Por Maísa Penetra, da Radioagência Nacional
Você já pensou em comer vitória-régia ou umbigo de banana? Pois saiba que muitas plantas que descartamos no dia a dia e que consideramos apenas mato têm valor nutritivo e até gastronômico.
Essas são as plantas alimentícias não convencionais (Pancs). São, pelo menos, 10 mil espécies de plantas que além da rúcula, alface e do tomate são boas para a saúde humana.
No Brasil, as Pancs já começaram a ser estudadas. As pesquisas apontam que elas não só combatem a monotonia alimentar, mas também são motivadores econômicos de sustentabilidade.
O professor e biólogo do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Amazonas Valdeli Kinupp é um desses estudiosos. Ele conta onde essas plantas podem ser encontradas: “essas plantas podem ser encontradas em qualquer lugar, elas são espontâneas. Uma parte das pancs, não são todas, nascem sozinhas. Então, são ervas, arbustos, trepadeiras, cipós, árvores, palmeiras, que são autóctonas e as pessoas chamam de mato.”
A vitória-régia e o jambu são exemplos de pancs nativas da Amazônia. Enquanto o jambu, que na região já é vendido em larga escala e usado em pratos tradicionais, a vitória-régia ainda é desconhecida como alimento.
Mas ela pode ser consumida sem restrições. O caule vira macarrão; as folhas, salada e as sementes viram pipoca. Tudo isso pode ser extraído, sem matar a planta.
O professor Valdeli Kinupp considera que as pancs podem ajudar a manter os hábitos saudáveis e ajudar a sair da monotonia alimentar.
“Se você está comendo batata, arroz, taioba, todos os dias, você está ingerindo os mesmos princípios ativos das plantas. Mas, dependendo da dosagem das panc ou das convencionais, isso pode vir a ser prejudicial. Então, o mais legal é você ter uma alimentação biodiversa.”
A recomendação às pessoas que querem variar a alimentação é falar diretamente com os agricultores nas feiras para que tragam essa alternativa. Se você mora numa região rural, pode também observar quais plantas tem o potencial de deixar de ser mato e ir diretamente para o prato.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 17/05/2017
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