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segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Indígenas do Xingu lutam contra desmatamento e incêndios
James,
Você sabe o que o desmatamento tem a ver com os incêndios na Amazônia?
No Território Indígena do Xingu, Mato Grosso, o avanço da destruição no entorno da área protegida provoca o ressecamento da floresta, o aumento de temperaturas e, como consequência, incêndios.
Só em setembro, mais de 7,5 mil focos de calor foram detectados, um aumento de 174% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em setembro, imagens de densas nuvens de fumaça sobre a aldeia Ipatse circularam nas redes sociais, e na TI Wawi, o rio Wawi secou pela primeira vez. Relatos como esses são cada vez mais comuns.
Até pouco tempo atrás não se tinha registro de incêndios descontrolados no Xingu. De uma média de 82 focos de calor por ano entre 1995 e 2000 no TIX, passaram a ser registrados 1,9 mil focos de calor, em 2020 o número já passa de 2,1 mil focos de calor.
Nas cabeceiras do rio Xingu, no entorno do TIX, 40% das nascentes foram destruídas. Ali, os indígenas assistiram a uma mudança brutal em seu entorno: nos últimos 30 anos, aproximadamente 66% das florestas nas adjacências da terra indígena foram desmatadas. Fazendas de gado deram lugar a grandes monoculturas de grãos. Por conta dessas mudanças, o cotidiano no TIX agora vive a imprevisibilidade das chuvas e incêndios descontrolados. Saiba mais aqui.
Com a derrubada da floresta, o solo fica exposto, absorvendo e emitindo mais calor, o que provoca uma perda do serviço de resfriamento. Impacta, ainda, os processos de evapotranspiração da floresta, responsável pelas chuvas. O resultado? A floresta fica mais inflamável e suscetível aos incêndios.
Agora os indígenas têm que responder a uma condição que não foi gerada por eles. Dizer que eles são os provocadores dos incêndios é muito tacanho. Essas populações estão tendo que dar conta de enfrentar invasões, tentativas de tomadas de seus territórios, e ainda controlar o fogo.
Frente a isso, os indígenas têm trabalhado na construção de acordos comunitários para os trabalhos que envolvem o uso e manejo do fogo, promovendo ações de prevenção aos incêndios junto às aldeias e monitoramento dos focos de calor dentro do território.
A floresta é necessária para a vida dos indígenas e eles não querem colocar em risco aquele ambiente porque sua vida está pautada naquela floresta. Seus conhecimentos e forma de viver estão ali. Eles estão fazendo o seu esforço de adaptar-se a essa nova condição.
Por isso é tão importante que apoiemos os povos xinguanos no combate aos incêndios, desmatamento e, para que eles permaneçam vivos, com saúde e a floresta permaneça de pé.
Junte-se ao ISA!
Faça parte da luta contra os incêndios e desmatamento no Xingu.
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Katia Ono
Instituto Socioambiental - ISA
Mais informações sobre o ISA.
Dúvidas ou comentários, ligue ou envie um whatsapp para (11) 93500 1149 e fale com Mariana Barros ou escreva para relacionamento@socioambiental.org
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