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domingo, 24 de fevereiro de 2019

Espécie de macaco recém-descoberta já corre risco de extinção

Por Rosana Villar, Greenpeace – 
A nova espécie, que existe apenas no município de Alta Floresta (MT), foi descrita em pesquisa lançada em janeiro e está ameaçada pela perda de habitat
Coloração amarela clara no cabelo das bochechas, contrastando com o cabelo castanho avermelhado brilhante nas laterais do rosto, coroa cinza e barriga vermelho-marrom brilhante. Assim é descrita a nova espécie de macaco da família Callicebinae, popularmente conhecida como Titi, no artigo científico publicado na revista Science Direct em janeiro deste ano.
Nova espécie faz parte do gênero Callicebus, como o da foto, mas possui características morfológicas únicas. © Valdemir Cunha / Greenpeace
A espécie, batizada de Plecturocebus Byrne, é encontrada apenas no município de Alta Floresta, no Mato Grosso, e, infelizmente, já foi classificada como criticamente ameaçada. A classificação é a última na escala da lista vermelha de espécies ameaçadas da International Union for Conservation of Nature’s (IUCN) antes que uma espécie seja definitivamente considerada extinta na natureza.
De acordo com o artigo, a principal ameaça para a espécie é a perda de seu habitat. Os pesquisadores estimam que em 24 anos 86% de seu habitat natural terá sido destruído, caso o desmatamento não pare de avançar na região
A cidade de Alta Floresta fica no norte do Mato Grosso e é famosa por dois motivos: por ser a porta de entrada de um dos mais cobiçados destinos de pesca esportiva do país e por sua produção pecuarista.
Em destaque, no centro do mapa, o município de Alta Floresta (MT). As manchas vermelhas representam o desmatamento acumulado.
Ao invés de aproveitar todo o potencial turístico da região, a cidade foi crescendo baseada no agronegócio e, hoje, tem literalmente mais bois do que habitantes – são 15 cabeças de gado para cada habitante da cidade, segundo dados do SIDRA – IBGE.
O desmatamento tem um impacto brutal e imediato na vida das espécies que dependem diretamente das florestas para viver. Mas também impacta o futuro de espécies mundo afora, devido ao agravamento dos efeitos das mudanças climáticas, já que, no Brasil, o desmatamento é a principal fonte de emissões de gases do efeito estufa. Uma pequena cidade da Rússia, por exemplo, foi invadida por ursos polaresfamintos que perderam seus locais de sobrevivência graças a diminuição do gelo polar.
A forma como a Amazônia vem sendo desmatada coloca todos em risco, até nós mesmos. Isso precisa mudar. Por isso, pedimos que o novo governo brasileiro se comprometa com o que consideramos o mínimo para garantir que o desmatamento não volte a avançar no Brasil.
(#Envolverde)

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