Powered By Blogger

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

O risco que as estradas oferecem aos Tamanduás Bandeira

por Fernando Pinto, Biólogo e doutorando em Ecologia Aplicada na Universidade Federal de Lavras, MG – 
Estudo inédito mostra que as estradas podem afetar a conservação do tamanduá-bandeira em cerca de 30% da sua área de distribuição no Brasil
A prestigiada revista científica internacional Biological Conservation, líder há mais de 40 anos em divulgação da ciência da conservação, torna público um estudo inédito e de fundamental importância sobre os efeitos das estradas na ameaçada espécie tamanduá-bandeira no Brasil.
O estudo encontra se disponível para consulta na revista científica Biological Conservation (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0006320718300910?via%3Dihub), reconhecida mundialmente como umas das mais influentes revistas no campo da Biologia da Conservação. A iniciativa partiu do biólogo Fernando Pinto, aluno de doutorado do curso de pós-graduação em Ecologia Aplicada da Universidade Federal de Lavras, (UFLA). “O estudo permitiu identificar e quantificar áreas inadequadas devido as estradas para a ocorrência do tamanduá-bandeira e que variaram entre 32 e 36% da sua área de distribuição no Brasil, comenta Fernando Pinto”.
O Tamanduá-Bandeira, espécie mais popular e a maior das quatro existentes de tamanduás, podem chegar a ter entre 1 e 1,3 metros de comprimento. Sua cauda pode ter de 64 e 90 cm e o peso varia de 22 a 39 kgs.
O tamanduá-bandeira, também conhecido no Brasil como tamanduá-açu, tamanduá-cavalo ou papa-formigas-gigante, é um mamífero terrestre de grande porte com características corporais facilmente reconhecíveis como o focinho alongado e um padrão marcante de pelagem. Apesar de sua ampla distribuição geográfica que abrange as Américas Central e do Sul, a espécie é atualmente classificada como “Vulnerável” de extinção e possivelmente extinta nos limites norte e sul de sua distribuição. Dentre as principais ameaças ao tamanduá-bandeira estão a perda e modificação de seu habitat, a caça predatória, incêndios florestais e a mortalidade devido a colisão com veículos. “No intuito de melhor compreender o impacto das estradas Brasileiras na conservação do tamanduá, foi aplicado um modelo demográfico populacional que avaliou e selecionou potenciais áreas críticas para a ocorrência desta espécie em todo território nacional”, comentou Clara Grilo co-autora do trabalho.
Este trabalho mostra também que a fragmentação do habitat poderá afetar mais negativamente do que a mortalidade nas estradas, haja visto que parte considerável de seu habitat natural não atende ao tamanho mínimo de área necessário a sobrevivência da espécie. “No entanto, mais estudos terao que ser realizados para poder confirmar este resultado, destacou Fernando Pinto” O presente artigo chama a atencao do efeito nefasto das estradas nesta especie. “Esperemos que promova mais pesquisa local nas áreas mais críticas e sensibilize os agentes ambientais e das rodovias para a tomada de decisões referente a construção e expansão da malha viária Brasileira”, comentou Clara Grilo. (#Envolverde)
Para saber mais:
Pinto FAS, Bager A, Clevenger AP, Grilo C. 2018. Giant anteater (Myrmecophaga tridactyla) conservation in Brazil: Analysing the relative effects of fragmentation and mortality due to roads. Biological Conservation:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0006320718300910?via%3Dihub

Nenhum comentário: