Pesquisadores emitiram um aviso afirmando que a vida na Terra será insustentável aos seres humanos, caso não ocorram grandes mudanças comportamentais.
A única solução é retardar e impedir a destruição da vida vegetal da Terra, de acordo com um novo estudo. É a afirmação de que os seres humanos estão “enfraquecendo a bateria” do planeta.
"Você pode pensar na Terra como uma bateria que foi carregada lentamente ao longo de bilhões de anos", disse o principal autor do estudo, John Schramski, um professor adjunto na Faculdade de Engenharia da Universidade de Geórgia, nos EUA. “A energia do Sol é armazenada nas plantas e nos combustíveis fósseis, mas os seres humanos estão drenando energia muito mais rápido do que o tempo de reabastecimento”, disse.
De acordo com John, a Terra já foi uma paisagem estéril desprovida de vida e só depois de bilhões de anos que organismos simples evoluíram com a capacidade de transformar a luz do Sol em energia. Isto, eventualmente, levou a uma explosão de vida vegetal e animal que banhou o planeta com florestas exuberantes e ecossistemas extraordinariamente diversos. Os cálculos do estudo, publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, baseiam-se nos princípios fundamentais da termodinâmica, um ramo da Física preocupado com a relação entre calor e energia mecânica.
A energia química é armazenada nas plantas, ou na biomassa, usada para alimentos e combustíveis, mas que também é destruída para dar espaço para a agricultura e expansão de cidades. Os cientistas estimam que a Terra continha cerca de 1.000 bilhões de toneladas de carbono na biomassa viva, há 2.000 anos. Desde aquela época, os seres humanos têm reduzido esse montante quase pela metade. Estima-se que pouco mais de 10% da biomassa foi destruída apenas no século passado. “Se não revertermos esta tendência, vamos finalmente chegar a um ponto em que a bateria da biomassa irá descarregar para um nível em que a Terra já não poderá sustentar a vida”, disse Schramski.
O trabalho de James H. Brown, da Universidade do Novo México, com Schramski, da UGA e David Gattie, um professor associado na Faculdade de Engenharia, mostra que a grande maioria das perdas vêm do desmatamento, acelerado pelo advento da agricultura mecanizada em larga escala e a necessidade de alimentar uma população em rápido crescimento. Quanto mais biomassa é destruída, o planeta tem menos energia armazenada, que ele precisa para manter teias alimentares complexas da Terra e saldos biogeoquímicos.
"À medida que o planeta se torna menos hospitaleiro e mais pessoas tem menos opções energéticas disponíveis, o padrão de vida e a própria sobrevivência se tornarão cada vez mais vulneráveis a problemas como secas, epidemias de doenças e distúrbios sociais", disse Schramski.
Mesmo que os seres humanos não sejam extintos e a biomassa sobreviva, mesmo em níveis insustentáveis, a população vai diminuir drasticamente, e as pessoas serão forçadas a voltar à vida como caçadores-coletores ou horticultores simples, de acordo com o estudo. "Eu não sou um ativista ou ambientalista, minha formação e meu trabalho científico estão enraizados na termodinâmica. Estas leis são absolutas e incontestáveis. Nós temos uma quantidade limitada de energia de biomassa disponível no planeta, e assim que estiver esgotada, não há absolutamente nada para substituí-la”, disse Schramski.
Ele e seus colaboradores estão esperançosos de que o reconhecimento da importância da biomassa e a eliminação de sua destruição e dependência crescente de energias renováveis podem diminuir a marcha constante em direção a um futuro incerto, mas as medidas necessárias para interromper essa progressão terão de ser drásticas.
Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Kqed / Environmentinsider / GlobalJournalist
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