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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Dique do Rio Muriaé: Pesquisador sugeriu transferência de moradores de área alagada em 2009

Especialista diz que área onde fica Três Vendas, em Campos, é propícia a enchentes
A região ameaçada. Infográfico O Estado de S.Paulo
A região ameaçada. Infográfico O Estado de S.Paulo
O pesquisador Arthur Soffiati, do Núcleo de Estudos Socioambientais da Universidade Federal Fluminense (UFF), disse nesta quinta-feira, 5, que propôs ao Ministério Público e à prefeitura de Campos dos Goytacazes em janeiro de 2009 a transferência de todos os moradores da localidade de Três Vendas para um trecho mais alto conhecido como Colina, que fica a 500 metros de distância, por causa das inundações recorrentes. Reportagem de Felipe Werneck, em O Estado de S.Paulo.
“Estão fazendo agora provisoriamente o que eu propus como solução permanente”, comentou Soffiati sobre a retirada às pressas de 700 famílias que vivem na comunidade, por causa da iminência de inundação da área urbana. O pesquisador disse que foi chamado pelo MP para preparar um relatório após o rompimento do dique do Rio Muriaé ocorrido em dezembro de 2008.
“Fui a uma audiência pública e quase apanhei”, contou o professor. “Tentei argumentar que muitos moradores perdiam tudo todo ano e que o objetivo era evitar isso. A proposta foi corroborada pelo órgão técnico do MP, mas acabou sendo rejeitada.”
Soffiati propôs que a mesma solução fosse adotada progressivamente no município de Cardoso Moreira, que tem 12 mil habitantes. “Pelo menos 80% da cidade, que também fica no leito do Rio Muriaé, costuma ficar embaixo d’água. Seria um plano de longo prazo.” Para o professor, a recorrente destruição e ocupação de áreas de várzea pela água indica que a BR-356 foi construída de maneira inadequada.
“As inundações na região do Rio Muriaé são recorrentes e a estrada deveria ter sido projetada para que não sofra rompimento. A culpa não é de São Pedro”, acrescentou o engenheiro geotécnico Alberto Sayão, professor da PUC-Rio e ex-presidente da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos (ABMS), lembrando que o rompimento de 2008 deveria ter servido de alerta.
“A estrada não está preparada para cheias e é possível que vá romper em outros trechos. Deve ser feita uma avaliação para que seja refeita em condições adequadas.”

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FONTE : EcoDebate, 06/01/2012

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