O branqueamento da Grande Barreira de corais da Austrália, causado pelo aquecimento global, é mais que um desastre ambiental. Segundo relatóriodivulgado pelo think tank econômico The Australia Institute, a destruição contínua dos corais causada pelas mudanças climáticas pode levar o país a perder mais de 1 milhão de visitantes e mais de US$ 900 milhões dos US$ 3,3 bilhões gastos anualmente por turistas nas regiões da barreira, colocando em risco 10 mil postos de trabalho.
O relatório examina as implicações do branqueamento do coral e da postergação de ações para conter as mudanças climáticas sobre a indústria do turismo da Austrália como um todo. Além das regiões dos corais, esse impacto pode afetar o turismo da Austrália como um todo, com perdas adicionais de mais de 174.000 visitantes e US$ 1 bilhão em gastos de turistas.
De acordo com a pesquisa, a Grande Barreira de Corais é considerada uma das principais atrações por 73% dos potenciais visitantes da China, do Reino Unido e dos EUA. No entanto, 174.000 visitantes desses três países, que poderiam gastar mais de US$ 1 bilhão em turismo na Austrália, se sentem mais propensos a visitar um país diferente se branqueamento dos corais persistir.
No início de 2016, a Grande Barreira de Corais sofreu o branqueamento de coral mais grave já registrado, causado principalmente pelo aquecimento global. Osdados mais recentes do Great Barrier Reef Marine Park Authority indicam que a mortalidade já atingiu 22%. Para reduzir a ameaça de branqueamento dos recifes de corais, é preciso combater o aquecimento global. No caso da Austrália, a ação mais eficaz é eliminar o uso do carvão para gerar energia. Programas para aliviar as pressões locais sobre a barreira e melhorar sua capacidade de resiliência não são suficientes.
Mais de 80% das pessoas de fora da Austrália que foram entrevistadas para esse relatório acreditam que o país tem obrigação de proteger a Barreira. Cerca de 70% deles dizem que a Austrália deve parar de aprovar novas minas de carvão e avançar para as energias renováveis para proteger os corais. Mas a indústria do carvão se opõe a qualquer ação séria sobre o aquecimento global, como uma moratória sobre as minas de carvão, a precificação do carbono ou a expansão das energias renováveis. No entanto, sem essas medidas, a indústria do turismo do recife está em risco.
O turismo motivado pela Grande Barreira de Corais emprega 39.000 a 45.000 pessoas por ano, enquanto a mineração de carvão responde por apenas 20.000 empregos. Em 2015, a Grande Barreira de Corais atraiu 2,4 milhões de turistas australianos e 1,1 milhões de turistas internacionais, que gastaram um total de US$ 3,3 bilhões.
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Silvia Dias/Rita Silva
AViV Comunicação
Tel.: 11-4625-0605
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