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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Agapan completa 46 anos de luta 100% voluntária

Fundada em 27 de abril de 1971, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) completa 46 anos de atuação 100% voluntária nesta quinta-feira (27). O aniversário será comemorado em Porto Alegre, no Boteco Matita Perê, a partir das 19h30, e reunirá associados, militantes, amigos da entidade e simpatizantes das lutas ambientais.

“Todos os anos, a Agapan homenageia associados que fazem parte da história da entidade e, neste ano, não será diferente e vamos homenagear três militantes ativos”, anuncia o presidente da Associação, Leonardo Melgarejo, ao citar, como homenageados deste ano, o sócio-fundador Alfredo Gui Ferreira, a ex-presidenta Edi Xavier Fonseca e a conselheira Zorávia Bettiol.


Compromisso e engajamento

Alfredo Gui Ferrreira é sócio-fundador da Agapan. Foi secretário da entidade no início da década 80, presidente de 2014 a 2015 e agora tesoureiro. Licenciado em Historia Natural pela Ufrgs (1964), mestre em Botânica (Ufrgs, em 1973), doutor em Ciências pela USP (1977) e pós-doutor pelo William Paterson College, NJ, USA (1981).”Com quase 100 trabalhos publicados em revistas nacionais e estrangeiras, me dediquei à fisiologia de plantas e à ecofisiologia, sendo autor de vários capítulos em livros”, destaca Alfredo, que organizou o livro “Germinação do básico ao aplicado”, publicado pela Artmed (2004). Ex-presidente da Sociedade Botânica do Brasil (1988-91), Alfredo também orientou mais de dez estudantes em doutorado e em torno de 30 em mestrado, tanto na Ufrgs, quanto na Universidade de Brasília e na Federal de São Carlos (SP).

Edi Xavier Fonseca atua no movimento ambientalista desde 1980, se tornando associada da Agapan a partir de 1982/83. É professora de Ciências Humanas da Rede Pública do RS. Formada em Ciências Sociais e pós-graduada em Geografia, na Agapan Edi foi tesoureira e presidenta por cinco gestões (de março de 1999 a agosto de 2009). Atualmente é membro do Conselho Superior da entidade. Entre as lutas, Edi destaca diversas manifestações de rua, contra as obras na Orla do Guaíba, pela não construção de um Centro de Eventos no Jardim Botânico, pela retirada do Mini-Zôo (da Redenção) da rua Paulo da Gama para o interior do Parque, por uma Reforma Agrária Ecológica, pelas Leis Orgânicas dos Municípios, arborização urbana, Plano Nacional e Estadual dos Resíduos Sólidos,combate à incineração de lixo, arborização urbana, Plano Diretor de Porto Alegre, Orla do Guaíba, transgênicos, agrotóxicos, celulose, queimadas, contra as barragens (hidrelétricas) e em diverso coletivos. Edi participou diversas vezes da Coordenação da Apedema (Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente) e representou a Agapan durante vários anos no Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) e no Conama (Nacional), neste, agregando as ONGs da região Sul do Brasil. Atualmente, Edi milita contra as extinções das fundações públicas do RS.

Zoravia Bettiol, artista plástica consagrada, diz ter herdado de seu pai, Sigefrido Bettiol, o respeito e o cuidado com a natureza “e os princípios de liberdade, responsabilidade e justiça social, que contribuíram na criação de minha estrutura como pessoa, cidadã e artista visual”. Para Zorávia, essas experiências e ensinamentos acabaram se transmutando em séries de gravuras, desenhos, pinturas, instalações e performances, que a tornam uma artista plástica única, cuja obra reflete os problemas ambientais e a importância da preservação da natureza. Esse foco ambiental teve início em 1983, quando contatou com Magda Renner e Giselda Castro (falecidas), da Ação Democrática Feminina Gaúcha (ADFG), e com José Lutzenberger e Augusto Carneiro, da Agapan. “Ao buscar subsídios e aprender com a experiência desses ecologistas, realizei, naquele período, a instalação Sobreviveremos?, além da série de desenhos Verde Que Te Quiero Verde”, conta, ao citar a inclusão de textos de personalidades como Mário Quintana, Roberto Burle Marx, Moacyr Scliar, Oscar Niemeyer, Luiz Fernando Veríssimo e Orlando Vilas Boas. A partir disso, Zorávia coordenou diversas instalações artísticas, inclusive no 1º Fórum Mundial em Porto Alegre e em São Francisco (EUA), de onde retornou no ano 2000. Depois de várias atividades votadas à educação e à inclusão social, em 2010 Zorávia começa a participar do Movimento em Defesa da Orla do Guaíba e integra a Comissão Pró-Museu das Águas de Porto Alegre (Musa). 

Na Agapan, Zorávia coordenou a mostra de artes visuais e literatura intitulada É Vida!, no Museu da Arte do Rio Grande do Sul (Margs), em 2016, que teve André Venzon como produtor cultural. “Mais recentemente, milito denunciando esse governo golpista e o retrocesso civilizatório que nosso país atravessa”, critica Zorávia. “Penso que a nossa luta atual, na Agapan, seja conseguirmos uma sede, mobilizar jovens para se associarem e ainda promover cursos para divulgar a importância do ambientalismo. Reafirmo que é um prazer muito grande conviver e aprender com os membros da nossa Associação, pois aliam qualidade profissional e experiência de vida com abnegação, coragem e luta pela preservação e melhoria de vida no nosso Planeta”, finaliza Zorávia. 

O Boteco Matita Perê fica na rua João Alfredo, número 626, na Cidade Baixa. A adesão para o aniversário de 46 anos da Agapan é individual.

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