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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Menos de 20% dos municípios brasileiros fazem coleta seletiva

Na apresentação do painel Política Nacional de Resíduos Sólidos e Sustentabilidade, o presidente da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro, Lucien Bemonte, afirmou que a maior parte das cidades brasileiras não tem nenhuma iniciativa para coleta seletiva de lixo.

Segundo ele, menos de 20% dos municípios fazem coleta seletiva. Ele citou como exemplo a cidade de São Paulo, que gera 14 mil toneladas de resíduos por dia, e apenas 0,2% de todo esse material é triado para reciclagem de forma organizada. “Isso é dramático. É a cidade que tem um dos primeiros contratos de concessão de lixo e que tem acompanhamento da prefeitura. Em 2011 a previsão é que a prefeitura da capital paulista gaste mais de R$ 1 bilhão só em coleta, transbordo e varrição”.

Belmonte lembrou que a atual legislação determina que a partir de setembro de 2014 será proibido transportar resíduos para aterros ou lixões. “A Europa trata no máximo 60% de seu resíduo, e demorou mais de 20 anos para se chegar nesse resultado. É preciso cuidar da educação, e esse papel cabe ao estado”, disse.

O painel foi apresentado no Congresso Brasileiro de Desenvolvimento Humano, promovido pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara e pela Academia Brasileira de Filosofia.

Sacolas plásticas
Ainda durante o evento, o vice-presidente do conselho da Agência de Promoção Eco Sustentável (Apecos), Edivaldo Bronzeri, falou da experiência de Jundiaí, no interior de São Paulo, que foi a primeira cidade a extinguir as sacolas plásticas dos supermercados, sem a necessidade de lei. “Se queremos mudança comportamental, tem que ser pela educação, e isso leva tempo. Quando você compartilha, o custo é menor para cada um. Se queremos um País melhor para nossos filhos e netos, a decisão tem que ser tomada com sabedoria”.

Coco em carvão
Ele disse que a Apecos investe muito em pesquisa. Foram os estudos que permitiram a transformação da casca de coco em carvão. Com 40 toneladas de casca é possível gerar até 10 toneladas de carvão, que pode ser o energético ou aquele que se usa para fazer churrasco, por exemplo. Uma vantagem desse produto é que ele não produz fumaça. “Você consegue gerar renda para quem tirou o coco e para quem vai vender o carvão. Foram cinco anos de pesquisa até chegar a esse resultado. Hoje são dez fábricas no Brasil”, disse

Atualmente, o País consome por ano 801 mil toneladas de carvão para churrasco. Para produzir essa quantidade são derrubadas 570 mil árvores, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente.

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FONTE : matéria da Agência Câmara de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 30/09/2011
Reportagem – Jaciene Alves
Edição – Regina Céli Assumpção

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