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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Primatas à beira da extinção

Especialistas revelam a nova lista das 25 espécies de primatas mais ameaçadas do planeta. Espécies brasileiras não contam da lista.

Os parentes mais próximos da humanidade na escala evolutiva - macacos, chimpanzés, gorilas, lêmures e outros primatas - estão à beira da extinção e necessitam de medidas urgentes de conservação. De acordo com um novo relatório divulgado na quinta-feira (18/02), quase metade de todas as espécies de primatas está em perigo de extinção. O trabalho foi realizado por um grupo de 85 especialistas em Primatas da Comissão de Sobrevivência das Espécies (SSC, da sigla em inglês) da União Mundial para a Natureza (IUCN, da sigla em inglês) e pela Sociedade Internacional de Primatologia (IPS, da sigla em inglês), em colaboração com a Conservação Internacional (CI).

Intitulado "Primatas em Perigo: os 25 Primatas mais ameaçados do Mundo, 2008-2010", o documento aponta como principais ameaças aos primatas a destruição das florestas tropicais, o comércio ilegal de animais silvestres e a caça comercial. A lista inclui cinco espécies de primatas de Madagáscar, seis da África, 11 da Ásia, e três da América Central e do Sul, que necessitam de medidas urgentes para sua sobrevivência.

Algumas espécies contam com poucos indivíduos sobreviventes. O langur-de-cabeça-dourada, do Vietnã, é um deles, com apenas 60 a 70 espécimes remanescentes. Do mesmo modo, há provavelmente menos de 100 indivíduos do Lemur-desportista-do-norte (Lepilemur septentrionalis) em Madagáscar, e aproximadamente apenas 110 de Gibão-de-crista-negra (Nomascus nasutus) no nordeste do Vietnã.

"Os resultados da avaliação mais recente feita pela IUCN sobre a situação de mamíferos no mundo indicam que os primatas são, entre os grupos de vertebrados, os mais ameaçados. O propósito de nossa lista com as 25 espécies é destacar aquelas que estão sob maior risco, chamar a atenção do público, estimular os governos nacionais a fazer mais e, especialmente, encontrar os recursos para implementar medidas de conservação extremamente necessárias”, afirma Dr. Russell Mittermeier, presidente da CI e chefe do grupo de especialistas em primatas da IUCN/ SSC.

Brasil

Apesar desse quadro pessimista, os conservacionistas apontam para o sucesso na recuperação de espécies ameaçadas. No Brasil, o mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) era apontado como uma espécie criticamente ameaçada de extinção na Lista Vermelha da IUCN, assim como o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) integrava a lista com as 25 espécies de 2004-2006. Ambas as espécies continuam como ameaçadas, mas com o resultado de três décadas de esforços de conservação envolvendo inúmeras instituições, suas populações agora estão bem protegidas. Entretanto, permanecem ainda muito pequenas, o que indica uma necessidade urgente de reflorestamento para ampliar seu habitat e garantir a sobrevivência no longo prazo.

Conheça as 25 espécies de primatas mais ameaçadas do mundo (2008-2010), por região:

Madagascar
Lêmur-gentil (Prolemur simus)
Lêmur-da-cabeça-cinza (Eulemur cinereiceps)
Lêmur-preto-de-olho-azul (Eulemur flavifrons)
Lêmur-desportista-do-norte (Lepilemur septentrionalis)
Sifaka-sedoso (Propithecus candidus)

África
Galago-anão-de-Rondo (Galagoides rondoensis)
Mono roloway (Cercopithecus diana roloway)
Colobo-vermelho-do-rio-Tana (Procolobus rufomitratus)
Colobo-vermelho- do- Delta-do-Niger (Procolobus epieni)
Kipunji (Rungwecebus kipunji)
Gorila do Rio Cruz (Gorilla gorilla diehli)

Ásia
Társio-da-ilha-Siau (Tarsius tumpara)
Lóris-lento-de-Java (Nycticebus javanicus)
Langur-da-cauda-de-porco (Simias concolor)
Langur-de-Delacour (Trachypithecus delacouri)
Langur-de-cabeça-dourada (Trachypithecus p. poliocephalus)
Langur-de-cara-roxo do oeste (Trachypithecus (Semnopithecus) vetulus nestor)
Langur-de-cabeça-cinza (Pygathrix cinerea)
Langur-de-nariz-arrebitado-de-Tonkin (Rhinopithecus avunculus)
Gibão-de-crista-negra do leste (Nomascus nasutus)
Gibão-Hoolock-do-oeste (Hoolock hoolock)
Orangontango-de-Sumatra (Pongo abelii)

América do Sul e Central
Saguim-de-cabeça-de-algodão (Saguinus oedipus)
Macaco-aranha ou Coatá (Ateles hybridus)
Macaco-barrigudo-da-cauda-amarela (Oreonax flavicauda)

Para acesso ao relatório completo: www.conservation.org/2010primates

Conservação Internacional
A Conservação Internacional (CI) foi fundada em 1987 com o objetivo de promover o bem-estar humano fortalecendo a sociedade no cuidado responsável e sustentável para com a natureza, amparada em uma base sólida de ciência, parcerias e experiências de campo. Como uma organização não-governamental global, a CI atua em mais de 40 países, em quatro continentes. A organização utiliza uma variedade de ferramentas científicas, econômicas e de conscientização ambiental, além de estratégias que ajudam na identificação de alternativas que não prejudiquem o meio ambiente. Para mais informações sobre os programas da CI no Brasil, visite www.conservacao.org

A Comissão de Sobrevivência das Espécies (The Species Survival Commission - SSC) é uma das seis comissões voluntárias da IUCN – The World Conservation Union, que é uma união de estados soberanos, agências de governo e organizações não-governamentais. A missão da SSC é conservar a diversidade biológica pelo desenvolvimento e realização de programas para salvar, restaurar e manejar criteriosamente as espécies e seus hábitats. A sobrevivência das espécies e subespécies vivas de primatas do mundo é a principal missão do Grupo de Especialistas em Primatas da IUCN/SSC, com mais de 400 profissionais voluntários que representam a linha de frente na conservação internacional de primatas.

A Sociedade Internacional de Primatologia (IPS) foi criada para estimular todas as áreas da pesquisa científica primatológica não-humana, para facilitar a cooperação entre cientistas de todas as nacionalidades dedicados à pesquisa de primatas, e para promover a conservação de todas as espécies de primatas. A Sociedade foi organizada para atender a finalidades exclusivamente científicas, educativas e caritativas. Veja mais informações sobre a IPS no site www.internationalprimatologicalsociety.org
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FONTE : (Envolverde/Conservação Internacional)

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