FONTE : jornal ZERO HORA, edição de 20/7/2016.
Associação também criticou possível mudança do atual ponto de captação para o Rio Jacuí
Casa de bombas da Trensurb é um dos pontos investigados para tentar explicar origem do problema na água da CapitalFoto: Carlos Macedo / Agencia RBS
A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) enviou a autoridades representantes de diversos órgãos públicos e do Ministério Público uma carta cobrando ações em relação à origem das alterações no cheiro e no sabor da água em Porto Alegre. A causa do problema ainda não foi detectada.
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Por e-mail, a associação pediu a intensificação da fiscalização dos contaminadores e do monitoramento da qualidade da água no Guaíba, pediu a suspensão emergencial de "toda e qualquer atividade potencialmente poluidora" que possa estar afetando a qualidade da água e criticou, ainda, a iniciativa de mudar o atual ponto de captação para o Rio Jacuí, alternativa propostas pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) que deve custar em torno de R$ 150 milhões.
Veja os pontos abordados no documento:
"1 - Intensificar a fiscalização para reconhecer todos os pontos contaminantes e substâncias poluidoras do Guaíba;
2 - Realizar análise para identificar a presença de Dioxinas e Furanos em todos os pontos de contaminação, incluindo - especificamente - o local de descarte de efluentes tóxicos da fábrica CMPC - Celulose Riograndense, localizada no município de Guaíba, que descarta seus rejeitos químicos industriais na água, via um duto direcionado para Porto alegre;
3 - Suspender, em caráter emergencial, toda e qualquer atividade potencialmente poluidora que intensifique a poluição da água consumida pela população de Porto Alegre e demais cidades impactadas pela poluição de suas águas;
4 - Multar todas as empresas poluidoras para que os recursos advindos desses procedimentos formem um fundo, que financiará os processos e obras necessárias para devolver a balneabilidade das águas, e sirvam como instrumento pedagógico;
5 - Estabelecer um fundo que possa contribuir para minimizar danos e fortalecer processo de fiscalização;
6 - Destinar os R$ 150 milhões disponibilizados para a troca de ponto de captação de água a projetos de educação ambiental e em ligações de esgotos domésticos à rede municipal em bairros que necessitam de tais investimentos.
7 - Investigar, através de Inquérito Civil Público, a responsabilidade criminal dos poluidores e possíveis omissões de agentes públicos por crime ambiental e contra a saúde pública.
Por fim, declaramos não considerar digno de uma sociedade civilizada ter que abandonar um ponto de captação de água, trocando-o por outro mais distante e oneroso, pela simples razão de não conseguir manter o avanço da poluição sobre o nosso mais importante recurso hídrico. Trocar ponto de captação é ser conivente com os poluidores. Sendo essa a única resposta que o poder público considera capaz de dar à nossa comunidade, exigimos que, no mínimo, os custos sejam pagos por quem polui e não pelos contribuintes, visto que a nossa população já paga todos os meses pelo direito de consumir água limpa e de boa qualidade."
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