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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Saúde ambiental: coronavírus reflete um desequilíbrio ecossistêmico



Por Sucena Shkrada Resk* – 
Maior parte dos registros de casos, até agora, se concentra na China e em outros países asiáticos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta mundial sobre a propagação do coronavírus (2019-nCoV) e instituiu um comitê de emergência com renomados cientistas mundiais, desde o dia 22 de janeiro, para avaliar se o surto se tornará uma emergência de saúde pública de interesse internacional. Esta decisão foi confirmada no dia 30 de janeiro. Já há registros oficiais de mais de 7711 casos confirmados e 12167 suspeitos na China. Dos casos confirmados, 1370 são graves e 170 pessoas morreram. Há outras centenas de notificações até agora na Coreia do Sul, Japão, Tailândia,Taiwan, Singapura, Vietnã e Arábia Saudita mas existe a estimativa de que este número esteja crescendo exponencialmente. Os EUA registraram seu primeiro caso, na cidade de Seattle. No Brasil, nove casos suspeitos estão sendo acompanhados. Este surto caracteriza um desequilíbrio ecossistêmico, que demonstra que a saúde ambiental está sendo colapsada pelo ser humano, ao longo dos anos.
Pelo mundo, estão sendo analisados casos suspeitos. Aqui no Brasil, em Belo Horizonte, uma paciente que havia retornado da China, há poucos dias, está sob monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde, desde o dia 21. O Ministério da Saúde, de acordo com anúncio feito à imprensa, avalia que o conjunto de sintomas e o local de origem descartam a possibilidade de ela estar com o coronavírus. Entretanto, os exames para confirmar ou descartar a doença serão analisados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Monitoramentos também estão sendo executados na Austrália, nas Filipinas, em Hong Kong e no México.
Esta doença ainda pouco estudada ocasiona desde resfriados à pneumonia e insuficiência renal e pode ser transmitida também entre humanos, no caso de algumas cepas. Nos casos de contatos dos infectados, o protocolo de saúde define pelo menos 14 dias de observação. É aí que se concentra a preocupação das autoridades sanitárias, tanto que este tipo de aviso de “emergência” só havia sido emitido em anos anteriores, quando ocorreram epidemias de febre ebola, gripe suína H1N1 e zika vírus.
Os principais sintomas são dificuldade de respiração, falta de ar, febre e tosse. Entre 2002 e 2003, houve o registro da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) ocasionada também por um tipo de coronavírus, que havia atingido principalmente a China, resultando em cerca de 800 mortes. A sua origem primária, segundo cientistas, foi do gato-de-algália, parente do guaxinim. Outra doença que surgiu foi a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), que passou de dromedários para humanos.
Segundo pesquisadores, há diferentes cepas do coronavírus e anteriormente as mais conhecidas eram relacionadas à infecção provenientes de animais, como camelos/dromedários e morcegos. Este tipo que atinge humanos exige maior aprofundamento de pesquisa.
Uma das linhas de hipóteses da propagação do surto atual é que a causa esteja concentrada em um mercado de frutos do mar em Wuhan, cidade chinesa a 900 km de Xangai, na qual houve as primeiras notificações a partir de dezembro do ano passado. Por lá, também são comercializados outros tipos de animais. O local, que é considerado o epicentro de transmissão ativa da doença, foi isolado em quarentena pelas autoridades chinesas e seus habitantes também começaram a utilizar máscaras. Os espaços públicos e coletivos foram fechados preventivamente. A segunda cidade isolada é de Huanggang, a 65 km.
Em vários aeroportos e portos do mundo, incluindo os do Brasil, já têm a recomendação de prevenção, segundo protocolos mundiais.
Diante dos riscos de contágios, a OMS acentua a necessidade da realização de lavagem frequente das mãos, principalmente após o contato com pessoas doentes ou com o meio ambiente, como também evitar o contato próximo a animais selvagens e animais doentes em criações e fazendas. Outras medidas preventivas são cobrir a boca e o nariz ao tossir e espirrar e cozinhar bem alimentos como carne e ovos.
Este é mais um desafio de saúde pública mundial, que revela nas últimas décadas, o aumento de surtos, epidemias e pandemias mundiais, que sinalizam um descompasso na saúde ambiental no planeta. E retoma uma discussão importante: precaução e prevenção como premissas básicas em qualquer modelo de governança local, regional e global.
Seguem algumas dicas de sites para consulta sobre o tema coronavírus:
– OMS;
– Ministério da Saúde;
– Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo;
*Atualização em 30/01/2020
*Sucena Shkrada Resk – jornalista, formada há 28 anos, pela PUC-SP, com especializações lato sensu em Meio Ambiente e Sociedade e em Política Internacional, pela FESPSP, e autora do Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk (https://www.cidadaosdomundo.webnode.com), desde 2007, voltado às áreas de cidadania, socioambientalismo e sustentabilidade.

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