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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ibama flagra desmatamento no RS

Área, localizada na região Central do Estado, abrange 150 hectares de Mata Atlântica usados para plantação de fumo.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) flagrou 150 hectares no entorno do município de Segredo que estavam sendo desmatados ilegalmente. O espaço, que seria usado para cultivo de tabaco, pertence ao bioma Mata Atlântica e abrange mais seis municípios da região central do Rio Grande do Sul.

Vistorias já foram determinadas pelo Ministério Público Federal (MP) em Cruz Alta, que aguarda a conclusão do Ibama para dar encaminhamento ao processo. Até ontem, foram vistoriados 8 hectares em três propriedades de Segredo, onde, ao todo, foram apreendidos 732 metros cúbicos de lenha nativa. Os locais foram embargados e aplicada multa que soma R$ 168 mil. O chefe do escritório do Ibama em Santa Maria, Tarso Isaia, destaca que as áreas já foram convertidas em lavouras de fumo e que, há muito tempo, não se via desmatamento nestas proporções no Estado. "É uma situação preocupante porque o cultivo está sendo realizado em detrimento da Mata Atlântica e a madeira nobre está sendo usada como lenha nas estufas de secagem de fumo", revela. Outro agravante é a informação de venda da lenha nas estradas da região.

Isaia salienta que a Mata Atlântica e as espécies nativas que a compõem (Corticeira da Serra, Figueiras e Pinheiro Brasileiro) são protegidas por lei federal. Por isso, além de pagarem multa, os proprietários das terras desmatadas devem responder a processos civis no MP e na Justiça Federal.

O Ibama deve alertar as entidades representativas do setor fumageiro sobre a ação. "Técnicos percorrem as propriedades e podem estar sabendo que isso ocorre", dispara. No entanto, o engenheiro florestal da Afubra, Jorge Farias, não tinha conhecimento sobre os cortes de Mata Atlântica até ontem. Ele afirmou que, há anos, não existe registro deste tipo de irregularidade na associação, pois as empresas do setor trabalham forte para o uso correto da mata nativa. "O caso é grave pelo fato das áreas serem convertidas em lavouras."

Segundo a Afubra, os fumicultores da região Central do Estado cultivam o tabaco do tipo Virgínia, mas também se apresentam grande área plantada com a variedade Burley, conhecida como fumo de galpão.
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FONTE : Correio do Povo, P. Alegre, edição de 19/11/2010.

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