Powered By Blogger

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

CAUSA INDÍGENA - 12/11/2012

Conflito entre a PF e indígenas na TI Kaiabi deixa um morto e seis feridos
A operação Eldorado desencadeada na última quarta-feira (7) pela Polícia Federal contra o garimpo ilegal na TI Kaiabi, na divisa do Mato Grosso com o Pará, resultou em confronto entre agentes e indígenas da etnia mundurucu deixando um morto, seis feridos e 17 presos. Depois do confronto na aldeia Teles Pires, cujas circunstâncias ainda não estão totalmente esclarecidas, a PF suspendeu a operação. A Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgou nota oficial no fim da tarde desta sexta (9) - Notícias Socioambientais, 9/11.

Feministas e acadêmicas entregam carta manifesto em solidariedade às mulheres guarani kaiowá
Está prevista para esta segunda-feira (12/11) a entrega de uma carta manifesto à presidente Dilma Rousseff e à ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci de Oliveira. O documento exige providências urgentes do Estado brasileiro em relação à violação dos direitos humanos das mulheres e crianças guarani kaiowá - Notícias Socioambientais, 12/11.


Povos Indígenas

PF: confronto com índios foi provocado por emboscada
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse sexta-feira que investigações preliminares indicam que policiais federais foram vítimas de uma emboscada de índios em Mato Grosso. "As escutas revelam - e os relatos comprovam - que os policiais teriam sido vítimas de uma emboscada", destacou. O ministro determinou "apuração cuidadosa" de responsabilidades no conflito que resultou na morte de um índio mundurucu e em pelo menos nove pessoas feridas - três policiais e seis índios. Segundo Cardozo, a PF cumpria ordem judicial para afundar 14 balsas usadas por uma quadrilha para extração ilegal de ouro, com cumplicidade de chefes indígenas - OESP, 10/11, Nacional, p.A20; O Globo, 10/11, O País, p.12.

Entidades culpam governo federal por confronto
Diversas entidades de Cuiabá (MT) realizaram sexta-feira um ato público em defesa dos povos indígenas. Além disso, um grupo de 55 entidades assinaram um manifesto criticando a atuação da Polícia Federal no confronto com os índios mundurucu. Dentre os signatários estão a CPT, o Cimi e partidos políticos, como o PSOL e o PSTU. O grupo diz que a operação da PF atende a "interesses de empresários, ávidos pelos recursos minerais em terras indígenas". O documento será encaminhado para a presidente Dilma Rousseff, para o Congresso e organismos internacionais de defesa de direitos humanos - OESP, 10/11, Nacional, p.A20; O Globo, 10/11, O País, p.12.

Índio morreu com três tiros, afirma polícia
Um laudo feito a pedido da Polícia Civil do Pará atestou que o índio Adenílson Munduruku, 28, morreu em decorrência de três ferimentos provocados por arma de fogo. Líderes da etnia apontam um delegado da Polícia Federal como responsável pelos disparos e dizem que Adenílson, enterrado ontem em Jacareacanga (PA), foi "executado" durante confronto com a PF na quarta-feira, na divisa entre Mato Grosso e Pará. "Eles atiraram nas pernas, para que ele não pudesse fugir, e depois deram um tiro na cabeça para matar", afirmou Adonias Kaba, índio mundurucu que é vereador pelo PSDB em Jacareacanga - FSP, 10/11, Poder 2, p.4.

Extração ilegal de ouro ocorre há 4 anos, afirma PF
O confronto que causou a morte do índio mundurucu no rio Teles Pires tem como pano de fundo um sistema de extração ilegal de ouro operado há ao menos quatro anos na região da divisa entre Mato Grosso e Pará. Alvo da Operação Eldorado, deflagrada pela Polícia Federal nesta semana em sete Estados, o esquema movimentava milhões de reais. A estrutura criminosa é descrita em detalhes em decisão da Justiça Federal que determinou a prisão de 28 suspeitos de envolvimento na exploração ilegal, além de 64 ações de busca e apreensão. Segundo o documento, oito índios caiabi e mundurucu recebiam pagamentos em dinheiro, ouro e combustível para autorizar a permanência de garimpeiros em terras indígenas - FSP, 10/11, Poder 2, p.4.

Ditadura ensinou técnicas de tortura à Guarda Rural Indígena
Filme que permaneceu oculto por 42 anos revela como a ditadura militar (1964-85) treinou a Guarda Rural Indígena (Grin) com técnicas de tortura como o pau de arara. Arregimentada para criar um poder militar em aldeias de cinco etnias, a Grin enraizou a violência policial em terras indígenas, dizem antropólogos. A Comissão Nacional de Verdade, cujos trabalhos incluem os crimes do Estado contra os índios, tem mostrado que, além de "atrair", "pacificar" e "remover", a política indigenista do regime de 64 também conjugou os verbos "reprimir", "punir" e "torturar". Obstinado em desenvolver um sistema de controle dos índios, o criador da Grin, capitão Pinheiro, ergueu em 1969 um reformatório-presídio para índios - FSP, 11/11, Ilustríssima, p.4 e 5.

Índios estão integrados ao modo de vida urbano
Os índios brasileiros estão integrados ao modo de vida urbano. Televisão, DVD, geladeira, fogão a gás e celulares são bens de consumo que já foram incorporados à rotina de muitas aldeias. A formação universitária é um sonho da maioria deles. Pesquisa do Datafolha, encomendada pela CNA, revela esse perfil. Entre os dias 7 de junho e 11 de julho, foram realizadas 1.222 entrevistas, em 32 aldeias com cem habitantes ou mais, em todas as regiões do país. Para o Cimi, não é o fato de adquirir uma TV ou portar um celular que fará alguém ser menos indígena". Questionados sobre o principal problema enfrentado no Brasil, 29% dos entrevistados apontaram as dificuldades de acesso à saúde - FSP, 10/11, Poder 2, p.1.

Dois terços dos indígenas recebem Bolsa Família
A pesquisa Datafolha revela que 64% dos índios são beneficiários do Programa Bolsa Família, recebendo em média R$ 153 por mês. A maioria dos índios (66%) sabe ler, e 65% sabem escrever na língua portuguesa. Segundo a pesquisa, 30% exercem trabalho remunerado, mas somente 7% têm carteira assinada. A agricultura é exercida por 94%, e 85% praticam a caça; 57% deles consideram que o tamanho das terras onde vivem é menor do que o necessário. O índios também citaram algumas medidas governamentais que poderiam melhorar a vida dos indígenas no país: intervenções na área da saúde (25%), demarcação de terras (17%), reconhecimento dos direitos indígenas (16%), investimentos públicos (15%) e educação (15%) - FSP, 10/11, Poder 2, p.2.

Guarani Kaiowá: faltam recursos para plantar
A pesquisa Datafolha entrevistou 20 etnias diferentes, entre elas os Guarani Kaiowá, que estão em uma disputa fundiária com fazendeiros em Mato Grosso do Sul. Foram entrevistados 88 Guarani Kaiowá, do total de 1.222 índios que participaram da amostra da pesquisa. Os Guarani Kaiowá afirmam que os principais problemas do índio no Brasil são a falta de recursos para plantar, a fome, as drogas e a falta de moradia. A maioria (77%) afirma que o tamanho das terras em que vive é menor do que o necessário. Todos os entrevistados que pertencem a essa etnia praticam a agricultura, 99% caçam e 51% pescam, mas metade deles considera insuficiente a quantidade de comida que consomem - FSP, 10/11, Poder 2, p.2.

Índios
"Mais uma vez venho criticar a abordagem enviesada da Folha sobre a situação da população indígena no nosso país. Acho totalmente inadequada a metodologia empregada pela pesquisa encomendada pela CNA e feita pela Datafolha, uma vez que 'foi entrevistada somente a população indígena brasileira que fala português'! Este critério corta da pesquisa toda a população que faria os resultados penderem para o contrário de sua conclusão de 'que índios estão integrados' -por sinal conclusão provavelmente almejada pela CNA para enfraquecer os esforços da sociedade pela demarcação de terras indígenas", carta de Mariana Moreau - FSP, 12/11, Painel do Leitor, p.A3.

****************************************

FONTE : Manchetes Socioambientais, boletim do dia 12/11/2012.

Nenhum comentário: