Por Júlio Ottoboni*
A implantação de um projeto de hortas comunitárias e compostagem de resíduos orgânicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), incentivando a consciência ambiental e a alimentação saudável, surgiu na união de duas secretarias da prefeitura de São José dos Campos, a da saúde e do meio ambiente.
O projeto vai aproveitar o quintal de 12 unidades que tenham área disponível para plantio e criar hortas comunitárias. Também deve adotar a geração de adubo orgânico, a partir da utilização dos resíduos gerados na própria unidade, alinhando-se assim às estratégias do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS).
Segundo a nutricionista da Secretaria de Saúde, Elisabeth Bismarck, o projeto terá um componente educativo e preventivo com pacientes das unidades, especialmente os grupos de risco formados por diabéticos, hipertensos, pessoas com quadros de desnutrição ou obesidade.
As Unidades Básicas de Saúde receberão equipamentos de proteção individual, ferramentas, composteiras e sementes, que serão fornecidos pelo Programa de Promoção da Saúde (SMS). Os funcionários e voluntários envolvidos na horta comunitária receberão treinamento, mudas e apoio do Programa Hortas Urbanas que oferece orientações sobre o cultivo de hortaliças, ervas e temperos em pequenos espaços.
“A ideia é gradativamente começar uma pequena produção de hortaliças nas unidades, praticar a compostagem, que fornecerá o adubo para preparação do solo, e adotar critérios de inclusão para que a comunidade participe de todo este processo”, explicou a nutricionista.
O programa Hortas Urbanas, da Secretaria de Meio Ambiente, oferece orientações sobre o cultivo de hortaliças, ervas e temperos em pequenos espaços. A intenção é estimular a alimentação livre de agrotóxicos e o resgate de um maior contato com a terra. O curso que é dado ensina também como transformar restos de alimento em adubo orgânico, rico em nutrientes.
Uma das metas do Plano de Gestão de Resíduos do município é promover a compostagem dos resíduos orgânicos na fonte geradora, evitando seu transporte para longe do local de origem. O tratamento dos resíduos orgânicos, somado à reciclagem dos materiais secos, aumentará a vida útil do Aterro Sanitário, que hoje recebe em torno de 600 toneladas de lixo domiciliar por dia.
Além das Unidades Básicas de Saúde, o programa de compostagem está sendo expandido para escolas, secretarias e parques municipais. E também atende condomínios de residenciais e domicílios. A compostagem também tem interface com a Agenda Ambiental na Administração Pública, programa que internaliza a responsabilidade socioambiental nas atividades do poder público por meio da adoção progressiva de critérios de sustentabilidade. Um dos eixos temáticos da agenda é a gestão adequada dos resíduos gerados. (#Envolverde)
* Júlio Ottoboni é jornalista diplomado, tem 31 anos de profissão, foi da primeira turma de pós-graduação de jornalismo científico do Brasil, atuou em diversos veículos da grande imprensa brasileira, tem cursos de pós-graduações no ITA, INPE, Observatório Nacional e DCTA. Escreve para publicações nacionais e estrangeiras sobre meio ambiente terrestre, ciência e tecnologia aeroespacial e economia. É conselheiro de entidades ambientais, como Corredor Ecológico Vale do Paraíba, foi professor universitário em jornalismo e é coautor de diversos livros sobre meio ambiente. É colaborador Attenborough fixo da Agência Envolverde e integrante da Rebia.
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