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segunda-feira, 7 de março de 2022
Projeto “Amazônia Indígena – Direitos e Recursos” anuncia apoio a grupos e associações de Mato Grosso, Rondônia e Pará
Serão beneficiadas 391 famílias, que vão implementar projetos socioeconômicos baseados em ativos da Floresta Amazônica
As sete iniciativas econômicas indígenas beneficiam 391 famílias que desenvolvem atividades nos setores de artesanato, moda sustentável, colheita de castanha-do-Brasil e utilização de sementes. Eles foram selecionados pelo Comitê de Economia Indígena do projeto AIRR, um grupo de governança formado por representantes da COIAB, OPAN, FEPIPA, FEPOIMT, ICV, WWF e NESsT.
As organizações receberão até R$ 40.000 de investimento, um ano de assistência técnica em negócios e apoio para mensuração de impacto socioambiental, acesso às redes da NESsT e dos parceiros.
“As iniciativas selecionadas receberão orientação de negócios sob medida, treinamento técnico e financiamento, ajudando-as a se expandir para novos mercados, fortalecendo a comercialização de seus produtos em cadeias de valor sustentáveis”, explica Marissa Renaud, gerente de Portfólio NESsT.
O projeto visa promover o desenvolvimento local e a proteção das florestas, como explica Gabriela Yamaguchi, diretora de Engajamento do WWF-Brasil. “Sabemos que a proteção das florestas e o futuro do planeta só são possíveis com a valorização dos saberes dos povos indígenas e comunidades tradicionais. Oferecer condições de manutenção dessas culturas é reconhecer o protagonismo dos povos originários nas soluções socioeconômicas para a convivência harmônica entre sociedade e natureza e, assim, enfrentar a crise climática”.
Ana Cláudia Moura, líder do projeto Amazônia Indigena: Direitos e Recursos, no qual está inserido o edital, afirma que a ação tem como objetivo melhorar a participação dos povos indígenas no desenvolvimento sustentável da Amazônia. “O projeto busca apoiar iniciativas econômicas indígenas que mantenham a floresta em pé e tragam benefícios para a comunidade. Estes apoios são potenciais instrumentos de transformações sociais, que podem fortalecer comunidades locais e promover a conservação da biodiversidade, ressalta”.
Iniciativas Econômicas Indígenas selecionadas:
Associação Indígena Xavante Ripá de Produtividade e Etno-desenvolvimento – AIXRPE (Canarana/MT): realiza coleta, beneficiamento, armazenamento, transporte e comercialização de sementes. Promove ainda o reflorestamento do Cerrado na Terra Indígena Pimentel Barbosa.
Associação Indígena Kawaiwete (Juara/MT)): A base econômica desta comunidade se concentra na coleta e venda de castanha-do-Brasil. Pretendem desenvolver técnicas de apoio e suporte desde as atividades primárias até o produto final e, ao mesmo tempo, realizar seu aperfeiçoamento.
Cooperativa de Produção e Desenvolvimento do Povo Indígena Paiter Suruí – COOPAITER (Cacoal/MT e Rondolândia/RO): os cooperados e outros indígenas trabalham com a produção e venda da castanha in natura, de café especial fermentado e não-fermentado, além de banana e artesanato.
Instituto Munduruku (Juara/MT): desenvolve duas principais cadeias de valor nesta região: a castanha-do-Brasil e o açaí. Pretende desenvolver o processo de manufatura, que vai desde a coleta, a embalagem e o comércio. O trabalho ainda se expande para outras cadeias como o Babaçu e o Palmito, em cooperação com associações e comunidades indígenas da região, além de fortalecimento comunitário e defesa do território.
Associação Bebô Xikrin do Bacajá (Altamira/PA): mulheres Xikrin produzem artesanatos para todas as 20 aldeias da Terra Indígena Trincheira Bacajá e aperfeiçoam as peças feitas nas novas aldeias. Além de castanha, óleos de babaçu e cumaru, produzem pulseiras de miçangas, camisetas com grafismo, tecidos e bolsas com grafismo.
Associação de Moradores Agroextrativistas e Indígenas do Tapajós – AMPRAVAT (Santarém/PA): trabalham com produtos amazônicos por meio do manejo agroecológico em quintais, roças e florestas. Trabalham ainda com a diversidade oferecida pela mandioca, plantas não convencionais (PANCs) e alternativas de usos de frutos amazônicos, por meio de geléias, caldas e doces, molhos e conservas a partir de cogumelos nativos – URUBÉ.
Casa de Cultura Karajá (São Félix do Araguaia/MT): produtores de artesanato em madeira, cerâmicas e Palhas de buriti. Dentre os artesanatos produzidos pela Etnia Karajá, estão: remo tradicional, borduna, arco e flecha, ritxoko (bonecas de cerâmicas) de lendas, potes e panelas de cerâmica tradicional, colares, brincos e pulseiras de miçanga, banco tradicional de madeira, cestaria de palha de babaçu e buriti, dentre outros.
Sobre o WWF-Brasil
O WWF-Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira que há 25 anos atua coletivamente com parceiros da sociedade civil, academia, governos e empresas em todo país para combater a degradação socioambiental e defender a vida das pessoas e da natureza. Estamos conectados numa rede interdependente que busca soluções urgentes para a emergência climática.
Sobre a NESsT
A NESsT investe em empreendimentos sociais que criam empregos de qualidade para comunidades vulneráveis, ao mesmo tempo que sustentam o planeta. A NESsT levanta capital filantrópico e de investimento de impacto para apoiar as comunidades que enfrentam isolamento, discriminação e falta de qualificação profissional ou educação. Desde o seu lançamento, a organização treinou mais de 21.000 empreendedores, apoiou mais de 1.200 empresas sociais e investiu em cerca de 200, que criaram mais de 70.000 empregos de qualidade, beneficiando 700.000 indivíduos vulneráveis em países emergentes.
Sobre a USAID
USAID é a principal agência de desenvolvimento internacional do mundo, um dos principais atores na condução e promoção do desenvolvimento global e da resiliência dos beneficiários. Mais informações sobre a USAID
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