Recife1 300x135 A saída é andar a pé, diz especialista
Marco Zero no Recife: espaço para o pedestre. Foto: Carlos Oliveira/Prefeitura do Recife
Calçadas melhores são a forma de incentivar o pedestre e frear o avanço do carro, defende o consultor Francisco Cunha, em encontro do Observatório do Recife.
“O pedestre é o elemento mais fraco da cadeia alimentar da mobilidade”. Com essa frase, o consultor em gestão empresarial Francisco Cunha iniciou sua palestra, realizada este mês, durante a assembleia geral do Observatório do Recife.
Ancorado no tema “Caminhar é preciso – Considerações gerais em homenagem ao Dia Nacional do Pedestre”, o encontro também contou com a apresentação do engenheiro e ex-vereador, Luiz Helvécio.
“Por que é imprescindível andar?”, questionou Francisco Cunha. Para responder, o consultor fez uma explanação sobre a trajetória do homem no planeta, mostrando o mapa da expansão humana. Originados dos primatas, há duas grandes características que diferenciam os humanos das suas origens: a capacidade de pegar um instrumento com precisão, por exemplo, e a capacidade de andar na posição ereta, explicou.
Em seguida, Cunha apresentou as diversas razões por que caminhar é preciso. “Andar é o exercício mais natural que existe, é a melhor forma de manter contato com a natureza. Ajuda a pensar e facilita o raciocínio. É um modo eficaz de espantar a tristeza e, o principal, é o que nos faz humanos”, completou.
A mobilidade é o grande desafio das cidades contemporâneas, em todas as partes do mundo, ressaltou: “Já tivemos a ilusão que resolveríamos nossos problemas de carro, mas isso não ocorre mais. A saída é andar”, disse.
Calçadas do Recife
Atualmente, no Recife, 70% das pessoas usam as calçadas e 30% utilizam o carro para se locomover. Segundo estudos realizados em São Paulo, a frota no Recife em 2020 vai duplicar.
“Andar a pé é um modal, que deve vir combinado a outros, e a calçada é a via principal da cidade. É vital que haja mais opções para as pessoas se deslocarem de um lugar para o outro”, acentuou Cunha. “Se a gente quiser salvar a cidade e sair dos engarrafamentos temos que voltar a andar. É, inclusive, uma forma de não morrermos de raiva”, declarou.
Para o engenheiro Luiz Helvécio, a situação das calçadas na capital pernambucana está caótica e os pedestres correm riscos diariamente. “Há uma estatística feita em São Paulo afirmando que a segunda causa de problemas ortopédicos são as calçadas. Então, é um assunto que tem que ser resolvido. O uso inadequado, como o estacionamento de um automóvel impossibilitando a passagem do pedestre é outra questão que faz com que quem esteja passando nessas áreas corra perigo”, declarou.
* Publicado originalmente no site Mobilize.
(Mobilize)