Além dos danos causados pela concentração econômica, o modal rodoviário responde por praticamente um terço das emissões brutas de gases-estufa no Estado de São Paulo. De 158,8 milhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono (MtCO2e) estimadas pelo sistema SEEG com dados de 2016, nada menos que 45,52 estão diretamente relacionados ao transporte rodoviário.
Se somadas as emissões da produção de combustíveis, a quantidade sobe para 55,6 milhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono (MtCO2e), ou 35% do total.
Com apenas 2% do território brasileiro, o Estado de São Paulo gera 7% das emissões do país – que aumentaram 32% entre 1990 e 2016, passando de 1,72 bilhão para 2,27 bilhões de toneladas equivalentes.
O período inclui, no caso estadual, exemplos como a desativação completa da rede ferroviária de transporte de passageiros do interior paulista – que era movida a eletricidade. Também coincide com o crescimento de suas cidades médias para um modelo mais dependente de automóveis.
O sistema SEEG é promovido pelo Observatório do Clima, uma rede com mais de 40 organizações das quais cinco coordenam o trabalho técnico (IPAM, IMAZON, IMAFLORA, IEMA e ICLEI), com suporte organizacional de Fundação Avina e Fundação Getúlio Vargas.
A energia, campo que inclui o transporte, é o setor que mais pesa nas emissões paulistas (53%), com mais de 87 milhões de toneladas equivalentes. Em seguida está a agropecuária extensiva (20%), com 31,76 milhões. O tratamento de resíduos sólidos ou líquidos ocupa a terceira posição (17%), com estimativa de 27 milhões. E a alteração de usos da terra (5%) e a indústria de transformação de metais ou de produtos minerais (5%) completam o quadro com 7,94 milhões de toneladas MtCO2e cada.
A base metodológica das estimativas do SEEG é o 3º Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases do Efeito Estufa, publicado oficialmente pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em 2016. O levantamento foi feito pelo sociólogo pela Unicamp, José Arnaldo de Oliveira. (#Envolverde)
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