(FONTE : DIEGO ZANCHETTA, RODRIGO BURGARELLI - O Estado de
S.Paulo, 10/9/2012)
A cidade de São Paulo perdeu, com autorização oficial, 14 árvores por dia nos
últimos 14 anos. Foram 72.514 exemplares cortados de lotes e áreas verdes com
aval da Prefeitura. A vegetação retirada deu espaço a prédios, shoppings, ruas,
estações de metrô e outras construções. O número corresponde a quase cinco
Parques do Ibirapuera - a área verde na zona sul tem aproximadamente 15 mil
árvores.
Os dados foram compilados pela arquiteta e urbanista Luciana Schwandner Ferreira, que os apresentou em sua dissertação de mestrado defendida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Luciana já trabalhou no departamento da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente responsável pelas compensações ambientais exigidas para corte de árvore. A pesquisadora fez o levantamento com base nos despachos publicados no Diário Oficial da Cidade entre 1997 e 2011.
Segundo a Prefeitura, uma autorização só é dada após a exigência de replantio de um número maior de árvores do que as que foram retiradas. A pesquisa mostrou, porém, que o mecanismo de compensação não funciona de forma eficiente e tampouco aumenta ou mesmo mantém a cobertura vegetal dos locais onde os cortes foram autorizados.
O número é alto, mas ainda é pequeno se comparado ao total de verde perdido pela cidade nesse mesmo período: desmatamentos ilegais não estão computados. "Existem outros cortes que não exigem compensação ambiental e, claro, os cortes irregulares, que não estão computados", diz a pesquisadora.
Na maioria das vezes, os cortes autorizados dizem respeito a prédios e empreendimentos em áreas nobres ou obras do poder público, que respeitam a legislação ambiental por causa da fiscalização. Na periferia, onde há pouca vigilância dos fiscais, a maioria dos cortes de árvore é feita sem registro da Prefeitura.
Devastação. Dados do Atlas Ambiental, estudo feito pela própria Prefeitura, apontou o corte de 53 quilômetros quadrados de área verde entre 1999 e 2000 - equivalentes a 35 Parques do Ibirapuera. A maior parte ocorreu nas bordas da cidade. "É pouco comum, nos bairros afastados, as pessoas pedirem autorização para retirar uma árvore que está atrapalhando a passagem dos pedestres ou que está velha, por exemplo", diz a pesquisadora.
Não entram na conta do desmatamento oficial ocupações e favelas que avançaram sobre a Serra da Cantareira, na zona norte, e na região de Parelheiros, no extremo sul. "Isso mostra que a cidade pode ter perdido muito mais área verde do que aponta a pesquisa", afirma Luciana.
Entre as espécies que foram cortadas com autorização estão remanescentes de Mata Atlântica. São árvores como jequitibá, passuaré, sibipiruna, seafórtia, pau-brasil e tipuana.
Bairros bem arborizados e onde surgiram nos últimos anos dezenas de prédios no lugar das casas aparecem no topo da lista dos mais desmatados, como Santo Amaro, na zona sul, e o Butantã, na zona oeste.
Os dados foram compilados pela arquiteta e urbanista Luciana Schwandner Ferreira, que os apresentou em sua dissertação de mestrado defendida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Luciana já trabalhou no departamento da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente responsável pelas compensações ambientais exigidas para corte de árvore. A pesquisadora fez o levantamento com base nos despachos publicados no Diário Oficial da Cidade entre 1997 e 2011.
Segundo a Prefeitura, uma autorização só é dada após a exigência de replantio de um número maior de árvores do que as que foram retiradas. A pesquisa mostrou, porém, que o mecanismo de compensação não funciona de forma eficiente e tampouco aumenta ou mesmo mantém a cobertura vegetal dos locais onde os cortes foram autorizados.
O número é alto, mas ainda é pequeno se comparado ao total de verde perdido pela cidade nesse mesmo período: desmatamentos ilegais não estão computados. "Existem outros cortes que não exigem compensação ambiental e, claro, os cortes irregulares, que não estão computados", diz a pesquisadora.
Na maioria das vezes, os cortes autorizados dizem respeito a prédios e empreendimentos em áreas nobres ou obras do poder público, que respeitam a legislação ambiental por causa da fiscalização. Na periferia, onde há pouca vigilância dos fiscais, a maioria dos cortes de árvore é feita sem registro da Prefeitura.
Devastação. Dados do Atlas Ambiental, estudo feito pela própria Prefeitura, apontou o corte de 53 quilômetros quadrados de área verde entre 1999 e 2000 - equivalentes a 35 Parques do Ibirapuera. A maior parte ocorreu nas bordas da cidade. "É pouco comum, nos bairros afastados, as pessoas pedirem autorização para retirar uma árvore que está atrapalhando a passagem dos pedestres ou que está velha, por exemplo", diz a pesquisadora.
Não entram na conta do desmatamento oficial ocupações e favelas que avançaram sobre a Serra da Cantareira, na zona norte, e na região de Parelheiros, no extremo sul. "Isso mostra que a cidade pode ter perdido muito mais área verde do que aponta a pesquisa", afirma Luciana.
Entre as espécies que foram cortadas com autorização estão remanescentes de Mata Atlântica. São árvores como jequitibá, passuaré, sibipiruna, seafórtia, pau-brasil e tipuana.
Bairros bem arborizados e onde surgiram nos últimos anos dezenas de prédios no lugar das casas aparecem no topo da lista dos mais desmatados, como Santo Amaro, na zona sul, e o Butantã, na zona oeste.
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