oleo Projeto coleta óleo de cozinha usado para produzir biocombustível para a Copa de 2014
No Brasil é descartado indevidamente 1, 4 bilhão de litros óleo de cozinha usado. Foto: Fdmount/Flickr

Foi inaugurado nesta segunda-feira o programa Bioplanet, que tem como objetivo coletar óleo de cozinha usado para ser transformado em biodiesel. O combustível resultante será usado durante a Copa de 2014.
Com a previsão de produção de 25 milhões de litros de biodiesel até o evento, a iniciativa começa no Rio de Janeiro e o lançamento nas demais cidades que receberão a Copa e a Copa das Confederações acontecerá nos próximos dois meses.
Estão previstas a constituição de 40 Arranjos Produtivos Locais (APL) nas cidades sedes e centros de treinamento da Copa para a produção, promoção e uso de biodiesel a partir de óleos e gorduras residuais (OGR) – óleo de cozinha usado. Objetivo é de que em 2014 esse biocombustível seja usado nos carros que transportarão as delegações oficiais durante a Copa.
“O Bioplanet vai mobilizar três milhões de estudantes nacionalmente, prevê a inclusão produtiva de dez mil catadores de materiais recicláveis e é uma marca de sustentabilidade para Copa do Mundo”, explica Vinícius Puhl, um dos coordenadores do projeto, que é fruto de uma parceria entre o Governo Nacional e a Ambev.
“A produção do biodiesel é essencial para o planeta e tornou-se inadiável. Essa iniciativa visa o futuro e também contribuirá no fortalecimento das cooperativas de catadores e reciclagem”, destaca o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto.
Um estudo recente da Casa Civil identificou que no Brasil é descartado indevidamente 1, 4 bilhão de litros óleo de cozinha usado. O resíduo vai para o ralo da pia em 50 milhões de residências e pequenos estabelecimentos do ramo da alimentação.
“Na Ambev, a preservação do meio ambiente está entre nossos principais compromissos. Por isso, apoiamos e acreditamos em projetos como o Bioplanet. Com ele vamos, ao mesmo tempo, evitar que o óleo de cozinha usado contamine milhares de litros de água e também estimular dezenas de cooperativas de reciclagem”, afirma Ricardo Rolim, diretor de relações socioambientais da Ambev.
Márcia Werle, presidente do Conselho da Biotechnos, organização proponente do Bioplanet destaca o legado ao país com a execução do Projeto. “O Bioplanet é um conceito de sustentabilidade, economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente justo. Um dos principais elementos de seu desenvolvimento é a educação ambiental e a capacidade de mobilizar o Brasil, sob a plataforma da Copa do Mundo, deixando o legado ambiental”, contou a idealizadora do projeto.
Para Edson Freitas, Presidente da Abrepet – Associação Brasileira da Cadeia de Sustentabilidade Ambiental do Pet, uma das organizações parceiras na reciclagem das garrafas PET do projeto, a educação ambiental é fundamental.
“Eu era um catador, comecei a trabalhar com reciclagem há 15 anos e, a Eccovida – organização não governamental parceira na execução do Bioplanet no Rio de Janeiro – veio me ajudar no trabalho de conscientização ambiental e tudo cresceu. Hoje, retiramos cerca de 50 milhões de PET das comunidades. Eu adotei a Eccovida e quero integrar ainda mais esse trabalho”, assume Edson Freitas.
“Se você fizer a seguinte relação: um litro de óleo contamina até 25 mil litros de água e se você recolhe mil litros, olha o beneficio ambiental que se gera só na questão da preservação da água. Agora na questão do Biodiesel, se você misturar 20% do biodiesel ao óleo diesel do veículo, você terá uma redução de 60% na emissão dos gases poluentes. Em termos de ganho ambiental, esse projeto tem números grandiosos”, revela Edson.
* Publicado originalmente no site Ciclovivo.