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sexta-feira, 14 de maio de 2010

GRANDE FLORIANÓPOLIS : de olho na tainha


Pescadores da Grande Florianópolis estão de prontidão à espera da chegada dos cardumes

As redes já estão arrumadas e os barcos, à espreita. Olhos curiosos observam o mar, à espera do amanhecer de sábado. Amanhã, com a liberação da temporada de pesca da tainha, pescadores da Grande Florianópolis encerram o período de vigília nos ranchos, à beira da praia, para se lançar ao mar.

Nas areias da Praia de Cima, em Palhoça, o rancho de madeira dos primos Deneci Manoel de Matos, 62 anos, e Lucimar Nelson da Silva, 59 anos, resiste há quatro gerações. Apesar de estar com tudo pronto há mais de um mês, todos os dias eles visitam o local, pois não custa verificar, só mais uma vez, se falta algo.

– A partir de amanhã, os cardumes podem aparecer a qualquer momento. A gente fica de olho. Metade dos pescadores vai para o mar e a outra metade fica em terra. Quando alguém avista os primeiros cardumes se aproximando, sinaliza com uma bandeira. É aí que começa oficialmente a temporada para nós – explica Lucimar.

A rotina dos primos vai se repetir dia após dia, sem direito a descanso, folga ou fim de semana. Será assim nos próximos 45 dias, pelo menos.

E o dia começa cedo: antes das 6h, eles já estão no mar. A volta sempre acontece no fim da tarde, entre 17h e 18h. Porque, depois disso, não há muito o que fazer: é raro os cardumes aparecerem à noite.

Mas, como tudo é possível, eles se garantem: concentrados na ponta da Praia de Cima, um grupo de pescadores – que se reveza a cada noite – vira a madrugada com os olhos no mar. Em épocas de tainha, os pescadores só aparecem em casa para tomar banho. De resto, a vida passa a ser no rancho. No rancho dos primos Lucimar e Deneci tem fogão, armários de cozinha e uma mesa de jantar e de jogar cartas. Ninguém ali se importa de dormir na areia. À noite, eles se dividem em colchões, redes e até no barco. E quando é frio, uma fogueira dá conta do recado.

– A gente torce é para estar frio. Quanto mais, melhor. É só assim para as tainhas aparecerem mesmo – brinca Deneci.
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FONTE : jorn. SÂMIA FRANTZ, Palhoça, SC (Diário Catarinense, 14/5/2010)

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