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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Publicação apresenta 927 espécies de aves da Mata Atlântica


AvesdoBrasil
Pássaros de São Paulo fazem parte de guia de observação de aves da Mata Atlântica. Foto: Divulgação
Com mais de 1300 ilustrações, guia incentiva a observação de aves e explica como esta pode ser aliada à conservação da Mata Atlântica.
A Wildlife Conservation Society (WCS) e a Editora Horizonte lançam o guia Aves do Brasil: Mata Atlântica do Sudeste, de Robert S. Ridgely, John Gwynne, Guy Tudor e Martha Argel. Com linguagem simples e todo ilustrado, o livro apresenta todas as espécies de aves da região, com ilustrações, mapas de distribuição e textos que permitem sua identificação. Além disso, destaca os ambientes daMata Atlântica e os desafios para a sua conservação.
Este é o segundo volume de uma série que aborda as aves de todos os biomas brasileiros. Desta vez, são apresentadas 927 espécies de aves da Mata Atlântica do Sudeste com ocorrência nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além do leste de Minas Gerais e sul da Bahia. A maioria das descrições é acompanhada de precisas ilustrações – são mais de 1300, feitas por renomados artistas especializados em aves, como Guy Tudor, o maior ilustrador de aves sul-americanas. Em suas 432 páginas, o livro traz informações dos ambientes, épocas e altitudes de ocorrência, características físicas, dicas para diferenciação de espécies semelhantes e breves descrições de comportamento e voz.
Entre as espécies apresentadas estão as saíras sete-cores (Tangara seledon) e de-lenço (Tangara cyanocephala), algumas das aves mais coloridas do Brasil. O festival de cores proporcionado por elas cativa e deslumbra aqueles que as encontram. Outra espécie que se destaca é a harpia (Harpia harpyja), também conhecida como gavião-real, a maior ave de rapina do Brasil e considerada a mais poderosa do mundo. De ocorrência rara, chama a atenção por seu enorme tamanho, mas é discreta e costuma ficar o tempo todo dentro damata. Como não tem medo de pessoas e raramente foge, esta espécie é vítima de caçadores e traficantes de animais, fator que agrava sua situação de vulnerabilidade, já ameaçada pela destruição florestal.
O Guia também apresenta ao público alguns mistérios, como a história do tietê-de-coroa (Calyptura cristata), hoje a ave mais “procurada” do Brasil, considerada como o sonho de muitos observadores. Passou 150 anos sem registro, até um casal ser avistado em 1996. De lá para cá, esse passarinho miúdo não foi mais visto. Especialistas acreditam que o desaparecimento da espécie está relacionado à destruição de seu ambiente natural.
Saíra sete cores. Foto: Divulgação
Saíra sete cores. Foto: Divulgação
Destacam-se, ainda, três espécies de papagaio – peito-roxo (Amazona vinacea), cara-roxa (Amazona brasiliensis) e chauá (Amazona rhodocorytha) – que são exclusivas da MataAtlântica: “Por estarem entre as espécies que melhor representam a beleza desse bioma, por toda a ameaça que sofrem em decorrência da ação humana, e pelos desafios que apresenta sua conservação, escolhemos uma delas, o chauá, para nossa capa”, explica a ornitóloga e autora Martha Argel.
Preço subsidiado para disseminar a observação de aves
Com um formato compacto, considerado mais eficiente para o uso em campo, o preço sugerido do Guia é de R$ 69,00. Este valor, muito mais acessível que o de livros semelhantes, só foi possível graças ao patrocínio da Fundação Grupo Boticário e da Fibria, ao apoio do Legado das águas – Reserva Votorantim e às doações feitas por instituições e pessoas físicas à WCS nos Estados Unidos. O objetivo do preço subsidiado é estimular o interesse da população pela observação de aves no Brasil.
Desta forma, incentiva os leitores praticarem a observação de aves, ou “passarinhada”, até em áreas urbanas – em áreas verdes, praças perto de casa ou do trabalho, quintais, jardins e mesmo em varandas. Destaca, ainda, a atividade como uma prática para pessoas de qualquer idade e condição física. “Queremos mostrar como é fácil observar aves, e que isso pode ser feito em qualquer lugar. Essa atividade pode ser a porta de entrada para as pessoas começarem a apreciar a natureza nas cidades. Assim, teremos mais pessoas tomando atitudes em prol do meio ambiente”, conclui Martha Argel. (#Envolverde)

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