Londres – outubro de 2015 – Quase um terço de todos os locais pertencentes à lista de Patrimônio Mundial Natural está ameaçado pela exploração de petróleo, gás e mineração. A informação foi divulgada no novo relatório “Protegendo um Excepcional Valor Natural”, produzido pelo WWF, Aviva Investors and Investec Asset Management, e que ressalta ainda o risco para os investidores que trabalham ou possuem a intenção de trabalhar com empresas que atuam com extração nesses lugares ou próximos a eles.
Patrimônios Mundiais Naturais (ou World Heritage Site, em inglês) são lugares de enorme valor natural, como o Grand Canyon, a Grande Barreira de Corais e a Reserva Selous Game, na Tanzânia. Cobrindo menos de 1% do planeta, eles contêm um enorme valor natural, como paisagens singulares e alguns dos animais mais raros da Terra, como gorilas da montanha, elefantes africanos, leopardos da neve, baleias e tartarugas marinhas.
De acordo com o relatório, os pontos de Patrimônio Mundial Natural estão em risco mais elevado do que jamais se pensou até então.
As ameaças estão relacionadas às operações em atividade ou à entrada de empresas para concessão de exploração de minérios, petróleo ou gás, e podem causar danos irreparáveis aos locais à biodiversidade, além de prejudicar as comunidades que tiram dali sua subsistência. No mundo todo, a maior ameaça está na África, onde o risco atinge 61% desses locais.
No relatório, os investidores estão sendo alertados dos riscos que correm ao apoiarem essas empresas – tanto riscos financeiros quanto de reputação. Em resumo, neste caso, há muito risco envolvido para um retorno que não é o suficiente.
O documento convida potenciais financiadores e apoiadores a:
• Buscar informações se as empresas em que estão investindo, ou considerando investir, possuem concessões ou operações dentro de lugares considerados Patrimônios Mundiais Naturais;
• Abordar diretamente companhias que trabalham nesses locais ou próximos a eles e as encorajar a mudar seus planos;
• Considerar retirar o investimento nessas companhias se não forem tomadas medidas para sair desses lugares, e ainda divulgar o fim do apoio e as razões para isso.
O desenvolvimento alternativo e sustentável dos Patrimônios Naturais Mundiais é uma proposta muito melhor para resguardar tanto o futuro dos recursos naturais quanto o das comunidades locais, nacionais e globais. A preservação desses locais e de seus ecossistemas pode fornecer, a longo prazo, benefícios significativos, visto que:
• 93% dos Patrimônios Mundiais Naturais promovem o turismo e a recreação;
• 91% deles geram empregos;
• 84% deles contribuem para a educação.
• 91% deles geram empregos;
• 84% deles contribuem para a educação.
O WWF convoca investidores a usar as evidências desse relatório para abordar as companhias de extração e encorajá-las a adotar compromissos significativos de “não atuação” e “não impacto” nos Patrimônios Mundiais Naturais, além de divulgar de forma proativa as operações em atividade (existentes, ou em vias de existir), dentro ou nas proximidades de Patrimônios Mundiais Naturais.
De acordo com o diretor-executivo do WWF do Reino Unido, David Nussbaum: “nós estamos indo aos confins da Terra em busca de mais recursos – incluindo minérios, petróleo e gás, que estão cada vez mais caros e difíceis de serem extraídos. Com isso, alguns dos lugares mais preciosos do mundo estão ameaçados por atividades industriais destrutivas que põem em perigo os valores pelos quais eles foram agraciados com o maior nível de reconhecimento do planeta”, comenta.
“Proteger esses locais únicos não é somente importante do ponto de vista ambiental, é crucial para o sustento e o futuro da população que depende deles. Os investidores têm uma oportunidade única assim como uma responsabilidade de administrar seu capital e desenhar nosso futuro”, completa Nussbaum. (WWF Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site WWF Brasil.
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