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quarta-feira, 11 de agosto de 2021
Mudança climática ameaça várias espécies de peixes de extinção
Muitos peixes comumente consumidos podem estar em risco de extinção, pois o aquecimento dos oceanos devido às mudanças climáticas aumenta a pressão sobre sua sobrevivência, ao mesmo tempo em que prejudica sua capacidade de adaptação.
University of Reading*
Uma nova pesquisa sugere que peixes como a sardinha e o arenque terão dificuldade em acompanhar a aceleração da mudança climática à medida que as águas mais quentes reduzem seu tamanho e, portanto, sua capacidade de se deslocar para ambientes mais adequados.
O estudo, publicado na Nature Climate Change , também fornece a primeira evidência para contrariar a teoria científica de que a diminuição do movimento resultará em mais espécies, sugerindo que o oposto é verdadeiro. Isso significa que muitas espécies também serão menos capazes de evoluir para lidar com temperaturas mais altas, aumentando o risco de morrer.
‘IMPLICAÇÕES GRAVES’
O professor Chris Venditti, biólogo evolucionário da Universidade de Reading e coautor do estudo, disse: “O aquecimento das águas é um golpe duplo para os peixes, pois não só faz com que eles evoluam para um tamanho menor, mas também reduzem seu tamanho. capacidade de se deslocar para ambientes mais adequados.
“Nossa pesquisa apoia a teoria de que os peixes ficarão menores à medida que os oceanos aquecerem com as mudanças climáticas, mas revela a notícia preocupante de que eles também não serão capazes de evoluir para lidar com a situação de forma tão eficiente quanto se pensava. Com as temperaturas do mar subindo mais rápido do que nunca, os peixes serão rapidamente deixados para trás em termos evolutivos e lutarão para sobreviver.
“Isso tem sérias implicações para todos os peixes e nossa segurança alimentar, já que muitas das espécies que comemos podem se tornar cada vez mais escassas ou até mesmo inexistentes nas próximas décadas”.
O estudo, liderado pelo Centro de Estudos Avançados em Zonas Áridas (CEAZA) no Chile e pela Universidade de Reading, no Reino Unido, usou análises estatísticas de um grande conjunto de dados de espécies de peixes globalmente distribuídas para estudar sua evolução nos últimos 150 milhões de anos. O estudo fornece a primeira evidência sólida de como as flutuações históricas da temperatura global afetaram a evolução dessas espécies.
Ele se concentrou em Clupeiformes – um grupo altamente diversificado de peixes encontrados em todo o mundo, que inclui espécies importantes para a pesca, como anchovas, arenque do Atlântico, sardinha japonesa, arenque do Pacífico e sardinha sul-americana. No entanto, as descobertas têm implicações para todos os peixes.
Até agora, os peixes só tiveram que lidar com um aumento máximo da temperatura média do oceano de cerca de 0,8 ° C por milênio. Isso é muito menor do que as taxas de aquecimento atuais relatadas pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional de 0,18 ° C por década desde 1981.
UMA DESCOBERTA INESPERADA
As descobertas apoiam a antiga expectativa entre os cientistas de que os peixes geralmente ficarão menores e se moverão menos com o aquecimento mundial, devido ao aumento do metabolismo e, portanto, à necessidade de mais oxigênio para sustentar suas funções corporais. Isso afetará as espécies de peixes porque os peixes maiores são capazes de viajar por distâncias maiores devido às suas maiores reservas de energia, enquanto os peixes menores são menos capazes de buscar novos ambientes com condições favoráveis CO2 conforme o clima muda.
No entanto, a pesquisa contradiz a suposição de que um aumento em peixes menores significará mais novas espécies emergindo devido à concentração de variações genéticas dentro de áreas locais.
Em vez disso, os cientistas descobriram que águas mais quentes levariam ao desenvolvimento de menos novas espécies, privando os peixes de outra de suas principais armas para lidar com a mudança climática.
A sobrepesca também diminui o tamanho dos peixes, então o novo estudo aumenta a lista de pressões que eles enfrentam como consequência das ações humanas.
Referência:
Avaria-Llautureo, J., Venditti, C., Rivadeneira, M.M. et al. Historical warming consistently decreased size, dispersal and speciation rate of fish. Nat. Clim. Chang. (2021). https://doi.org/10.1038/s41558-021-01123-5
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Henrique Cortez *, tradução e edição.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 10/08/2021
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