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segunda-feira, 21 de maio de 2018

Estudo internacional inédito aponta risco de perda de 82% dos campos rupestres no país

UNESP
Áreas abrigam mais de 5000 espécies de plantas e um dos níveis mais altos de endemismo no mundo Imagem: Ricardo Solar
Áreas abrigam mais de 5000 espécies de plantas e um dos níveis mais altos de endemismo no mundo Imagem: Ricardo Solar
Um estudo desenvolvido em colaboração entre pesquisadores da Unesp Rio Claro, Standford University (dos EUA) e Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG), alerta para mudanças no uso do solo que podem levar à perda de 82% desses ecossistema no futuro, prejudicando o acesso à água e a segurança alimentar em escala regional.
Os campos rupestres são complexos vegetacionais antigos, datando de milhares de anos e megadiversos, que abrigam mais de 5000 espécies de plantas e um dos níveis mais altos de endemismo no mundo.
Este ecossistema ímpar ocorre em solos pobres em nutrientes e sob condições ambientais extremas, em geral nas montanhas de quartzo e ferro de Minas Gerais e Bahia. Até pouco tempo atrás, os campos rupestres foram poupados das principais intervenções humanas de agricultura e pecuária intensiva. No entanto, recentemente, estas áreas têm experimentado uma das mais extremas mudanças no uso da terra entre todos os ecossistemas brasileiros, sofrendo com políticas precárias que levam a intensas atividades de mineração, turismo descontrolado e construção de estradas mal planejadas.
A descoberta de grandes reservas minerais, a adoção de políticas de conservação ineficazes e mudanças climáticas em curso estão ameaçando esse ecossistema.
O artigo, co-autorado por pesquisadores da UFMG, Unesp de Rio Claro e Stanford University (EUA), lançam luz sobre as ameaças severas impostas pelas mudanças no uso da terra sobre os campos rupestres, modelando sua distribuição futura sob diferentes cenários de mudanças climáticas.
O estudo inédito faz uma previsão catastrófica que, se não for interrompida, levará à perda de 82% desse ecossistema no futuro, impactando os serviços ecossistêmicos em escalas regionais, incluindo água e segurança alimentar, potencialmente afetando mais de 50 milhões de pessoas no Brasil.

Da UNESP, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 21/05/2018

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