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quinta-feira, 17 de março de 2011

Acidente em usina nuclear japonesa preocupa população de Angra dos Reis

Existem hoje cerca de 440 usinas nucleares em operação no mundo. Em torno de 65%, contam com reatores à água pressurizada (PWR), o mesmo modelo de Angra 1 e 2. Aproximadamente, 25% são reatores à água fervente (BWR), como os da central de Fukushima, no Japão. Outros 10% equivalem a tecnologias que estão se tornando obsoletas e sumirão da matriz nuclear mundial na medida em que estas usinas chegarem ao fim de suas vidas úteis. Isso demonstra a preferência da indústria nuclear pelo reator PWR, o que não quer dizer, necessariamente, que se trata de uma tecnologia mais segura que a BWR. Prova disso é que já houve o acidente com uma usina PWR, em Three Mile Island, nos EUA, em 1979.

Num acidente com perda total da alimentação elétrica, como o ocorrido em Fukushima, um reator PWR permitiria que os operadores tivessem mais tempo para o restabelecimento da energia do que um BWR. A usina PWR conta com circuitos independentes e geradores de vapor, equipamentos que contêm uma quantidade significativa de água e que permitem que o resfriamento do reator ocorra por circulação natural até o restabelecimento de energia. sem a necessidade de se utilizar bombas acionadas por eletricidade.

Numa usina BWR, existe um circuito único, sem geradores de vapor. Um corte no fornecimento de energia interrompe imediatamente o resfriamento, como aconteceu na usina de Fukushima Daiichi. Portanto, nessas condições, a usina PWR apresenta algumas vantagens.

No Japão, 50% das usinas é do tipo PWR e a outra metade é BWR. Vale ressaltar que, na região afetada, não havia usinas PWR em operaçãio, apenas BWRs.

Funcionamento de uma usina PWR
A fissão dos átomos de urânio dentro das varetas do elemento combustível aquece a água que passa pelo reator a uma temperatura de 320 graus Celsius. Para que não entre em ebulição – o que ocorreria normalmente aos 100 graus Celsius -, esta água é mantida sob uma pressão 157 vezes maior que a pressão atmosférica.

O gerador de vapor realiza uma troca de calor entre as águas deste primeiro circuito e a do circuito secundário, que são independentes entre si. Com essa troca de calor, a água do circuito secundário se transforma em vapor e movimenta a turbina – a uma velocidade de 1.800 rpm – que, por sua vez, aciona o gerador elétrico.

Esse vapor, depois de mover a turbina, passa por um condensador, onde é refrigerado pela água do mar, trazida por um terceiro circuito independente. A existência desses três circuitos impede o contato da água que passa pelo reator com a dos demais.

Uma usina nuclear oferece elevado grau de proteção, pois funciona com sistemas de segurança redundantes e independentes (quando somente um é necessário).
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FONTE : Centro de EsTudos Ambientais

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