O trabalho de conservação de fauna e flora realizado pelo Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, vem trazendo resultados significativos e ganhando destaque. Os projetos de conservação de orquídeas e antas serão apresentados no dia 19 de maio no Avistar Brasil, maior evento de observação de aves do Brasil, no Instituto Butantan, em São Paulo.
Um levantamento, em parceria com a Sustentar Meio Ambiente, catalogou 286 espécies de aves no Legado das Águas – mais de um terço da avifauna conhecida no estado de São Paulo -, sendo 33 delas ameaçadas de extinção.
As iniciativas em prol da conservação das espécies animais e vegetais, além de atrair turistas e estudantes para a reserva, chamaram a atenção dos organizadores do Avistar Brasil, que fizeram o convite para os pesquisadores do Legado das Águas mostrarem os trabalhos feitos com as orquídeas e as antas, espécies das mais sensíveis às mudanças no ecossistema. “O convite para apresentar as iniciativas de conservação ligadas à pesquisa científica no Avistar Brasil é um belo indicador de que o trabalho do Legado das Águas tem impacto positivo e contribui para geração e compartilhamento de conhecimento. Poder compartilhar conhecimento com a sociedade é muito importante para nós”, afirma Frineia Rezende, gerente executiva da Reservas Votorantim.
O biólogo Luciano Zandoná, responsável pelo projeto “Orquídeas do Legado”, comanda a oficina “Reintrodução de Orquídeas”, a partir das 8h, no auditório 1, e uma ação de realocação de orquídeas trazidas do Legado das Águas, do Instituto de Botânica de São Paulo e do Orquidário Colibri, de São Lourenço da Serra (SP), no bosque do instituto. “É uma ótima oportunidade para atingir um nicho diferente de público e mostrar a relevância das orquídeas no ecossistema. Além de serem bioindicadoras da qualidade da floresta, elas atraem polinizadores, que geram frutos para alimentação dos pássaros. Tão importante quanto a pesquisa científica é participar de eventos como esses, para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de conservação da Mata Atlântica”, afirma.
Iniciada em dezembro de 2015, a pesquisa com orquídeas no Legado já documentou 210 espécies, 13 delas consideradas ameaçadas de extinção e uma que era tida como extinta (Octomeria estrellensis), que conseguiu ser polinizada manualmente e gerou mudas.
Já a parceria entre Legado das Águas e Instituto Manacá para estudo da população de antas no Legado das Águas será destaque na palestra de Mariana Landis, presidente do Instituto Manacá, às 11h, no auditório 2. “Tivemos resultados muito bons, em razão da qualidade do ecossistema do Legado das Águas. A anta é uma espécie muito sensível, que necessita de áreas grandes e conservadas. Percorremos mais de 1.400 quilômetros para instalar câmeras fotográficas e verificar vestígios. Conseguimos 400 registros de antas, que representam a maior quantidade entre os 22 mamíferos de médio e grande porte encontrados na área da reserva”, diz. (#Envolverde)
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