A Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio), criada para negociar créditos de ativos ambientais, terá sua primeira operação durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, a primeira transação será a negociação de créditos de carbono emitidos durante o encontro internacional, que ocorrerá em junho deste ano.
“Já está sendo feito o cálculo e a primeira operação será na Rio+20, com empresas que vão comprar ações que comprovadamente abatem a totalidade das emissões geradas pela conferência, inclusive o transporte das delegações estrangeiras e todas as atividades”, disse Minc, em evento sobre a Rio+20 na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Além de créditos sobre a emissão de gases de efeito estufa (créditos de carbono), a BVRio também negociará créditos para outros problemas ambientais, como o desmatamento e a emissão de poluição em corpos hídricos. A bolsa, criada no fim do ano passado, é uma entidade sem fins lucrativos que funcionará com o apoio da prefeitura do Rio e do governo fluminense.
“A bolsa vai permitir que setores da economia que tenham custo mais alto para a redução das emissões comprem créditos de setores que tenham custos mais baixos”, disse Minc.
O mercado de crédito de carbono foi proposto pelo Protocolo de Quioto, que previu metas de redução da emissão de gases de efeito estufa para empresas e governos. O mercado permite que empresas que não emitem ou emitem menos gases de efeito estufa coloquem à venda ações na bolsa de valores.
Cada ação corresponde a um determinado volume de gases de efeito estufa que deixou de ser emitido. Empresas que emitem muitos gases de efeito estufa podem comprar essas ações para atingir as metas propostas, como se elas próprias estivessem cortando suas emissões.
Segundo o secretário, durante a Rio+20, também será inaugurado o primeiro dos dois distritos verdes que serão criados no estado. O Distrito Verde tecnológico funcionará na Ilha de Bom Jesus, ao lado da Cidade Universitária do Rio, e terá espaço para a instalação de dez centros de pesquisas em tecnologia limpa. As duas primeiras empresas a se instalarem nesse distrito serão a L’Oreal e a GE.
O segundo Distrito Verde – industrial – só será inaugurado depois da Rio+20 e funcionará na cidade de Itaguaí, na região metropolitana do Rio. “Serão empresas também ligadas à tecnologia limpa. Nesse caso, já estão interessadas [em se instalar] uma empresa chinesa ligada à energia eólica e uma espanhola que vai fazer equipamentos para energia solar, como painéis e conversores”, disse.
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Reportagem de Vitor Abdala, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 18/04/2012
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