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sábado, 5 de setembro de 2020
Dia da Amazônia: o desmatamento e a Covid-19 aumentaram nas TIs mais invadidas
James,
Hoje é o dia da Amazônia, mas não temos o que comemorar. Nas Terras Indígenas (TIs) Trincheira-Bacajá, Kayapó e Mundurucu, no sudoeste do Pará, o desmatamento aumentou 827%, 420% e 238%, respectivamente, entre março e julho. Elas fazem parte do grupo das sete terras homologadas (com demarcação concluída) mais invadidas da Amazônia Legal. As TIs Karipuna e Uru-Eu-Wau-Wau (RO), Araribóia (MA) e Yanomami (AM/RR) completam esse grupo. Cerca de 2,4 mil hectares de florestas foram destruídos nas sete áreas, o equivalente a 15 vezes o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, desde a chegada da pandemia no Brasil.
Além da devastação da floresta, as invasões aumentam os riscos de contaminação para as comunidades indígenas. O crescimento das atividades ilegais fez disparar os casos de Covid-19 nesses territórios. Nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) que atendem as TIs Karipuna, Yanomami e Kayapó, os registros saltaram, respectivamente, 355%, 215% e 138%, entre 7/7 e 29/8. Os Dseis onde estão as sete áreas somam ao todo mais de cinco mil casos de Covid-19 até agora.
Essa situação tende a ser ainda pior. A subnotificação é uma realidade nos Dseis e o movimento indígena critica a falta de testes e transparência do governo, que, desde o início da crise de saúde, não notificou casos e mortes de indígenas ocorridos nas cidades.
O pedido da retirada dos invasores (extrusão) das sete TIs consta das medidas emergenciais solicitadas em uma ação apresentada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) ao Supremo Tribunal Federal (STF), em junho. Houve opositores que colocaram obstáculos à extrusão, alegando que, neste momento, ela pode disseminar a doença e causar conflitos sociais. Ouvimos fontes no MPF, Ibama e Funai que afirmam que as ações podem ser realizadas, sim, com as medidas sanitárias necessárias. Encontre mais informações aqui.
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Antonio Oviedo
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