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sexta-feira, 21 de abril de 2023

Narrativa Reflexiva sobre a Constituição do Saber Interdisciplinar

Narrativa Reflexiva sobre a Constituição do Saber Interdisciplinar: breve histórico da publicação do livro ambiental, cultural, educacional e social “As contendas, o desterro e a capela nova” Vagner Luciano Coelho de Lima Andrade (1) As narrativas reflexivas sobre a constituição do saber (neste caso, o livro) perpassam por conhecimentos acadêmicos, reflexões filosóficas e experimentos empíricos provenientes de grupos teóricos e referenciais metodológicos. À luta e discordância conceitual metodológica, ainda existe no seio dos catedráticos brasileiros que travam embates. Principalmente no que tange à visão interconectada das questões ambientais, culturais, educacionais e sociais. A publicação de livros isolados por temáticas (ambientais, culturais, educacionais e sociais) na universidade, obedece à rígidas etapas. São perpetradas reuniões quinzenais, para que cada tema/tópico circule entre os outros articulistas. E cada um avalia o apoio do outro, praticando-se a avaliação por pares, abertamente e assumidamente, com datas a serem cumpridas. Mas de fato, é um procedimento complexo e de difícil adesão, devido à extrema rigidez. Por outro lado, o projeto, a concretização e a ponderação de um ato ou obra interdisciplinar em Ambiente, Cultura, Educação e Sociedade, é empreitada intricada e nem sempre plausível. As linguagens, conjecturas e procedimentos de cada especialidade são alguns dos obstáculos, aproximadamente, inexpugnáveis para uma conexão interdisciplinar. Não obstante disto, alguns docentes procuram produzir saberes interdisciplinares (Artes, Biologia, Ciências da Religião, Desenvolvimento Pedagógico, Educação Camponesa, Filosofia, Geografia, História, Integração Social, dentre outras). E quando produzem conhecimentos interdisciplinares, o conduz necessariamente para sinopses de eventos científicos, face à não existência de boletins unicamente devotados à temática interdisciplinar conjugada Ambiente, Cultura, Educação e Sociedade. Igualmente, a totalidade dos saberes em Ambiente, Cultura, Educação e Sociedade aparenta como sem densidade e inexpressiva, face à multiplicidade das comunicações em resumos, e não em artigos como este aqui apresentado. Portanto, desviando desses meandros mencionados, eu, autor essencialmente especializado em escrita universitária convoquei, uma moradora da cidade mineira da minha família, para que estabelecêssemos capítulos de uma coleção denominada “AS CONTENDAS, O DESTERRO E A CAPELA NOVA: Resgate Cultural de Desterro de Entre-Rios, Minas Gerais”, resumindo suas visões e experiências sobre a cidade escolhida. Essa coleção/coletânea acabou se transformado como um resultado da Rede Ação Ambiental, em um livro com mais de 250 páginas, assinado por Rozaná Maria Diniz e Vagner Luciano de Andrade. Sobre a Rede Ação Ambiental, esta é formada pela Prefeitura de Belo Horizonte, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente que desenvolve mensalmente várias atividades na GEEDA/Sala Verde localizada no 8º andar da Avenida Afonso Pena, nº. 246, no Bairro Centro, com destaque a organização de uma biblioteca temática denominada “Ecoteca”, aberta ao público para pesquisas, um curso interdisciplinar semestral de extensão, além de diversas oficinas educativas, palestras técnicas, consultorias, etc… Algumas áreas de Belo Horizonte e região metropolitana apresentam espaços naturais ou impactados que chamam a atenção para a importância da interpretação como mecanismo imprescindível na compreensão dos agentes, dinâmicas e efeitos da relação interdisciplinar entre homem e natureza. Dentre as principais atividades externas utiliza-se do ônibus padronizado “Expresso Ambiental”, ofertando visitas orientadas, travessias urbano-rurais, bem como outras atividades interdisciplinares desta tipologia. Tem ainda sob sua responsabilidade a articulação de um conjunto de agentes ambientais em ação vinculados a uma rede interdisciplinar criada em março de 2005. O objetivo das atividades oferecidas é fomentar, estimular e envolver diversas pessoas nos processos de educação e percepção socioambiental através do Poder Público, inserindo-as como protagonistas em diferentes procedimentos de atuação interdisciplinar. Em cada semestre acontece o curso interdisciplinar de extensão “BH Itinerante” realizado às quartas-feiras cujo planejamento e atividades subsequentes são embasados nos principais objetivos da educação socioambiental procurando socializar informações que convoque cada um, individualmente ou coletivamente, à ação efetiva para se mudar a realidade e perspectivas existentes através da contemplação, da interação e da reflexão. O curso interdisciplinar semestral, além dos cronogramas internos realiza também atividades externas de percepção ecológica em diferentes trechos geomorfológicos da capital e adjacências (RMBH), sendo que durante os trajetos previstos os participantes contemplam e analisam várias situações e paisagens reunindo informações geológicas, geográficas, ambientais e socioculturais. Neste sentido, é projetado em diferentes ângulos e escalas o fenômeno da “mercantilização da natureza” tão inerente ao contexto capitalista urbano-industrial. Além do respectivo curso interdisciplinar são várias as atividades, externas e internas, com enfoque na percepção e análise do meio, como, por exemplo, a Oficina Serra do Curral, que aborda aspectos naturais e antrópicos da realidade local e sua importância social. Neste sentido, um amplo processo de reflexão interdisciplinar que dissipe os modelos fragmentados de compreensão socioambiental, priorizada pelo caráter antropocêntrico da sociedade convencional deve referenciar a construção de um novo modelo de relação ser humano/meio ambiente pautado na sustentabilidade local. A percepção e ação resultarão efetivamente numa revisão interdisciplinar dos padrões vigentes na sociedade convencional resultando no rompimento com esse modelo societário dominante, baseado na vida urbana e consumista e reprodutor das ideias capitalistas. Para que estas mudanças se efetivem deve-se buscar a essência dos elementos educacionais interdisciplinares e demais utopias construídas ao longo da história, objetivando promoção de justiça social, proteção ambiental, qualidade de vida e dignidade humana. A educação interdisciplinar visa inserir o homem no espaço, que ele próprio ajudará a moldar através de sua história, crítica, reflexão e ação. Os elementos educacionais devidamente aplicados pelos atores sociais na realidade local permitem a vivência e a construção coletiva da cidadania, ao propiciar que cada indivíduo enquanto agente socioambiental seja capaz de construir a sua história, a sua sociedade, o seu espaço. O mundo atual precisa de uma formação educacional interdisciplinar que permita a esses atores a vivência de instrumentos e mecanismos de ação, objetivando a transformação local, e permitindo o reconhecimento de potencialidades minimizadoras dos efeitos perversos do sistema socioeconômico. Neste sentido, a educação interdisciplinar (ambiental, cultural e social) deve orientar o conhecimento, análise e enfrentamento da realidade, permitindo a identificação, a compreensão e o reconhecimento das possibilidades de mudanças, que resultem na produção de um espaço e sociedade melhores. Somente assim, a percepção e a consciência se ampliarão resultando em cidadãos conscientes, engajados e articulados que questionem e confrontem o modelo socioambiental vigente através da participação, da luta, da crítica, da organização, da percepção, do pensamento e do desafio. Neste sentido, a “Rede Ação Ambiental” objetiva fortalecer e subsidiar as ações interdisciplinares realizadas pelos agentes formados nos cursos interdisciplinares de extensão em educação ambiental e é de extrema importância para ações em favor das questões contemporâneas. O objetivo geral do programa está associado à possibilidade interdisciplinar de cada Agente Ambiental atuar de acordo com sua disponibilidade, exercitando o trabalho em rede na organização e desenvolvimento de atividades sociais em favor da realidade ou contexto ambiental em que vive. Articulados em uma rede interdisciplinar, os agentes podem desenvolver diversas atividades de educação ambiental e mobilização social. Assim além de vivenciar em sua formação interdisciplinar como agente socioambiental, referenciais teóricos, eles são direcionados a vivenciarem através da percepção e leitura do meio, o desejo e a necessidade de ação, além de interagirem em prol da causa ecológica. Como é visível nos caminhos de BH há muitos elementos de Biodiversidade e Humanidade a serem percebidos e valorizados na construção de uma nova ordem socioambiental. De BH para Desterro. De Desterro para o mundo, mundo de muita biodiversidade e humanidade. VIVA DESTERRO! Para esta cidade, localizada a apenas 160 km de BH, foi dedicado um livro, e é apenas uma das muitas ações realizadas na Rede Ação Ambiental. Foi uma ação da Rede Ação Ambiental, fazendo valer o direito desterrense a um mundo melhor! Este livro é um tributo do meio científico, à referida urbe, às escolas e aos seus moradores urbanos e rurais. Enfim, com estes dois autores tendo permanecido na empreitada de 07 anos, o livro foi concluído em sua primeira versão. Dirigida às editoras convencionais, peregrinou mais de um ano na burocracia editorial. Um das editoras afirmou não haver trilhas para o leitor ou professor caminhar. Assim, o livro foi retirado. Enfim, a Clube de Autores, uma editora não comercial admitiu o livro, sem ressalvas. E, então, “AS CONTENDAS, O DESTERRO E A CAPELA NOVA: Resgate Cultural de Desterro de Entre-Rios, Minas Gerais” foi publicado em 2015. Porém, exposta, fora da instituição de ensino universitário, cuja finalidade é difundir os diferentes saberes à coletividade, livros comuns não costumam ser muito bem-vistos! E, houve um problema incontornável para os autores de Desterro, nesse livro sobre Ambiente, Cultura, Educação e Sociedade. A prefeitura sob a gestão de Vagno Duarte – Waguinho (2020-2023), não aceitou o livro já pronto gratuitamente, desde 2015. O prefeito então encomendou uma nova obra, uma coletânea, sem conteúdo de linguagem interdisciplinar e com a realização dentro de prazos, acomodações operacionais e modificações no projeto de prioridades finalizado em março de 2023. Ademais, o desprezo não apenas da obra original “AS CONTENDAS, O DESTERRO E A CAPELA NOVA: Resgate Cultural de Desterro de Entre-Rios, Minas Gerais” e de sua relevância, desmotivou-os, ocasionando a saída dos autores, primeiramente envolvidos com Desterro em novos projetos na áreas ambiental, cultural, educativo e social. 1 Educador e Mobilizador da Rede Ação Ambiental. Bacharel-licenciado em Geografia e Análise Ambiental (UNI-BH), Licenciado em História (UNICESUMAR) e especialista na área de Educação, Patrimônio e Paisagem Cultural (Filosofia da Arte e Educação, Metodologia de Ensino de História, Museografia e Patrimônio Cultural, Políticas Públicas Municipais). Licenciado em Ciências Biológicas (FIAR), Tecnólogo em Gestão Ambiental (UNICESUMAR) e especialista na área de Educação, Patrimônio e Paisagem Natural (Administração escolar, Orientação e Supervisão, Ecologia e Monitoramento Ambiental, Gestão e Educação Ambiental, Metodologia de Ensino de Ciências Biológicas). CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/3803389467894439 [ Se você gostou desse artigo, deixe um comentário. Além disso, compartilhe esse post em suas redes sociais, assim você ajuda a socializar a informação socioambiental ] in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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