), em um projeto de atendimento à saúde yanomami e dos indígenas do Lavrado. E integra Rede Pró-Yanomami e Ye’kwana.
Aguardo sua presença! Abraços,
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Moreno Saraiva
Instituto Socioambiental - ISA
Mais informações sobre o ISA.
Dúvidas ou comentários, ligue ou envie um whatsapp para (11) 93500 1149 e fale com Mariana Barros ou escreva para relacionamento@socioambiental.org
quinta-feira, 21 de abril de 2022
Ações humanas têm intensificado as mudanças climáticas
- artigo de Augusto Lima da Silveira
Definitivamente vivemos um clima tenso. Especialmente sob o ponto de vista das condições ambientais em nosso planeta. Basta assistirmos ao noticiário para percebermos o poder de destruição dos fenômenos climáticos extremos.
Desde aquela percepção de que o clima na sua cidade já não é mais o mesmo até as grandes tragédias, como a que ocorreu recentemente em Petrópolis (RJ), trazem evidências de que as mudanças climáticas podem influenciar a nossa vida de uma forma mais intensa do que imaginávamos há poucas décadas.
Ao longo da história das civilizações, os fenômenos climáticos foram fatores de preocupação e moldaram a organização dos agrupamentos humanos. Proteger-se de grandes tempestades, do frio ou calor extremos foi decisivo para prosperarmos enquanto espécie. Esse desafio ainda persiste e, atualmente, enfrentamos as consequências da intensificação do efeito estufa. Talvez, em seus pensamentos, você seja contra ele e possa até saber sobre os danos resultantes, mas é preciso lembrar que, sem esse fenômeno, seria difícil a vida se desenvolver em nosso planeta. O efeito estufa ocorre, pois uma camada de gases que envolve o planeta é responsável por reter e distribuir parte da radiação solar que incide, resultando em um importante controle nas variações de temperatura ao longo do dia. Sem esse mecanismo, enfrentaríamos temperaturas escaldantes de dia e um frio congelante à noite, que inviabilizariam a sobrevivência das espécies.
Ocorre que, a partir do século XVIII, o ser humano passa a utilizar a queima de combustíveis fósseis para a geração de energia, lançando toneladas de gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera. Desde então, o desmatamento, as queimadas e o descarte incorreto de resíduos sólidos contribuem para agravar a situação pela liberação desses gases (principalmente o dióxido de carbono e o metano). O problema dessas modificações no ambiente está na intensificação do fenômeno natural do efeito estufa, pois, com a geração dos GEEs, a camada de gases que envolve o planeta se torna continuamente mais espessa. Consequentemente, o nível de retenção da energia solar se eleva e observamos o aumento médio da temperatura global.
Além de todas as consequências para espécies que não possuem a capacidade de se adaptar às mudanças de clima, nessas condições de aquecimento, os eventos climáticos extremos ocorrem com maior frequência e intensidade.
Enfrentamos uma realidade que, segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC – sigla da nomenclatura em inglês), é resultante da ação humana. Em seu relatório mais recente, publicado em fevereiro de 2022, o IPCC indica que há riscos para quase metade da população mundial decorrentes de secas, incêndios florestais, inundações, tempestades acima da média, declínio na produção de alimentos — fatores responsáveis por afetar a saúde física e mental da população.
Esse contexto preocupante, aliado às evidências diárias dos eventos climáticos extremos, demanda ações urgentes dos países para a redução dos GEEs. Cada região deve avaliar quais os caminhos mais adequados para frear as mudanças climáticas. No Brasil, por exemplo, a ocorrência de queimadas e o desmatamento contribuem para 58% das emissões, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), demandando ações específicas para reduzir essas práticas danosas. No contexto dos países desenvolvidos, a atividade industrial responde pela maior parcela nas emissões gasosas.
Os esforços internacionais existem, a exemplo do Protocolo de Kyoto e mais recentemente do Acordo de Paris, porém as ações ainda estão distantes da efetividade para a resolução do problema. A urgência pela redução dos GEEs demanda engajamento de todos os setores da sociedade, na busca por soluções mais sustentáveis de produzir, consumir e descartar. Mais do que nunca, é preciso um esforço coletivo em busca de um ambiente que permita condições saudáveis de existência.
Quer ajudar nesse desafio? Cobrar as autoridades por políticas efetivas na redução dos GEEs, consumir de forma responsável, reduzir o desperdício e descartar corretamente os resíduos são os primeiros passos da jornada.
* Augusto Lima da Silveira idealizador do projeto @verboambiental no Instagram, doutorando em Ecologia e Conservação (UFPR) e coordenador dos cursos Saneamento Ambiental e Gestão em Vigilância em Saúde do Centro Universitário Internacional Uninter.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 21/04/2022
Nota da Redação: Em relação ao último relatório do IPCC recomendamos que leia, também:
Resumo do Sexto Relatório de Avaliação do IPCC
Principais destaques e alertas do novo relatório do IPCC
Alerta do IPCC – Limitar o aquecimento global a 1,5°C pode ficar fora de alcance
6º Relatório de Avaliação do IPCC – Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade
Entenda o que são Áreas de Preservação Permanentes – APP
Consideram-se Áreas de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas:
I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os cursos d’água efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
Largura do curso d´água (m) Faixa da APP (m)
Até 10 30
Entre 10 e 50 50
Entre 50 e 200 100
Entre 200 e 600 200
Superior a 600 500
Foto: José Felipe Ribeiro
Entenda o que são Áreas de Preservação Permanentes - APP,ecodebate,Novo Código Florestal,APP no Novo Código Florestal,o que são Áreas de Preservação Permanentes,Áreas de Preservação Permanentes,explique Áreas de Preservação Permanentes,defina Áreas de Preservação Permanentes,APP,o que é APP,explique APP,o que são APPs,explique APPs
Curso d´água com margem vegetada
II – as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
Localização Área da superfície do espelho d´água (ha) Faixa marginal de APP (m)
Zonas Rurais Até 20 50
Acima de 20 100
Zonas Urbanas Independente 30
III – as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, conforme abaixo:
Para abastecimento público e geração de energia elétrica Não destinado a abastecimento público ou geração de energia elétrica
Faixa marginal de APP
Definido pelo licenciamento:
– Área rural: mínimo 30 e máximo de 100 metros;
– Área urbana: mínimo15 e máximo de 30 metros.
Definido pelo licenciamento
IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V – as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;
Foto: Felipe Ribeiro
Encosta
Encostas
VI – as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
Foto: Ladislau Skorupa
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Restinga
VII – os manguezais, em toda a sua extensão;
Foto: Itamar Soares de Melo
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Manguezal
VIII – as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais;
Foto: Maria Cristina de Oliveira
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Borda de tabuleiro ou chapada
IX – no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X – as áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação;
XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
Foto: Bruno M. T. Walter
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Vereda
NOTA
O Novo Código Florestal não estabelece as dimensões mínimas a serem recompostas nas áreas de preservação permanente degradadas localizadas no entorno de reservatórios, em encostas, topos de morros, montes, montanhas e serras, bordas de tabuleiros ou chapadas, mangues, restingas, e de altitude acima de 1.800 metros.
Tais dimensões mínimas deverão ser indicadas por ocasião da adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) estaduais.
Fonte: EMBRAPA
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 21/04/2022
Menos de 10% dos infectados com doença de Chagas recebem diagnóstico e tratamento oportunos
A doença causa cerca de 30 mil novas infecções a cada ano. Boa parte delas no México, América Central e América do Sul, onde é endêmica. Estima-se que 70% das pessoas afetadas não sabem que foram infectadas.
Chagas é uma doença parasitária potencialmente fatal, mas quase 100% curável se tratada em seu estágio inicial e agudo. Ela é transmitida aos seres humanos por insetos (conhecidos como barbeiros), transfusão de sangue ou transplante de órgãos, consumo de alimentos contaminados e durante a gravidez e o parto.
No Dia Mundial da Doença de Chagas, marcado em 14 de abril, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) pede a detecção de todos os casos e o acesso equitativo à atenção a essa doença.
Estima-se que 70% das pessoas afetadas não sabem que foram infectadas. O tema da campanha de 2022 tem foco em detectar e notificar todos os casos para derrotar a doença de Chagas.
Chagas é uma doença parasitária potencialmente fatal causada pelo microorganismo Trypanosoma cruzi. É transmitida aos seres humanos por insetos (conhecidos como barbeiros), transfusão de sangue ou transplante de órgãos, consumo de alimentos contaminados e durante a gravidez e o parto.
“Os esforços dos países da região para prevenir e controlar a transmissão vetorial, iniciados na década de 1990, mostram que é possível acabar com a doença de Chagas”, afirmou o diretor de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da OPAS, Marcos Espinal. “Este Dia Mundial é uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre a doença de Chagas e redobrar as ações para preveni-la, detectá-la, tratá-la e quebrar a cadeia de transmissão.”
Dos 21 países da região onde a doença de Chagas é endêmica, 17 conseguiram interromper a transmissão vetorial em domicílios em nível nacional ou subnacional. As mortes anuais também foram reduzidas de cerca de 45 mil em 1990 para 10 mil atualmente, e a população exposta a esses insetos caiu de cerca de 100 milhões para 70 milhões nos últimos 30 anos.
Com cerca de 8 mil bebês nascendo com Chagas a cada ano na região, a transmissão materno-infantil é agora a principal via de infecção e disseminação em países que controlaram a transmissão vetorial, melhoraram os padrões de moradia e implementaram a triagem universal em bancos de sangue.
“Se queremos derrotar a doença de Chagas, devemos manter os esforços para eliminar a transmissão vetorial em países que ainda não conseguiram isso, promover o rastreamento universal de Chagas para todas as mulheres em idade reprodutiva e oferecer tratamento gratuito a todas as que testarem positivo”, disse o chefe da unidade de Doenças Infecciosas Negligenciadas da OPAS, Luis Gerardo Castellanos. Além disso, “as gestantes com Chagas devem ser acompanhadas desde o início da gravidez e tratadas após o parto. Seus recém-nascidos devem ser testados e tratados se forem positivos”, complementou.
A doença de Chagas se expandiu das áreas rurais para as urbanas e ultrapassou as fronteiras da América Latina devido às viagens de pessoas para países e continentes que desconhecem a enfermidade e onde a transmissão ocorre por meio de transfusão sanguínea ou transmissão congênita, afetando milhares de pessoas.
Estima-se que até 30% dos pacientes com doença crônica possam desenvolver complicações a longo prazo, que podem ter consequências irreversíveis e crônicas para o sistema digestivo e para o coração. No entanto, se detectada precocemente, a doença pode ser curada ou seu curso clínico melhorado. Na fase crônica, o tratamento pode frear ou deter sua progressão.
A OPAS está trabalhando para fortalecer a capacidade dos profissionais de saúde para diagnosticar e tratar a doença de maneira oportuna e apropriada em todas as populações suspeitas, particularmente em mulheres e recém-nascidos, para eliminar a transmissão vertical da doença de Chagas e três outras enfermidades. Esses esforços fazem parte de uma iniciativa da OPAS que busca eliminar a doença de Chagas e outras doenças infecciosas até 2030.
Doença de Chagas nas Américas em números:
A doença é endêmica em 21 países da região
Cerca de 70 milhões de pessoas vivem sob risco de contrair Chagas na região pela picada de um inseto que transmite a doença
Sete em cada 10 pessoas que têm Chagas desconhecem sua condição
Mais de 10 mil pessoas morrem a cada ano devido a complicações clínicas da doença
A doença de Chagas é quase 100% curável se tratada em seu estágio inicial e agudo
Entre 2% e 8% das gestantes infectadas com a doença de Chagas podem transmiti-la aos seus bebês
Todos os 21 países endêmicos mantêm triagem universal de doadores de sangue
A prevalência média de doadores de banco de sangue detectados com Chagas na América Latina é de 0,2%
*Crédito da imagem: Legenda: Dos 21 países da região onde a doença de Chagas é endêmica, 17 conseguiram interromper a transmissão vetorial em domicílios em nível nacional ou subnacional
Foto: © OPAS
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Indígenas querem ampliar presença no Congresso para destravar demarcações e conter garimpo
Por Leandro Prazeres para a BBC News –
“Se o índio não defender índio, o branco é que não vai. O branco não vai chegar e falar: ‘Pode deixar que a gente defende vocês’. Por isso que a gente tem que ter coragem”. A frase foi dita pelo cacique da etnia Xavante Agnelo Temrite durante uma reunião de pré-candidatos indígenas em Brasília e resume, de certa maneira, o atual estágio do movimento indígena brasileiro.
Acuados pela paralisação das demarcações de terras e por projetos como a liberação da mineração em suas áreas, indígenas se articulam para aumentar o tamanho da sua bancada no Congresso e nos parlamentos estaduais de todo o Brasil.
A meta é pular de uma para quatro representantes na Câmara dos Deputados e eleger oito parlamentares estaduais. Para isso, a estratégia engloba a montagem de chapas viáveis eleitoralmente e a adoção de um discurso que amplie o eleitorado potencial de candidatos indígenas. Entre as principais pautas estão: retomada do processo de demarcação e fim do garimpo ilegal em suas terras.
Os planos para a ampliação da bancada indígena no Parlamento brasileiro foram alvo de intensas discussões durante o Acampamento Terra Livre (ATL), evento realizado por um coletivo de organizações não-governamentais que reúne, há oito anos, milhares de indígenas em Brasília.
A BBC News Brasil acompanhou uma das reuniões destinadas a debater como o movimento pretende aumentar sua representatividade no Congresso. O encontro aconteceu na terça-feira (12/04).
O diagnóstico feito pela maior parte dos presentes é a de que as eleições deste ano são uma das mais importantes dos últimos anos.
Na avaliação deles, uma continuidade do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) é considerada uma ameaça “existencial” para parte da população indígenas do país. Os dados do último censo, de 2010, apontavam uma população autodeclarada indígena de 896 mil pessoas. Os dados mais atualizados serão divulgados neste ano.
“Ele se elegeu dizendo que não demarcaria nem um centímetro de terra demarcada e está cumprindo. Para piorar, o governo apoia o garimpo em terras indígenas. Estamos entre a cruz e a espada”, afirma a coordenadora nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara (PSOL-SP), que é pré-candidata a deputada federal por São Paulo. Em 2018, ela foi candidata a vice na chapa presidencial de Guilherme Boulos (PSOL).
A paralisia nas demarcações de terras indígenas começou, de fato, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Segundo a Apib, há pelo menos 139 terras indígenas pendentes de homologação, a fase final do processo de demarcação. Apesar disso, é a atual política indigenista do governo Bolsonaro que é vista como uma ameaça mais concreta.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro fez críticas a lideranças e a entidades que defendem o movimento indígena, prometeu que não demarcaria mais nenhuma terra e entregou o comando da Fundação Nacional do Índio (Funai) ao delegado da Polícia Federal Marcelo Xavier, que anos antes atuou como assessor da bancada ruralista no Congresso Nacional durante uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava a atuação de organizações não-governamentais no Brasil.
Ao mesmo tempo, as terras indígenas têm sofrido com o avanço do garimpo ilegal e do desmatamento desenfreado. Dados de satélite coletados pelo MapBiomas apontam que, entre 2016 e 2020, houve um aumento de 3.350% na área de garimpo de ouro da Terra Indígena Yanomami, a maior do Brasil, localizada entre os estados do Amazonas e Roraima.
Em 2020, o presidente enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional prevendo a legalização da mineração em terras indígenas.
Combustível, pistas clandestinas, armas e rádios: como funciona logística do garimpo na terra yanomami
O governo defendeu a medida como uma forma de dar mais liberdade às populações que vivem nessas áreas, gerando novas fontes de renda para comunidades marcadamente carentes. Ambientalistas e lideranças indígenas, por outro lado, se manifestaram contra o projeto, alegando que a atividade poderia causar danos sociais e ambientais.
Em 2022, Bolsonaro assinou um decreto que criou um programa voltado ao que o governo chamou de “mineração artesanal”, interpretado por críticos como mais uma medida para incentivar a atividade garimpeira na Amazônia.
Estratégias: recuar para avançar
Sônia Guajajara explica que a estratégia do movimento para atingir a meta de eleger quatro representantes no Parlamento vai atender a três critérios: apoio das organizações indígenas regionais, filiação a partidos considerados progressistas e viabilidade eleitoral.
A ideia, diz Sônia, é reduzir o número de candidaturas indígenas lançadas para se concentrar apenas naquelas que tenham, efetivamente, chances de vitória. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que, em 2018, foram registradas 133 candidaturas compostas por indígenas, um aumento de 56,4% em relação a 2014, quando foram 85.
A estimativa é de que sejam lançadas em torno de 30 candidaturas com a chancela do movimento indígena. Desse total, em torno de 17 deverão ser mulheres. Todos os nomes, porém, só deverão ser definidos nos próximos meses, com as convenções partidárias.
Um dos objetivos de diminuir as candidaturas indígenas é evitar que chapas aliadas “comam” voto umas das outras, reduzindo as chances de qualquer uma delas ser eleita.
“Queremos mais candidaturas com chance de se eleger. Não é mais lançar por lançar. Agora, o nosso foco é viabilidade eleitoral”, explica Sônia.
Estourando a “bolha”
Nice Tupinambá
Nice Tupinambá lançou sua pré-candidatura a deputada federal pelo PSOL do Pará durante acampamento indígena, em Brasília /LEANDRO PRAZERES/BBC NEWS BRASIL
Um dos nomes nos quais o movimento deverá apostar suas fichas é o de Nice Tupinambá, pré-candidata a deputada federal pelo PSOL do Pará. Ela é uma das dirigentes do PSOL no estado e trabalha no governo do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), em Belém.
Militante de movimentos sociais da periferia da capital paraense, Nice Tupinambá afirma ter uma base popular sólida fora do movimento indígena, mas sabe que para que seus “parentes” (termo normalmente usado por indígenas para se referirem uns aos outros) serem eleitos, é preciso ir além do voto em suas comunidades.
“O voto indígena não é suficiente. Mesmo se reunir todos os nossos votos no Pará, não conseguimos eleger um deputado federal. No Pará, é preciso, pelo menos, 120 mil votos para chegar à Câmara. Todas as candidaturas indígenas aqui vão ter que buscar votos fora”, explica Nice.
Diante desse desafio, Nice afirma que a estratégia é aprofundar a busca por votos em setores que ela classifica como “progressistas” da sociedade. Ela diz acreditar, também, que parte do eleitorado na Amazônia entende que seria hora de aumentar a representatividade dos povos indígenas na política.
“Eu sou como qualquer pessoa que veio de baixo. O povo olha pra gente e se sente representado. Eles acham que está na hora de fazer essa luta. Eu acho que vou ter voto justamente pelo fato de ser indígena, por ser periférica e por ser mulher”, afirmou.
A meta do movimento indígena é, justamente, multiplicar o feito de uma outra mulher: a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-AP). Ela foi a primeira mulher indígena a se eleger para a Câmara dos Deputados, em 2018, com 8.491 votos.
Joênia Wapichana
Joênia Wapichana fez história ao se tornar a primeira mulher indígena do Brasil a ser eleita para uma vaga na Câmara dos Deputados /GIOVANNI BELLO
Joênia é advogada e, no início dos anos 2000, ganhou notoriedade ao atuar no julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), da ação que resultou na homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Sua campanha fez parte do bloco de candidaturas lançadas pelo movimento RenovaBR, fundado por Eduardo Mufarej. Entre elas, estava a de outras candidatas como a da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP).
Joênia diz que o plano para que candidatos indígenas furem a “bolha” do movimento e se tornem eleitoralmente viáveis passa por reforçar o discurso de que a defesa de pautas como as demarcações de terras e o combate ao desmatamento beneficiam toda a população e não apenas os “parentes”.
“A causa indígena, a defesa do meio ambiente, a qualidade de vida e a luta por direitos sociais se aplicam a qualquer brasileiro ou brasileira. Tem muito candidato branco ou negro que fala em nosso nome. Mas nós, indígenas, somos totalmente capazes de defender essas pautas”, diz a deputada.
Encruzilhada e aposta
Outro desafio enfrentado pelo movimento indígena é a conjuntura política atual. Historicamente, o movimento indígena brasileiro “abraçou” e foi “abraçado” pelos partidos de esquerda. O cacique Mário Juruna, primeiro indígena eleito para a Câmara dos Deputados, em 1982, se elegeu pelo PDT de Leonel Brizola.
Sem pontes com o bolsonarismo e com a chamada “terceira via”, o movimento indígena aposta suas fichas na vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na semana passada, por exemplo, o ex-presidente foi recebido por lideranças indígenas durante o Acampamento Terra Livre (ATL). Centenas de pessoas de diversas etnias se aglomeraram e ovacionaram o petista que é pré-candidato à Presidência da República e se coloca como principal opositor de Jair Bolsonaro.
Lula e Sonia Guajajara
Lula fica entre Joênia Wapichana e Sônia Guajajara durante evento em acampamento indígena, em Brasília /ALASS DERIVAS/MIDIA NINJA
O apoio acontece apesar de o movimento indígena ter cobrado publicamente o ex-presidente pelos impactos causados pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, que afetou a vida de comunidades indígenas na bacia do rio Xingu e foi construída durante os governos petistas.
“Existe, sim, essa encruzilhada. É claro que há uma proximidade ideológica entre o movimento e a esquerda. Nós apoiamos Lula, mas não esquecemos de Belo Monte. O problema é que não houve diálogo possível com o bolsonarismo. As pautas dele (Jair Bolsonaro) vão na direção oposta das nossas”, diz Sônia Guajajara.
Sônia admite que o movimento também não tem “pontes” estabelecidas com os nomes que tentam se viabilizar pela terceira via, entre eles estão a senadora Simone Tebet (MDB-MS), o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro e os ex-governadores de São Paulo e do Rio Grande do Sul, João Doria e Eduardo Leite, ambos do PSDB.
A liderança diz, no entanto, que o movimento indígena estaria aberto a dialogar com um candidato de centro caso saia vitorioso nas eleições de outubro.
“A gente está disposto a dialogar com um nome de centro. A questão é saber se eles irão ou não querer conversar com a gente e ouvir as nossas pautas”, diz Sônia.
*Créditos da imagem destacada: Sônia Guajajara discursa em ato político durante acampamento de indígenas, em Brasília, há uma semana/ALASS DERIVAS/MIDIA NINJA
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