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quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Um olhar atento ao desafio da energia limpa na Amazônia pelas lentes de Sebastião Salgado

Por Tatiana Feliciano* – O olhar atento para a preservação e o futuro da Amazônia vem pelas lentes do fotógrafo Sebastião Salgado na exposição que leva o nome do bioma, que já passou por São Paulo e está no Rio de Janeiro. Traz à tona desafios insuspeitos para quem está longe, mas que são motivos de preocupação para as populações tradicionais da região: o acesso à energia limpa, de qualidade e de custo acessível. Durante sete anos, Salgado registrou imagens da região de tirar o fôlego. Já vistas por mais de 150 mil pessoas no Brasil e na Europa, elas destacam a natureza, a geográfica, as dimensões do bioma que é sinônimo de imensidão, distanciamento. Mostram também a dificuldade de conectar ao Sistema Interligado Nacional (SIN) as comunidades tradicionais da região, que vivem em áreas remotas, em uma situação de muito difícil acesso. Por outro lado, em pleno século XXI, um dos ecossistemas mais complexos do planeta vive ainda o dilema da dependência de combustíveis fósseis, como óleo diesel, para fornecer energia para suas populações tradicionais. Situação que contribui para que a região seja uma das maiores geradoras de gases do efeito estufa do nosso país, que mancha nossa matriz energética e demanda soluções inclusivas, que não alijem as populações da região do mapa energético global. Neste contexto, a comunidade de Vila Restauração, localizada no Acre, quase na fronteira com o Peru, é um exemplo de opção pela energia limpa e de qualidade. Ali vivem cerca de 200 famílias que, há um ano, contavam com apenas três horas de energia por dia. Elas pagavam caro pelo óleo diesel que alimentava um motor barulhento que não garantia água gelada, energia para fazer funcionar a internet via satélite, nem para conservar vacinas no refrigerador. A solução encontrada pela Energisa, ao assumir a concessionária de energia no estado, foi criar um sistema de plantas fotovoltaicas e armazenamento em baterias, operado de forma remota com um gerador movido a biodiesel produzido a partir de óleo de palma. As baterias armazenam a energia para os dias nublados e o gerador só entra em ação quando o armazenamento alcança níveis críticos. Em 10 meses, o gerador nunca foi acionado. Já as 200 famílias, desde a implantação do projeto, não viram faltar energia um segundo sequer ao longo período. A comunidade tem, portanto, um dos melhores índices de qualidade de fornecimento do país. Passaram a ter energia limpa, renovável e disponível 24 horas por dia. O armazenamento de energia em baterias combinado com fontes intermitentes, como é o caso da geração solar, é uma das soluções que empresas brasileiras têm implementado e que contribuem para acelerar a transição energética. Tem se mostrado uma das mais acertadas para a Amazônia, onde soluções como o que usamos na Vila começa a ganhar escala. Desta forma, entidades privadas cumprem seu papel com a sociedade colaboram com a preservação e também com a inclusão social e econômica de milhões de pessoas, sem ampliar o aquecimento global nem exaurir ainda mais os recursos naturais. Faz parte da nossa responsabilidade tomar decisões para direcionar o nosso negócio a encontrar soluções que atendam os anseios dos nossos clientes por uma energia limpa, realizando na prática a transição energética que tanto a sociedade e o planeta necessitam. *Diretora de Gestão e Sustentabilidade da Energisa. #Envolverde

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