banner 300x300 Geração de GEE no Brasil cresce com termelétricas a carvão
Debate online é a primeira ação do Movimento Clímax Brasil após encontro mundial de jovens na Turquia para debater mudanças climáticas.
Emite fumaça preta, em tons alarmantes, a conta que nós brasileiros vamos pagar pelo uso contínuo das usinas termelétricas para geração de energia elétrica este ano. Refere-se apenas ao custo extra relativo ao primeiro semestre o valor de quase R$ 4 bilhões já contratado pelo governo federal para ser pago por toda a população em 60 insanas prestações, resultando num acréscimo máximo de 3% na conta, segundo o Ministério das Minas e Energia. O gasto bilionário já é o dobro do previsto para o ano todo; as termelétricas são acionadas para assegurar o fornecimento quando estão com baixo nível de água os reservatórios das hidrelétricas.
Alarmante mesmo é o resultado do levantamento preliminar, referente a 2012, que aponta o setor energético como responsável pela maior fatia das emissões brasileiras, superando pela primeira vez o desmatamento como fonte emissora. A queima de combustíveis fósseis já responde por 30% do total, e tende a aumentar a partir de 2018, caso sejam contratadas todas as termelétricas a carvão e gás inscritas no leilão de energia nova A-5, previsto para dia 29 de agosto. Essas temelétricas ofereceram gerar 2.400 MWh, potencial que deve produzir cerca de 15 milhões de toneladas de CO2 por ano, equivalentes a toda a emissão de CO2 do Sistema Integrado Nacional de energia elétrica no ano de 2011. O contrato prevê a geração de energia por 25 anos.
Essa opção desvinculada dos compromissos do País com a agenda climática global reduz o resultado dos esforços para diminuir o desmatamento e a emissão per capita do setor de energia no Brasil, que em 2011 foi de 2tCO2e (2 toneladas de CO2 equivalente), em direção aos padrões de uma economia de baixo carbono, que prevê metade dessa emissão per capita. O Brasil é um dos maiores emissores de GEE do mundo.
Jovens debatem leilão
O movimento Clímax Brasil organiza hoje, 22 de agosto, às 19h, uma conferência virtual aberta para debater a volta do carvão mineral como fonte de energia e a participação de empreendimentos sem licença ambiental no leilão A-5 para a compra de novos lotes energia elétrica a serem consumidos a partir de 2018. O leilão coordenado pelo Ministério de Minas e Energia – MME e a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica está previsto para dia 29 de agosto.
O Clímax Brasil convidou Alexandre Costa, do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, e,Renata Nitta, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace, para esclarecer o a população, em especial o público jovem, sobre os impactos desse leilão para o Brasil. O link de transmissão do debate está disponível na página www.facebook.com/climaxbr.
“É importante termos uma parcela de termelétricas na matriz energética brasileira, mas não a carvão. Em um país que possui um potencial enorme de renováveis não precisamos de fontes sujas e poluentes, e se for para investir em térmelelétricas que sejam a gás natural que apresentam emissões até 70% menores do que o carvão”, adianta Renata Nitta, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
O debate sobre o Leilão A-5 também inaugura uma série de ações que o movimento Clímax Brasil pretende trazer para discutir as mudanças climáticas no país. O Clímax é resultado do Global Power Shift, uma iniciativa organizada pela ONG Internacional 350.org que pretende criar um movimento global que encontre soluções para a crise climática que atinge todo o planeta.
A primeira fase do Global Power Shift ocorreu em junho na cidade de Istambul, na Turquia, e reuniu mais de 500 jovens lideranças de 134 países, que passaram por treinamentos em diferentes temáticas para atuarem com o tema das Mudanças Climáticas em seus países. O Brasil, junto com Índia e China, contou com a maior delegação do evento, com 12 participantes. Agora, de volta ao Brasil, estes 12 jovens criaram o movimento Clímax Brasil com a missão de envolver adolescentes e jovens em ações que chamem a atenção para a temática, a começar por esta série de debates mensais com temas como energia, mobilidade urbana, alimentação, desmatamento, negociações climáticas, entre outros.
Evento: Entenda o Leilão A-5 e a volta do carvão no Brasil – debate com Renata Nitta, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace, e Alexandre Costa, do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas
Horário: 19 horas
(Envolverde)