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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Críticos da Monsanto têm sido alvo de ataques cibernéticos


Monsanto. Foto Carmen Sampaio
Monsanto. Foto Carmen Sampaio
Na luta global pela engenharia genética, a empresa dos EUA se utiliza de métodos questionáveis, de estranhos aliado se do poder de Washington. Críticos da empresa  se sentem espionados.
por Marianne Falck, Hans Leyendecker, Silvia Liebrich, no Süddeutsche Zeitung de 13 de julho de 2013 , via Renata Motta
O grupo americano Monsanto é um gigante no agronegócio – e é o número um na área da controvertida tecnologia genética verde. Para seus opositores, muitos dos quais residentes na Europa, Monsanto é um inimigo assustador. E continuam acontecendo coisas intrigantes que fazem o inimigo parecer ainda mais aterrorizante.
No mês passado, a organização europeia protetora do meio ambiente “Amigos da Terra” e a Federação para meio Ambiente e Proteção à Natureza Deutschland (BUND) quiseram apresentar um estudo sobre os efeitos do herbicida glifosato no corpo humano. Os herbicidas que contêm glifosato são carro‐chefes da Monsanto. A empresa fatura mais de dois bilhões de dólares somente com o agente Roundup. Os “herbicidas Roundup”, assim sustenta a Monsanto, “têm uma longa história de uso seguro em mais de 100 países”.
Entretanto, existem também pesquisas alegando que o agente possivelmente cause prejuízos a plantas e animais, e o estudo mais recente demonstra que nesse meio tempo muitos moradores de grandes cidades vivem com o veneno no próprio corpo, sem terem conhecimento disso. Como tantas outra coisas relacionadas a esse assunto, é discutível o que exatamente o pesticida é capaz de provocar no organismo humano.
Dois dias antes da publicação do estudo em 18 países, um vírus paralisou o computador do principal organizador Adrian Bepp. Houve ameaça de cancelamento das entrevistas coletivas em Viena, Bruxelas e Berlin. “Surgiu pânico”, lembra Heike Moldenhauer da BUND. Os ativistas do meio ambiente viam‐se correndo contra o tempo.
Moldenhauer e seus colegas tinham feito diversas especulações sobre os motivos e a identidade do misterioso agressor. A especialista em tecnologia genética da BUND acredita que o principal objetivo do desconhecido fornecedor do vírus tenha sido “gerar confusão”. Não há nada pior para uma pesquisa do que cancelar uma coletiva da imprensa. “E nós ficamos nos perguntando se estávamos vendo fantasmas”, diz Moldenhauer.
Não há nenhum indício de que Monsanto tenha sido o fantasma, ou que tenha algo a ver com o vírus. O grupo não faria algo assim. Preza “agir com responsabilidade”: “hoje em dia é muito fácil fazer uma afirmação e de difundi‐la”, diz a Monsanto. Pois dessa forma “periodicamente são feitas afirmações duvidosas e populistas que denigrem nosso trabalho e nossos produtos, carecendo de qualquer abordagem científica.”
Os críticos do grupo têm outra visão, o que por sua vez, tem a ver com a espessa trama tecida ao redor do mundo pela Monsanto, cujos entroncamentos estão localizados nos serviços secretos americanos, nas suas forças armadas, em empresas de segurança privadas e, é claro, também junto ao governo americano.
Um número expressivo de críticos da Monsanto relatam ataques regulares de hackers com gabarito profissional.
Também os serviços secretos e militares gostam de contratar hackers e programadores. Estes são especialistas em desenvolver cavalos de troia e vírus para penetrar em redes de computadores alheios. O denunciante Edward Snowden chamou atenção ao contexto entre as ações dos serviços de notícias e as movimentações da economia. No entanto, esta maléfica ligação perdeu força diante das demais atrocidades.
Alguns dos poderosos defensores da Monsanto entendem bastante do assunto da guerra cibernética. “Imagine a internet como uma arma que está sobre a mesa. Ou você a pega, ou teu concorrente irá fazê‐lo, mas alguém será morto”, foi o que disse Jay Byrne nos idos de 2001, na época, chefe de relações públicas na Monsanto.
É comum empresas lutarem com métodos escusos em função daquilo que consideram como seu direito, como sendo o certo. Porém, os termos amigo ou inimigo, ele ou eu ‐ estes já denotam linguagem de guerra. E numa guerra é preciso ter aliados – por exemplo, aqueles ambientados no serviço secreto.
Os contatos da Monsanto com o notório ex-agente secreto Joseph Cofer Black , que colaborou na formulação da lei da selva, na luta contra terroristas e demais inimigos dos EUA. Ele é especialista para trabalho sujo, da linha dura. Trabalhou para a CIA durante quase 30 anos, sendo inclusive o chefe antiterrorista. Mais tarde seria o vice‐presidente da empresa de segurança particular Blackwater, que mandou milhares de mercenários para o Iraque e o Afeganistão.
Pesquisas mostram como são estreitas as ligações entre a gerência da empresa e a central do governo em Washington e com as representações diplomáticas dos EUA no mundo inteiro. Monsanto tem auxiliares eficazes em diversos lugares. Antigos colaboradores da Monsanto ocupam altos postos em departamentos governamentais,  ministérios, federações da indústria e universidades dos  EUA. Por vezes são relações quase simbióticas. De acordo com informações da organização anti-lobista Open Secrets Org, no ano passado, 16 lobistas da Monsanto ocuparam alguns cargos de alto nível na administração norte‐americana e até mesmo em serviços de controle.
Para a empresa, trata‐se de novos mercados e da alimentação de uma população mundial que cresce em ritmo alucinante. A engenharia genética e as patentes relacionadas com plantações desempenham um papel importante nesse contexto. Nos Estados Unidos, a proporção de milho e soja geneticamente modificados é de 90 por cento, e também no restante do mundo este percentual cresce de modo constante.
Apenas no mercado europeu, nada acontece. Diversos países da UE têm muitas restrições com relação ao futuro da Monsanto, o que visivelmente desagrada à administração governamental dos EUA. No ano de 2009, Ilse Aigner, Ministra da Alimentação, Agricultura e Proteção ao Consumidor, filiada ao Partido da União Social‐Cristã, havia banido o tipo de milho MON810 também dos campos alemães. Ao viajar logo depois para os Estados Unidos, foi interpelada pelo colega americano Tom Vilsack com respeito à Monsanto. O político democrático havia sido governador no estado federal Iowa, de característica rural, e cedo se tornou adepto da engenharia genética verde. Em 2001 foi eleito pela bioindústria como “governador do ano”.
Infelizmente, não há registro da conversa entre Vilsack e Aigner. Dizem que foi controvertida. Um representante do governo federal descreve o tom do diálogo da seguinte forma: houve “esforços maciços de forçar uma mudança de rumo dos alemães com respeito à política genética”. A fonte da informação não quis se pronunciar sobre o tipo dos “esforços maciços”, nem sobre a tentativa de “forçar” alguma coisa. Isto não se faz entre amigos ou parceiros.
Graças a Snowden e ao WikiLeaks o mundo pode imaginar o que acontece entre amigos e parceiros, quando o poder e o dinheiro estão em jogo. Dois anos atrás, a fonte reveladora publicou despachos diplomáticos, nos quais Monsanto e a engenharia genética faziam parte dos assuntos tratados.
Em 2007, o ex-embaixador americano em Paris, Craig Stapleton, por exemplo, sugeriu ao governo dos EUA que elaborasse uma lista negra dos países da União Europeia que quisessem proibir o plantio de sementes geneticamente modificadas por empresas americanas.
O teor da mensagem secreta: “A equipe parisiense sugere propor uma lista de medidas de retaliação que irá dar dor de cabeça à Europa”. Afinal de contas, tratava‐se de “responsabilidade coletiva”.
A luta pela autorização do famoso milho geneticamente manipulado MON810 na Europa foi conduzida pela Monsanto com muito trabalho lobista – e ao final de tudo, a empresa perdeu. Mesmo nos mercados prestigiados da França e da Alemanha, teve que ser banida dos campos. Uma aliança de políticos, agricultores e pessoas relacionadas à igreja recusam a engenharia genética nas plantações, e os consumidores não a querem em seus pratos. No entanto, a batalha ainda não terminou. Nas negociações iniciadas nesta semana entre os EUA e a UE sobre um tratado de mercado livre, os Estados Unidos esperam, entre outras coisas, uma abertura dos mercados para a tecnologia genética.
Nos Estados Unidos é um dever do estado fazer lobby pelas próprias empresas. As mais significativas das 16 agências de notícias americanas há muito entendem seu trabalho como um apoio para os interesses econômicos americanos no cenário mundial. Alegando combater o terrorismo, não somente espionam governos, repartições públicas e cidadãos, como também empenham‐se do seu modo muito peculiar a favor de interesses econômicos americanos.
Alguns exemplos.
Mais de duas décadas atrás, quando o Japão ainda era uma potência econômica, surgiu nos Estados Unidos a pesquisa “Japão 2000”, elaborada por um colaborador do Rochester Institute of Technology (RIT) Através de uma “política comercial temerosa”, assim dizia o estudo, o Japão estaria planejando uma espécie de conquista do mundo, e os perdedores seriam os EUA. A segurança nacional dos Estados Unidos estaria ameaçada. A CIA havia se incumbido da declaração de guerra.
Na competição global, a economia americana tinha que ser protegida dos “dirty tricks”, dos truques sujos dos europeus, declarou o ex-diretor da CIA James Woolsey. Por esta razão, os “amigos do continente europeu” estariam sendo espionados: os Estados Unidos são limpos…
Snowden esteve certa vez pela CIA na Suíça e relatou a maneira como a empresa teria tentado ganhar um banqueiro suíço para a espionagem de dados bancários. A União Europeia permite aos serviços americanos obter uma visão profunda dos negócios financeiros de seus cidadãos. Segundo dizem, o objetivo é secar as fontes financeiras do terror. Os meios e os fins, entretanto, são altamente discutíveis.
Na Suíça, que anteriormente foi palco de muitas histórias de agentes,  aconteceu um dos episódios que tornaram a Monsanto particularmente misteriosa: em janeiro de 2008, o ex-agente da CIA Cofer Black viajou para Zurique para encontrar‐se com Kevin Wilson, na época, o responsável pela segurança para questões globais. A pergunta, a respeito do que os dois homens estariam falando, ficou no ar. Certamente os assuntos eram os de sempre: opositores, negócios, inimigos mortais…
O jornalista investigativo Jeremy Scahill, autor da obra sobre a empresa mercenária Blackwater, escreveu em 2010 sobre esse estranho encontro em Zurique, no jornal semanal americano The Nation. Mais uma vez foram‐lhe encaminhados documentos relacionados a esse assunto, deixando claro que a Monsanto estava querendo se defender: contra ativistas que queriam destruir campos; contra críticos que se movimentavam contra a empresa de modificação genética. Cofer Black, para todos os efeitos, era a pessoa certa: “Vamos tirar as luvas de pelica“, havia declarado após os ataques de 11 de setembro, conclamando seus agentes da CIA a se livrarem de Osama bin Laden no Afeganistão: “Apanhem‐no: quero a cabeça dele dentro de uma caixa”.  Mas ele também entende muito do outro negócio do serviço secreto; aquele que opera com fontes de acesso público.
Ao encontrar‐se com Wilson, agente de segurança da Monsanto, Cofer Black ainda era vice na Blackwater, cujos clientes eram, entre outros, o Pentágono, o Departamento de Estado, a CIA, e logicamente, empresas particulares. Mas em janeiro de 2008 havia muitos tumultos, pois 17 civis foram assassinados no Iraque por mercenários da empresa de segurança, e alguns homens da Blackwater chamaram atenção de funcionários do governo iraquiano devido a atos de suborno. Acontece que Cofer Black na época era também o chefe da empresa de segurança Total Intelligence Solutions (TIS), uma subsidiára da Blackwater, e que, apesar de sua reputação menos devastadora, contava também com excelentes e especialistas de formação diversificada.
De acordo com as próprias informações, a Monsanto na época fez negócio com a TIS e não com a Blackwater. Está fora de discussão que a Monsanto fora abastecida pela TIS, com relatórios sobre as atividades dos críticos – as quais, no caso, poderiam representar um risco para a empresa, seus colaboradores ou seus negócios operacionais. Fazia parte tanto coletar informações sobre ataques terroristas na Ásia quanto escanear páginas da internet e blogs. Monsanto frisava que a TIS obviamente só tinha usado material de acesso público para a segurança.
Portanto, isto fazia parte do acervo de Black. Então – nada de ações escusas.
Em outra época houve boatos que a Monsanto quisera assumir a TIS, objetivando a segurança geral. E nos dias de hoje surgem novos rumores deque o grupo estaria avaliando a possibilidade de assumir a empresa Academi, a qual teria emergido da antiga Blackwater após algumas tentativas de maquiagem. Será que os rumores procedem?
“Via de regra, não discutimos os detalhes do nosso relacionamento com os prestadores de serviço – a não ser que essas informações já estejam disponíveis ao público”, foi a única informação da Monsanto.
Toda empresa possui a sua própria história e a da  Monsanto faz parte um assunto que não apenas demonizou-a  para os hippies envelhecidos: no passado, a Monsanto esteve na linha de frente dos produtores do pesticida “agente laranja”, utilizado até janeiro de 1971 na guerra do Vietnã pelos militares americanos.
Os constantes bombardeios químicos desfolhavam as florestas para tornar o inimigo visível. Os campos eram envenenados para que o vietcong não tivesse mais nada para comer. Nas áreas pulverizadas multiplicou‐se por dez o número de nascimentos de crianças com anomalias; nasciam sem nariz, sem olhos, com cabeças d’água ou fendas no rosto – e as forças armadas americanas declaravam que o produto da Monsanto seria tão inofensivo quanto a aspirina.
Ou será que na guerra tudo é permitido? Principalmente na moderna guerra cibernética?
De fato, chama atenção que alguém esteja dificultando a vida dos críticos da Monsanto ou que alguma mão invisível esteja interrompendo carreiras. Mas quem é esse alguém ? Objetivos de ataque são cientistas como a australiana Judy Carman, que, entre outros, tornou‐se conhecida com pesquisas de produtos transgênicos. Suas publicações são questionadas por professores, os mesmos que diminuem os estudos de outros críticos da Monsanto.
Mas o assunto não se resume a escaramuças nos círculos científicos. Pois diversas páginas da internet onde Carman publica suas pesquisas, tornam‐se alvo de ataques por hackers e, segundo impressão de Carman, são sistematicamente observadas.
Avaliações do protocolo da internet demonstram que não é apenas a Monsanto que acessa regularmente essas páginas, mas também diversos órgãos do governo americano, entre os quais o serviço militar. Fazem parte desses, o Navy Network Information Center, a Federal Aviation Administration e o United States Army Intelligence Center, um estabelecimento do exército americano para o treinamento de soldados com tarefas informativas. O interesse da Monsanto nessas pesquisas pode ser observado também no caso de Carman. “Mas não entendo, por que o governo americano e o exército mandam me observar“, diz ela.
Robinson fala de ataques constantes por hackers à página desde 2007. “Toda vez que fazemos a página ficar mais segura, a oposição recarrega e seguem novos ataque, ainda piores”, explica. Também no presente caso não se acredita em coincidência.
Em 2012, quando o cientista francês Eric Séralini publicou uma pesquisa explosiva sobre os riscos à saúde proporcionados pelo milho transgênico e o glifosato a página foi hackeada e paralisada pela GM Watch; isto se repetiu quando foi publicado o posicionamento do órgão europeu de inspeção alimentar, a EFSA. Em ambos os casos, o momento foi habilmente escolhido: os editores estavam querendo publicar suas posições exatamente nesse mesmo momento.
O que está por detrás dos ataques, não é possível verificar.
A própria Monsanto, como já foi dito, faz questão de frisar que a empresa opera “com responsabilidade”.
No entanto, é fato que, para a empresa, muitas coisas estão em jogo. Trata‐se de projetos legislativos, em especial das negociações em curso que dizem respeito ao Tratado de Livre Comércio. A área da indústria agrária e alimentícia é particularmente delicada. Os americanos têm como meta a abertura dos mercados europeus para os produtos até então proibidos. Ao lado das plantas transgênicas fazem parte também os discutíveis insumos e a carne bovina tratada com hormônios. As negociações certamente ainda vão se arrastar durante alguns anos.
O assunto é polêmico. Faz‐se necessário o uso de força. Por isso, o presidente americano Barack Obama chamou Islam Siddiqui como chefe das negociações para a agricultura. Como especialista, trabalhou durante muitos anos para o Ministério da Agricultura americano. Mas o que poucos sabem na Europa: de 2001 a 2008 ele representou CropLife America como lobista registrado, uma associação industrial que representa os interesses de produtores de pesticidas e produtos transgênicos – e é claro, entre eles, a Monsanto. “A rigor, pela consciência, a UE não poderia aceitar um tal interlocutor”, opina Manfred Häusling que representa o Partido Verde no parlamento da UE.
A rigor, não. No médio‐alto alemão, esta palavra (eigentlich) de acordo com pesquisas feitas, significa “servil”, o que não seria uma má descrição da situação atual, onde os políticos europeus, em especial os alemães, apresentam uma surpreendente atitude de aceitação em serem espionados com regularidade pelos órgãos americanos.
Monsanto
Monsanto é o a maior empresa agrária do mundo. Também a que lidera a engenharia genética. Em 2012, o grupo ampliou seu faturamento em 14% em comparação ao ano anterior, chegando a 13,5 bilhões de dólares. O lucro subiu 25%, ou seja, para dois bilhões de dólares.
No mundo todo, a empresa emprega 21.500 colaboradores oficiais e tem filiais em mais de 50 países. Sua fundação data de 1901, pelo americano John Queeny em St. Louis, no estado de Missouri. O nome foi uma homenagem à família de sua esposa. Primeiramente, Queeny produziu o adoçante sacarina. Em pouco tempo, o fabricante de bebidas Coca‐Cola passa a fazer parte de seus compradores. Logo depois da primeira Guerra Mundial, Monsanto entra no ramo dos produtos químicos, e a ascensão é rápida.
Em 1927, ingressou na bolsa de valores, o que forçou a ampliação do setor químico, incluindo adubos e fibras sintéticas. A empresa investe até mesmo na indústria petrolífera. Depois da guerra do Vietnã, a Monsanto passou a focar mais intensamente o setor agrário, o desenvolvimento de herbicidas e em seguida a produção de sementes. Nos anos oitenta, a biotecnologia foi declarada alvo estratégico. O próximo passo foi a modificação consequente para uma empresa agrícola – e os outros segmentos foram rejeitados.
Fonte: Vi o MUndo

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