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domingo, 9 de novembro de 2008

ABELHAS SOLITÁRIAS E VESPAS : AMEAÇA AO EQUILÍBRIO AMBIENTAL


FOTO : Elder Ferreira Moratto
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Inicialmente, a floresta é desmatada. Em seguida, herbicidas são despejados no solo. Por fim, o fogo consome todo o terreno onde será realizado o plantio. As tradicionais queimadas, precedidas de intervenções nocivas à natureza, são práticas ainda disseminadas por agricultores brasileiros. Além do desgaste da terra, que futuramente pode tornar-se improdutiva, o procedimento altera todo o ecossistema local.

Investigar os efeitos de intervenções humanas no desenvolvimento de vespas e abelhas solitárias, insetos importantes para o equilíbrio ambiental, foi o objetivo principal da tese de doutorado do professor Elder Ferreira Morato, defendida em fevereiro junto ao programa de pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB).

Realizada na reserva experimental Catuaba, no Acre, a 40 quilômetros de Rio Branco, a pesquisa de Elder Morato comparou a biodiversidade de vespas e abelhas em quatro diferentes tipos de área: florestas desmatadas; primárias (virgens); secundárias (com plantas crescentes em solo anteriormente desmatado); e regiões próximas a fazendas. Nos 18 meses de duração da pesquisa, foram encontradas 40 espécies de vespas, 29 de abelhas e 2.785 ninhos. Curiosamente, o estudo verificou maior diversidade dos insetos nas áreas próximas a fazendas e nas florestas secundárias não alteradas pelo homem.

O resultado surpreendeu o pesquisador, já que a hipótese seria a de que áreas virgens - ou primárias - concentrariam maior diversidade de vespas e abelhas solitárias. A explicação para o fenômeno está na heterogeneidade da vegetação que se desenvolve nas florestas secundárias e nas regiões próximas a fazendas. A grande variedade de espécies vegetais mantém o hábitat receptivo a um número maior de espécies de insetos. "Florestas virgens e áreas com perturbações intensas possuem vegetação muito homogênea, o que não estimula a coexistência de espécies variadas", ressalta Elder Morato.

As implicações de tal resultado são importantes. Sabe-se que as florestas primárias têm sido exponencialmente desmatadas, o que preocupa ecologistas de todo o mundo. Os dados da pesquisa de Elder Morato servem para alertar os ambientalistas para o risco da intervenção humana também em regiões de vegetação secundária.

Metodologia

O trabalho incluiu o acompanhamento do desenvolvimento da vegetação, além da coleta das vespas e abelhas solitárias. Para que o estudo se aproximasse ao máximo da realidade, o professor, que trabalha na Universidade Federal do Acre, desmatou três terrenos de floresta secundária - de um hectare cada -, além de pulverizá-los com herbicidas e queimá-los. "Na Amazônia, os agricultores costumam desmatar extensões de terra semelhantes às da pesquisa", explica Elder Morato.

O estudo investigou abelhas e vespas solitárias que fazem ninhos em cavidades já existentes em madeiras e árvores. Tais insetos são completamente independentes. As fêmeas põem os ovos nos locais escolhidos, e a prole completa seu ciclo longe da mãe. O pesquisador espalhou 3.600 armadilhas (ninhos artificiais) pelos quatro tipos de áreas a serem comparadas. As inspeções eram realizadas a cada 15 dias. "Dificilmente, abelhas e vespas solitárias são capturadas em flores", explica Elder Morato. Além da coleta dos insetos, o trabalho acompanhou a evolução da vegetação nas áreas analisadas e buscou amostras de aranhas, um dos principais alimentos das larvas de vespas e abelhas.
Vespas e abelhas são insetos da ordem Hymenoptera. No mundo, já foram identificadas cerca de 45 mil diferentes espécies de abelhas. Ao contrário do que mostra a maioria dos livros de ensino fundamental e médio, 85% das espécies são solitárias. Ou seja, apenas 15% vivem em colméias e produzem mel, o que contraria uma idéia arraigada no imaginário popular. Vespas e abelhas são consideradas bioindicadoras de diversidade geral e da integridade de um ecossistema. Quanto mais vespas e abelhas estiverem presentes na natureza, melhores serão os chamados "serviços ambientais", como produção de oxigênio e polinização.
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Tese: Efeitos da sucessão florestal sobre a nidificação de vespas e abelhas solitárias
Autor: Elder Ferreira Morato
Orientador: Rogério Parentoni
Defesa: 18 de fevereiro de 2004, junto ao programa de pós-graduação em Ecologia, conservação e manejo da vida silvestre, do ICB

2 comentários:

antes que a natureza morra disse...

From: RPPN Rio das Lontras
Sent: Monday, November 10, 2008 6:10 PM
To: jamespizarro@hotmail.com
Subject: CONTATO RPPN RIO DAS LONTRAS


Salve, James!

Que bacana saber que você está divulgando a RPPN Rio das Lontras em teu blog, que por sinal gostei muito! Estarei sempre acompanhando.

Parabéns pelo trabalho! É muito bom saber de iniciativas como a sua em prol de um planeta mais justo e equilibrado.

Tudo de bom para você!
Um grande abraço de Lontra!

Fernando

antes que a natureza morra disse...

From: flora neves
Sent: Monday, November 10, 2008 11:43 PM
To: jamespizarro@hotmail.com
Subject: Florinha(*_*)


James,

Fico feliz de saber que você está por aqui!
Vai poder ajudar então nas nossas lutas pela preservação do nossa maravilhosa natureza de Santa Catarina. Logo logo vou passar um email explicando melhor, mas iremos ter uma audiencia pública para maiores esclarecimentos sobre a criação de um Código Estadual do Meio Ambiente! E tenho certeza que tua presença seria de grande valor!!!!
Mas na sequência dou maiores esclarecimentos! Mas se quiseres ir pesquisando e procurando algo sobre o assunto, fica asugestão!
Abraço,

Florinha(*_*)

Flora Neves
48-91533112
www.ecoflora.blogspot.com