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segunda-feira, 4 de setembro de 2017


Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Amazônia, Áreas Protegidas, Biodiversidade, Cerrado, Energia, Florestas, Mineração, Mudanças Climáticas, Povos Indígenas, Quilombolas, Política Socioambiental
Ano 17
04/09/2017

 

Amazônia

 
  Em entrevista, o procurador da República Daniel Azeredo alerta: legislação é flexibilizada desde 2010, e o simples debate sobre a redução de áreas protegidas provoca corrida pelo desmatamento. 'É preciso interromper qualquer discussão'. Responsável pelo acordo que obrigou frigoríficos a fiscalizar pecuaristas e estabeleceu uma série de exigências para a criação de gado - apontado como um fator que permitiu redução de áreas desmatadas na Amazônia Legal nos últimos anos -, o procurador diz que a especulação sobre terras na Amazônia, como o anúncio do fim da Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca), é um convite à destruição da floresta - O Globo, 4/9, País, p.4.
  Para o americano Thomas Lovejoy, renomado pesquisador da área da biodiversidade, a assinatura presidencial que extinguiu a Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associados), localizada entre o Amapá e o Pará, "foi um movimento feito sem a devida consideração". "Eu acredito que seja necessária uma nova abordagem sobre o setor mineral como um todo, uma espécie de comitê nacional de mineração para pensar isso. Seria formado por governo, setor privado e sociedade civil, com o objetivo de pensar em como extrair minerais em áreas sensíveis do ponto de vista ambiental e social", diz Lovejoy em entrevista - FSP, 2/9, Ciência, p.B9.
  "O governo está mal informado ou tem péssimas intenções em relação à extinção da Renca. Mesmo com o fim da reserva, apenas 10% do território poderia ter exploração mineral, segundo Beto Veríssimo, pesquisador do Imazon. Ao contrário do que o governo diz, o desmatamento na área é mínimo, de 0,3%. O risco é haver a intenção de mudar o marco regulatório das unidades de conservação. Só isso explica o fim da Renca", artigo de Míriam Leitão - O Globo, 3/9, Economia, p.36.
  "A área de preservação que Temer liberou por decreto para a mineração no Amapá é do tamanho do Espírito Santo, metade de Portugal, equivale a duas vezes Israel e é maior do que a Suíça, a Bélgica e a Dinamarca. Essas comparações dão a medida do absurdo que, diante dos protestos, foi adiado por 120 dias para quando, quem sabe, a pátria estiver mais distraída. A preocupação do presidente é aliciar apoio no Congresso para evitar que a nova denúncia da Procuradoria contra ele chegue ao STF. Acreditava-se que, depois da história de vida e da saga épica que comoveu o mundo, ninguém ousaria contrariar o legado de Chico Mendes, desrespeitar sua luta e ofender sua memória. Michel Temer ousou", artigo de Zuenir Ventura - O Globo, 2/9, Opinião, p.15.
  "Qual modelo de desenvolvimento queremos para a Amazônia? A discussão que interessa leva em conta não só o desenvolvimento econômico e social - tão necessários na região -, mas também um novo padrão de produção e consumo. Um modelo capaz de conciliar a conservação da natureza e o fortalecimento da cultura dos povos tradicionais com o uso dos recursos naturais de forma inteligente e em benefício de todos. Teremos que ser ousados para incluir o capital natural amazônico em uma equação de ganha-ganha. Inovação, pesquisa, ciência e tecnologia são temas de partida para a criação de novos modelos de negócios, dentro de uma agenda produtiva e responsável. Iniciaremos esse diálogo construtivo em um evento amanhã, não por acaso o Dia da Amazônia, no Museu do Amanhã", artigo Sérgio Rial e Joe Keenan - O Globo, 4/9, Opinião, p.13.
  
 

Energia

 
  Com restrições no Orçamento, programa criado para iluminar todas as casas do País gastou apenas 21% do R$ 1,2 bilhão previsto para este ano em novas ligações - OESP, 4/9, Economia, p.B6.
  A energia ainda não circula entre os interruptores das casas da zona rural de municípios tocantinenses como Abreulândia, Crixás, Dueré, Figueirópolis e Santa Rita do Tocantins. Cada uma dessas cidades, porém, já teve a paisagem do cerrado invadida por torres imensas de linhas de transmissão. Os cabos ainda sem uso foram instalados meses atrás, quando um grupo chinês se embrenhou na região para erguer parte da linha de 2,1 mil km de Belo Monte, rede que vai ligar Vitória do Xingu, no Pará, a Ibiraci, em Minas Gerais. Como o plano de construção da rede é passar direto pelos Estados do traçado, levando energia ao Sudeste, nenhum watt das turbinas de Belo Monte vai descer até as casas da região quando a linha for acionada, no início de 2018 - OESP, 4/9, Economia, p.B6.
  
 

Geral

 
  O resultado do primeiro estudo analisando o impacto global dos seres humanos sobre as florestas tropicais -no Sri Lanka, na Austrália e Nova Guiné, no México e na Amazônia brasileira- deixa claro que as florestas tropicais eram ambientes não "naturais" ou "intactos" bem antes da agricultura e da industrialização de hoje. O estudo, publicado na revista "Nature Plants", mostra que os seres humanos modificaram as ecologias florestais por dezenas de milhares de anos, usando técnicas que incluem a queima controlada, o manejo de espécies de plantas e de animais e o desmatamento seletivo. Um detalhe interessante é que essa queima controlada criou ambientes abertos que incentivavam a presença de animais e o crescimento de plantas comestíveis - FSP, 3/9, Ciência, p.B8.
  Dentro de apenas 20 anos, o tamanduá-bandeira poderá desaparecer do Cerrado paulista, de acordo com um estudo realizado por uma pesquisadora da Unesp. Estima-se que a população da espécie já tenha sofrido redução de mais de 30% na região na última década. A alteração do habitat por humanos, os atropelamentos, a caça, as queimadas, o uso de agrotóxicos e os conflitos com cães são as principais razões para o declínio do tamanduá-bandeira na região, de acordo com a bióloga Alessandra Bertassoni. Segundo ela, caso as queimadas sejam suprimidas, a espécie ainda será viável por 30 anos - OESP, 2/9, Metrópole, p.A22.
  "Precisamos falar mesmo é de mudança do clima. O furacão Harvey é um bom pretexto para isso. A tempestade despejou sobre Houston (Texas), quarta maior cidade dos EUA, 1.270 mm de água entre a noite de 24 de agosto e a tarde de 29. Em menos de cinco dias, choveu ali quase tudo que chove na cidade de São Paulo em um ano. Foi o maior temporal já registrado nos Estados Unidos. Um evento de magnitude que só deveria repetir-se a cada 500 anos -e foi o terceiro a se abater sobre a cidade desde 1979. Há algo mais a dizer sobre a cobertura jornalística de desastres naturais: a diferença de destaque, a depender do local da tragédia. Se em Houston houve mais de 40 vítimas, na mesma época do Harvey pelo menos 1.200 morreram na Índia, em Bangladesh e no Nepal em inundações pelas chuvas de monção", artigo de Marcelo Leite - FSP, 3/9, Ciência, p.B8.
  
 
Imagens Socioambientais

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